CAPÍTULO 06

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Chegando à boate percebo que a mesma está lotada e não é para menos, afinal hoje é sexta-feira. Aproximo-me da entrada e vejo uma enorme fila.

Não encaro essa fila nem morto.

Pego o celular e ligo para o Gabriel. Ele é um dos sócios desta boate e um grande amigo meu. No terceiro toque ele atende.

— Arthur, meu amigo. Como você está? — Diz com uma voz alegre.

— Estou bem. Como andam as coisas? — Pergunto.

— Estão maravilhosas, como sempre. — Ele fala e ri.

— Isso é ótimo. Estou em frente a sua boate, poderia liberar a entrada para mim? — Digo um pouco alto porque fazia muito barulho.

— Claro que sim. Já vou aí. — Ele diz e desliga.

Coloco o celular no bolso das minhas calças e aguardo o Gabriel. Olho para todas aquelas pessoas amontoadas na entrada da boate e já sinto uma certa fadiga de entrar lá, até porque hoje meu ânimo não está para festa. Acabo suspirando com a decepção de estar ali.

O que essa garota fez comigo?

Droga! Por que sinto a necessidade de ter ela próximo de mim? Quero tocar em sua pele macia, sentir o cheiro suave de seus cabelos, ouvir seus gemidos enquanto faço ela gozar.

Ai, Arthur... você ficou com a mulher uma única vez e parece um babaca apaixonado!

— Merda, merda, merda! Por que estou atrás dessa mulher? — Sussurro enquanto passo as mãos em meus cabelos.

— Arthur? — Ouço uma voz ao longe me chamar.

Me viro e deparo com Gabriel próximo à entrada da boate acenando para mim. Vou em sua direção e o cumprimentei com um aperto de mão e um tapinha em seu ombro.

— Cara, você veio do trabalho direto para cá? — Diz me analisando de cima a baixo.

Acabo olhando para roupa que estou vestido e percebo que nem a troquei. Minha camisa está com os primeiros botões abertos, minha gravata está torta e provavelmente meus cabelos devem estar uma bagunça já que passei a mão neles várias vezes hoje, esse é um hábito terrível que adquiri quando estou nervoso ou estressado. Retiro a gravata, a enrolei e coloquei no meu bolso.

— Na verdade, vim buscar uma amiga. Nem me preocupei em trocar de roupa. — Digo.

— Ela deve ser muito especial porque sinceramente nunca vi você sair nesse estado. — Ele diz sorrindo.

— Qual estado? Por acaso estou fedendo? — Já estava me irritando com o caminho dessa conversa.

— Calma, já não está mais aqui quem falou. — Ele diz levantando as mãos em rendimento. — Você está muito nervoso, o que houve?

— Nada, só estou cansado. — Suspiro.

Entramos na boate conversando sobre coisas banais, mas logo ele sai para resolver algumas coisas em seu escritório. Olho por todos os lados procurando a Thaís, mas o local está tão cheio que é impossível encontrá-la. Decido ligar para ela. Aguardo ansiosamente até que ouço sua voz.

— Arthur?

— Onde você está?

— Já disse que estou no Fest Club.

— Eu sei. Quero saber próximo de onde aqui?

— Você está aqui?

— Eee... sim!

— Merda! Não era para você vir...

— Ah, não? Você disse que precisava de ajuda para ir embora, lembra?

ArthurOnde histórias criam vida. Descubra agora