Arthur

CAPÍTULO 30

Arthur Miller

    Corro desesperado na direção do corpo desacordado da Thaís. Verifico se sua respiração está boa, constatando o mesmo viro seu rosto de lado e ergo suas pernas para aumentar o fluxo sanguíneo de sua cabeça. Neste momento agradeço aos céus por ter feito o curso de primeiros socorros ao perceber que Thaís abre vagarosamente os olhos.

    — O que aconteceu? — Sua voz sai baixa. Coloco suas pernas no chão e me aproximo dando um beijo em sua cabeça. Pego seu corpo com cuidado e levo para a cama.

    — Você desmaiou. — Falo verificando seu rosto que ao tomar realidade do que está acontecendo se contorce em dor.

    — Ela se foi, Arthur. Minha mãe morreu. — Suas lágrimas começam a escorrer desenfreadas por seu rosto. Ela me abraça com seu corpo todo tremendo. — O que farei agora?

    — Você precisa se acalmar e ser forte para o que virá. — Murmuro. — Estarei o tempo todo ao seu lado. — Ela soluça e começa a urrar em um choro dolorido.

    A porta do quarto se abre e posso ver Linda entrando como um furação no quarto.

    — Meu Deus, Thaís! — Se aproxima e tirando ela dos meus braços a abraça forte. — Acabei de saber o que aconteceu.  Júnior me ligou e pediu para que eu vir verificar o que estava acontecendo com você já que a linha ficou muda enquanto vocês falavam.

    — Amiga, ela se foi... Minha mãezinha se foi...

    — Ah, Thaís... — Suspira e lágrimas silenciosas escorrem por sua face. — Sei o quanto é doloroso, mas estarei aqui pra você assim como um dia você esteve lá pra mim! — Diz acariciando os cabelos de Thaís.

    Me afasto dando um pouco de privacidade a elas, avisto o telefone de Thaís no chão e o pego. Olho para a última ligação feita e coloco para chamar. No terceiro toque uma voz masculina alcança meus ouvidos.

— Raio de sol... O que aconteceu? Esta tudo bem?

— Desculpe. Você deve ser o irmão da Thaís né? — Digo.

— Sou sim. O que aconteceu com ela? Quem é você?

— Depois que ela falou com você, ela acabou desmaiando. Mas não se preocupe, ela está bem agora. Sou Arthur, o namorado dela. Gostaria de saber se vocês estão precisando de ajuda com o enterro, se precisam de algo?

—Namorado? Não sabia que ela estava namorando.

— É algo recente. — Digo, apenas.

— Tudo bem... Não se preocupe com o enterro porque o papai já deixou tudo organizado. Amanhã às 10h será a missa e às 11h o enterro. Gostaria muito que minha irmã estivesse presente, mamãe amava muito ela e nós também. — Diz com uma pontada de tristeza em sua voz.

— Eu me comprometo a levá-la até aí. Se precisar de qualquer coisa é só me falar que estarei disponível a ajudar.

—Obrigado por sua ajuda, Arthur. Cuide bem da minha irmã porque ela precisará ser muito forte neste momento.

— Pode ficar tranquilo que eu cuidarei. Vou salvar seu contato no meu celular e te mandar um "oi" e qualquer coisa, mais qualquer coisa mesmo é só me falar. — Digo por fim.

— Obrigado. Espero vocês. Agora tenho que ir verificar a Erica, ela teve que tomar um calmante para se tranquilizar. Obrigado mais uma vez, Arthur. — Diz e desliga em seguida.

(...)

*AVISO DE CENA HOT*

Já se passou uma semana desde o enterro da mãe da Thaís e ela parece bem aérea ultimamente. Foi tudo doloroso demais, o encontro dos irmãos, o desespero dela quando viu a mãe morta... Foi a cena mais triste de toda minha vida. Não sei o que é perder uma mãe, mas só de imaginar meu coração se contorce de dor.