Acabo demorando um pouco para chegar em casa, o trânsito estava um caos e me atrasou cerca de 40min em um percurso que eu gastaria apenas 20min. Sentia que meu coração ia sair pela boca de tão nervoso que estava. Quando sai de casa ele estava bem, o que será que aconteceu com meu menino? Abro a porta da minha casa e minha mãe já vem ao meu encontro. Nem consigo perguntar e ela já vem falando:
— Filho, ele está no quarto. Já o mediquei, mas ele continua com febre. Não sei o que houve, ele estava bem, mas depois de algumas horas ele começou a sentir frio. Achei estranho porque está calor, então coloquei a mão em sua cabeça e percebi que ele ardia em febre.
— Vou ao quarto vê-lo. — Digo dando um beijo em sua cabeça. Ela apenas concorda com um gesto.
Vou em direção as escadas, sentia minhas mãos geladas de nervoso. Estava muito preocupado com o Gael. Abro a porta de seu quarto e ele está tão quietinho, me aproximo de sua cama e coloco a mão sobre sua testa. Assusto-me com aquela temperatura, ele está muito quente. Imediatamente o pego em meu colo e ele começa a murmurar:
— Minha mamãe... quero minha mamãe. — Ele treme todo.
Sinto meu coração se apertar. Ele está variando e chamando pela irresponsável da mãe dele. Respiro fundo e digo:
— Calma filho. O papai está aqui. — Digo dando um beijo em sua cabeça.
Eu tinha que ser forte, mas é tão difícil ver ele assim. Não sabia de onde surgiam a força que pai e mãe tinham nesses momentos. Carrego meu filho em meus braços com bastante cuidado, ele não para de tremer. Vejo minha mãe ao fim da escada já com sua bolsa em mãos.
— Mãe, a senhora pode dirigir? Vou com ele no banco de trás.
— Claro que sim, Arthur. Já Liguei para o médico de confiança da família, ele está nos aguardando.
Confirmei com gestos e caminhei até a garagem. Minha mãe abre a porta de trás do carro e entro com meu filho em meus braços, logo ela assume a direção.
— Mãe, onde está o Lucas? — Não o vi quando cheguei.
— Ele tinha algumas coisas para resolver e teve que sair, mas disse que estaria aqui para o jantar. — Diz com um pequeno sorriso.
Minha mãe sempre demostrou muito carinho pelo Lucas. Acho que foi porque ele sempre foi rejeitado por meu pai, ou talvez pela a amizade que ela tinha com a mãe dele.
Eu admirava muito a minha mãe porque mesmo o Lucas sendo fruto de uma traição ela nunca o culpou por nada, e pensando bem ele realmente não tinha culpa. Quem cometeu o erro de se envolver com alguém fora do casamento foi meu pai.
Lembro-me do dia que tudo aconteceu, a mãe do Lucas chegou em casa com ele nos braços e disse que era filho do meu pai. Eu estava brincando com ele na sala quando a campainha tocou, aquele era um dia frio, eu usava minha blusa de capuz de bichinhos que tanto gostava e o que aconteceu quando meu pai foi a porta ficou marcado na minha memória. Ele começou uma discussão horrível, minha mãe foi ver o que estava acontecendo e foi aí que tudo piorou... Só pude ouvir os gritos e o choro da minha mãe, me assustei com ela chorando e fui correndo em sua direção. Ela logo me pegou em seus braços enquanto meu pai vinha atrás dela dizendo que tudo o que aquela mulher falava era mentira e que ela só queria o dinheiro dele.
Depois desse acontecimento minha mãe decidiu largar do meu pai. Ela era muito dependente dele e para se reabilitar a uma nova vida foi muito difícil. Ela arrumou um emprego como secretária em uma empresa e fez de tudo para alimentar meus irmãos e eu, é claro que meu pai nunca nos deixaria passar necessidade e mandava uma pensão gorda para minha mãe, mas ela nunca a usava, por conta de todo o seu orgulho.
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Arthur
RomanceO amor nunca entrou em seu coração... Até ela aparecer! O único sentido da sua vida era festas, farra e uma boa noite de sexo. Mas um dia ela apareceu... Com seus cabelos ruivos, olhos negros e sua pequena estatura. Essa foi a perdição de Arthur...