CAPÍTULO 27

46 6 1
                                    

Thaís Campbell

Droga! Bebi demais. Bufo com a cabeça deitada sobre a mesa do bar. O que farei para o Arthur me aceitar novamente? Sinto as lágrimas começarem a queimar meus olhos.

Desde quando me tornei essa manteiga derretida?

— Moça, você quer que eu chame um carro para você? — O barman me pergunta gentilmente.

— Se não for incomodar... eu aceito. — Digo num sussurro e deito minha cabeça novamente, sentindo as lágrimas rolarem de vez.

— Está tudo bem moça? — Ele me pergunta pela décima vez. Ignorei todas às vezes, mas o idiota era insistente.

— Você acha que se eu estivesse bem estaria aqui neste estado? — Digo ranzinza.

— Me desculpa ser inconveniente. Só queria saber se poderia fazer algo por você!

— Você já está fazendo. — Digo olhando para o celular em sua mão. — Obrigada por isso. — Ele olha para o aparelho.

— Seu carro chegou. — Diz e bufa inconformado com a minha resposta anterior.

Levanto meu corpo mole e pago minha conta. Quando começo a sair, quase caio, mas consigo me equilibrar. Me aproximo do carro e digo o endereço recostando minha cabeça no banco macio.

O carro para em frente ao portão que reconheço como a palma da minha mão. Tentarei mais uma vez... Saio cambaleante do carro após pagar o motorista e toco insistentemente a campainha.

No meu celular marcavam 01h30min da manhã que se foda o horário! Preciso do meu homem!

A porta se abre e ele me olha de cima a baixo. Seu rosto é uma incógnita, não consigo decifrar e isso me mata.

— Oi... — Abro um sorriso amarelo.

— O que faz aqui? — Pergunta seco.

— Droga Arthur! Você dizia que me amava e agora me trata assim?! — Digo o empurrando para o lado e entrando. Nesse processo tropico nas minhas pernas e quando penso que vou cair sinto mãos me segurando com força, fazendo um arrepio gostoso passar por todo meu corpo.

— Você está... bêbada? — Pergunta com a sobrancelha erguida.

Olho nos seus olhos e sinto um desejo intenso de ter aquele olhar só para mim. Respiro fundo e olho sua boca gostosa. Que saudade dos seus beijos. Envolvo meus braços em seu pescoço e sinto seu corpo endurecer.

— Casa comigo Arthur? — Sussurro e vejo suas pupilas dilatarem enquanto ele solta uma gargalhada.

— Por que me casaria com você? — Perguntou ainda sorrindo.

— Porque as pessoas que se amam se casam ué. — Digo e ele se afasta do meu abraço deixando um vazio em mim.

— Thaís, você foi embora, não se despediu, e simplesmente me deixou na merda! Agora que estou bem e com uma pessoa que realmente me ama, você chega achando que ainda tem lugar na minha vida? — Sorri amargo. — Não existe mais nós Thaís. — Diz me nocauteando de uma vez. Sinto minha bile subir e corro na direção do lavabo para vomitar.

Ele coloca suas mãos em meus cabelos segurando-os suavemente enquanto boto tudo para fora. Exagerei na bebida e odeio quando faço isso.

— Você não deveria beber assim. — Diz próximo de mim.

Levanto meu rosto e passo o dorso da mão na boca e o encaro.

— E você deveria dar uma chance para nós. Tenho motivos para o que fiz e preciso te contar para que compreenda. — Olho em seus olhos, mas não vejo emoção.

ArthurOnde histórias criam vida. Descubra agora