CAPÍTULO 09

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Arthur Miller

Eu sacudia incessantemente minhas pernas naquele momento. A ansiedade me dominava, não sabia o que o Antony queria e ainda precisava contar-lhe sobre meu filho. Só de lembrar do meu menino meu coração transbordava de alegria, quero tanto ele comigo. Eu sorria como um bobo enquanto olhava a decoração daquele restaurante. Ficava imaginando qual seria a reação do meu menino ao trazê-lo aqui, ele ia adorar esse lugar.

Vejo o Antony se aproximando. Ele está usando uma camisa azul-claro e uma calça social. Pude perceber as olheiras que ele tinha, meu amigo estava acabado e a única vez que o vi assim foi quando Susan se foi.

— Arthur... como está? — Me levanto e o cumprimento com um abraço.

— Estou ótimo! E você como está? — Digo olhando em seus olhos.

— Estou péssimo! Sinto-me culpado pelo o que aconteceu com a Linda e o pior é que ela não acorda. Cara, se ela não voltar, levarei essa culpa comigo pelo resto da minha vida. — Diz enquanto se senta na cadeira próximo à mesa.

— Você não tem culpa de ela ter um pai maluco e um ex namorado possessivo. Não se culpe por isso!

— Foi minha culpa sim! Eu a beijei e aquele idiota viu. Foi aí que começou toda a discussão e ela saiu daquele jeito. Se eu não tivesse ido à sala dela, isso não teria acontecido. — Ele passa a mão em seu cabelo visivelmente nervoso.

— Calma Antony. Não é sua culpa, já conversamos sobre isso outras vezes.

— Eu sei, Arthur, mas não consigo tirar isso da minha cabeça. A culpa me persegue.

Lágrimas silenciosas descem em sua face.

— Antony, meu amigo. — Ele me olha com uma tristeza profunda. Vê-lo daquela forma dói meu coração. — Acho que está na hora de você voltar a falar com seu terapeuta.

— Também acho. — Diz num sussurro. — Estou surtando e isso não é bom.

Ele olha para seu relógio e começa a se levantar.

— Tenho que ir. Precisava desabafar com você, meu amigo. Eu não estou bem. Ligarei para meu terapeuta e marcar uma consulta. Obrigado Arthur.

— Espera, você nem almoçou. — Digo segurando seu braço.

— Tenho uma reunião em 15 min e não tem jeito de adiar. Deixa para a próxima. A propósito, você poderia me fazer um favor?

— Claro, o que você precisa?

— Você pode levar almoço para a Thaís no hospital? Fiquei de levar comida para ela, mas não conseguirei ir lá agora.

— Tudo bem. Eu levo. — Ele apenas confirma com um gesto e sai apressado.

— Ah, meu amigo... espero que tudo dê certo. — Sussurro o observando sair pela porta do restaurante.

(...)

Abro a porta de mansinho. Ela está sentada em uma das poltronas com as pernas sobre a mesma, tão concentrada no celular que nem percebe minha presença. Olho sobre seu ombro e vejo que ela está no meu perfil olhando minhas fotos.

Então é isso que ela faz nas horas vagas... Fica me vigiando. Não julgo porque às vezes faço o mesmo. Dou uma pigarreada e ela se assusta.

— Caralho Arthur! Quer me matar? — Diz me encarando. — O que está fazendo aqui?

— Gostei de descobrir que você fica analisando minhas fotos na rede social. — Digo Sorrindo. — Sou um gostosão né!? — Ela começa a ficar vermelha. Não sei se de vergonha ou raiva.

ArthurOnde histórias criam vida. Descubra agora