CAPÍTULO 15

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Estava concentrado naquele projeto, era enorme. A construção de um shopping center é algo que demanda bastante tempo e precisão. Nada poderia ficar errado senão o prédio vinha abaixo e isso não se encaixava nos nossos critérios. Antony e eu formávamos uma bela dupla quando uníamos o útil ao agradável, ou seja, a engenharia com a arquitetura. Uma complementava a outra.

— Antony, acredito que se colocarmos essa porta nesta direção ficaria com melhor acesso para o estacionamento, o que você acha? — Ele estava com um lápis entre os dentes enquanto olhava atentamente para aquela planta.

— Concordo com você! Também facilitaria o acesso para deficientes físicos, ainda mais se colocarmos uma rampa bem aqui. — Diz apontando o lápis na direção que ele queria a rampa.

Trabalhamos por um bom tempo naquele projeto, queriamos terminar logo. Já tinha mais dois novos projetos para trabalhar. Ainda bem que coloquei o Lucas para me ajudar com as coisas da Cléo e do Gael.

Pensando nele... a porta do escritório se abre.

— Arthur, já consegui agendar uma visita à clínica de recuperação que você pediu. — Ele diz olhando para o papel em sua mão. — Também consegui comprar o restante dos móveis. — Foi aí que ele tirou os olhos do papel e percebeu que eu não estava sozinho.

— Clínica de recuperação? — Antony endireita seu corpo na cadeira com uma sobrancelha erguida e me encara.

Droga! Ainda não contei nada dos acontecimentos dos últimos meses pra ele. Ele estava tão ocupado que não tivemos essa conversa.

— Eu ia te contar... — Digo.

— Contar o quê Arthur? — Ele cruza os braços sobre o peito. Até parecia meu pai.

— Deixarei vocês conversarem. — Lucas diz enquanto sai da sala.

— Não me diga que está usando algum tipo de droga, porque se estiver vou te matar! — Rosna.

— Não é nada disso que você está pensando. Você se lembra da Cléo?

— Aquela que você namorou? O que tem ela? — Diz me encarando, ele estava de óculos de grau, então o retira do rosto e respira fundo. Coloca os dedos na têmpora e começa a massagear. Lá vem a bronca... — Desembucha Arthur, o que aconteceu?

— Bom... ela é mãe do meu filho. — Solto de uma vez.

— Filho? — Sua sobrancelha estava erguida. Acredito que ele não estava entendendo nada.

— Vou explicar. — Suspiro. — Namorei um tempo com a Cléo, disso você já sabe. — Ele apenas concorda. — Depois que terminamos ela descobriu estar gravida, mas não me contou nada. Tem alguns meses que ela apareceu na porta da minha casa exigindo o dinheiro da pensão sendo que eu nem sabia da existência do menino.

— Como você tem certeza de que ele é seu filho? — Antony diz duvidoso.

— Fiz um teste de DNA é obvio.

— Por que só agora ela apareceu? — La vem mais perguntas. Parecia um interrogatório.

— Ela queria dinheiro!

— Nossa cara, e como você está se sentindo sobre isso?

— Eu descobri o amor mais bonito da minha vida e ele se chama Gael. Não sabia que o amor te deixava tão bobo igual esse garoto me deixa.

— Imagino que o amor de um pai pelo filho deve ser algo inexplicável. — Ele se levanta e vem em minha direção. — Parabéns pelo seu filho! Sei que você será um grande pai. — Diz e me abraça apertado.

ArthurOnde histórias criam vida. Descubra agora