CAPÍTULO 16

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Eu tentei ligar. Não foi uma ou duas vezes. Foram várias vezes, e ela ignorou todas elas. Decidi trabalhar com artilharia pesada, se ela pensa que fugirá de mim, está completamente enganada. Queria levar o Gael para andar de Kart e por acaso descobri que hoje era folga dela. Não deveria fazer isso, mas usarei meu filho para derreter o gelo daquele coração. Passei na casa do Gael e o peguei. Combinei de encontrar meus irmãos no Kartódromo.

— Gael, o que você acha de chamarmos a Thaís? — Digo e olho para o meu filho que estava concentrado em tentar montar um cubo mágico em suas mãos.

— Sério pai?! — Ele tira o foco do cubo por alguns segundos e me olha. Seus olhos brilham, então afirmo com um gesto e ele abre um sorriso. Descobri ali que ele gosta dela. — Ela é legal. — Diz e volta a atenção para o cubo em suas mãos.

— Também acho ela legal. — Digo com um pequeno sorriso em meu rosto.

— Você gosta dela pai? — Olho para meu filho de apenas dez anos e percebo a maturidade presente ali.

— Claro que gosto dela. Ela é minha amiga! — Digo por fim.

— Ah, pai! Não como amiga, mas como namorada ué. — Caramba! Meu filho me impressiona sempre.

— Você aprovaria se o papai namorasse ela?

— Claro que sim, pai! Ela sabe jogar UNO e isso já é um ponto positivo. — Sorrio de sua resposta.

— Você faria uma coisa para o papai?  — Digo já parando o carro próximo ao pequeno portão.

— O que é? — Me olha.

— Bom... A Thaís meio que está com raiva de mim. Então você poderia a chamar e dizer que foi uma ideia sua convida-lá para passear hoje. Você faria isso pelo papai? — Eu me sentia mal de pedir isso a uma criança, mas como disse eu queria usar artilharia pesada.

— Pai,  o senhor está me usando?! —  Ele me olha sério. Apenas dou de ombros. — Tudo bem... Eu deixo o senhor usar minha beleza. — Minha boca se abre em um enorme O. Meu filho é tão modesto quanto eu.

Descemos do carro juntos. Abro o pequeno portão com Gael do meu lado. Lembro que a campainha está estragada, então bato na porta e fico escondido na lateral, pisco para meu filho confirmando nosso plano. Logo a porta se abre.

— Gael? O que está fazendo aqui? — Fico apenas observando.

—  Thaís, você já andou de Kart? — Ele diz e abre um sorriso. Me olha de lado e faço um joinha para ele.

—É... não! Você está sozinho Gael? — Ela diz e começa a sair de dentro da casa.  Ela vira para o lado e me vê. Sorrio pra ela e aceno com a mão.

—  Oi...

— Você está usando um garotinho como desculpa para me ver? Você não tem vergonha Arthur? — Ela coloca as mãos na cintura.

— Você não queria me atender. — Falo.

— Eu tenho meus motivos para não te atender. — Ela diz enfaticamente.

—  E quais são esses motivos? — A encaro.

— Então... Thaís, vamos andar de Kart? — Gael muda o assunto.

— Como dizer não a um garoto lindo como você. —  Ela passa a mão em seus cabelos.

—Então vamos. Não quero perder nenhum segundo desse dia maravilhoso. — Ele diz sorridente.

ArthurOnde histórias criam vida. Descubra agora