CAPÍTULO 29

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Thaís Campbell

Um cheiro de gengibre invade minhas narinas. Meus olhos forçam a abrir, mas sinto um peso contra eles impedindo que os abra.

Maldita gripe que sempre me derruba.

Um toque suave nos meus cabelos me acalma e me aconchego mais nos travesseiros querendo descansar um pouco mais.

— Acorda, querida. — Um sussurro da voz que mais amo. Será mais um delírio da minha cabeça gripada?

— Arthur? — Digo baixinho com medo de ser um sonho.

— Sim? — Sorrio e forço meus olhos abrirem de vez encontrando seu belo rosto.

Ele está vestindo uma camisa branca social com os primeiros botões abertos, suas mangas estão dobradas até os cotovelos e em seu rosto um sorriso de lado aparece.

— Fiz um chá pra você! — Diz me mostrando uma caneca que está em sua mão, a qual só percebo agora.

Me recosto na cama e pego a caneca de sua mão e sinto o cheiro de limão e gengibre. Tomo um gole e seu sabor não é nem bom ou ruim, é algo neutro, mas espero que melhore esse meu estado lastimável. Ele senta ao meu lado observando os pequenos goles que dou no chá.

— Obrigada por cuidar de mim. Você não precisava fazer isso. — Digo envergonhada.

— Não vejo dificuldade nenhuma em cuidar de quem eu amo. — Diz sorrindo e passa os dedos suavemente em meu rosto, pousando o polegar em meu lábio.

— Me ama é? — Sinto minhas bochechas se aquecerem.

— Sim, amo! — Diz se aproximando e me dando um selinho demorado.

— Você vai ficar gripado. — Falo me afastando e olhando seu rosto bonito.

— Isso pouco me importa. — Diz olhando no fundo de meus olhos. — Quero muito sentir seu beijo novamente.

Ele acaricia meu rosto, retira a caneca de minhas mãos, deixando sobre a mesinha de cabeceira e aproximando seus lábios dos meus, me beijando com ternura. As borboletas em meu estômago começam a bater as asas desesperadas por mais do seu amor. Arthur pede passagem com sua língua em minha boca e não meço esforços em ceder, me entregando a todo esse amor. Minhas mãos sobem para seu pescoço e puxo suavemente seus cabelos, fazendo com que ele solte um gemido. Nos separamos para podermos respirar e ele começa a deixar pequenos beijos em meu pescoço.

— Amo você, Arthur! — Digo em seu ouvido. Ele sorri e me encara.

— É tão bom ouvir essas palavras saindo de sua boca. Confesso que um dia pensei que nunca iria ouvir você dizendo isso. Gostaria de ouvir de novo, querida. Pode dizer novamente, por favor? — Sorri de lado.

Quem resiste a esse sorriso?

— Eu vou declarar pra você. — Falo sorrindo. — Eu Thaís Campbell, amo você Arthur Miller e não irei mais te abandonar. Nunca mais! — Passo minha mão em seu rosto. Ele a segura e beija a palma de minha mão sorrindo.

— Também te amo! E desta vez não deixarei você escapar. Agora, a senhorita aqui. — Ele toca a ponta do meu nariz com o indicador. — Vai comer um pouco para ficar recuperada logo.

Ele se levanta e oferece sua mão para eu pegar, seguro a mesma e me levanto da cama o seguindo na direção da cozinha com um sorriso estampado em meu rosto. A felicidade que estou sentindo agora é inexplicável e chega a ser surreal.

Depois que comemos resolvi tomar um banho. Já estava me sentindo bem melhor. Estávamos sentados no sofá assistindo a um filme qualquer enquanto Arthur acaricia suavemente minha perna. Aquela sensação de lar predominava o momento.

ArthurOnde histórias criam vida. Descubra agora