CAPÍTULO 25

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Thaís Campbell

Enquanto estava dentro daquele avião para finalmente voltar para casa. Na minha cabeça só existia uma palavra...

Submissão.

Essa palavra sempre martelou em minha cabeça desde a minha infância.

"Thaís, você tem que ser uma boa dona de casa, cuidar dos filhos e sempre ser submissa ao marido."

Nunca consegui colocar na minha cabeça que deveria obedecer alguém, não queria ser a marionete de ninguém. Foi por essa questão que fugi de casa quando meu pai me forçou a um casamento por contrato. Ele achava que eu era sua bonequinha de louça, que ele mandava e desmandava quando queria, mas ele estava tratando da minha vida e não da sua. Era algo meu, minha decisão!

Depois que fugi do meu pai, conheci o Guilherme. Nos apaixonamos e começamos a namorar. Eramos um ótimo casal. A parte ruim era sua possessividade, tentei relevar isso, pois pensei que fosse amor, uma ova que era.

Depois de um ano de namoro ele me pediu em casamento, estava tão iludida que acabei aceitando, afinal ele me amava e eu também o amava. Nosso casamento foi incrível. Gostávamos de viajar e foi numa viagem maluca para Las Vegas que concretizamos a nossa união. Somente nós dois. Depois seguimos para Paris e tivemos a melhor lua de mel de todos os tempos, mal sabia eu que aqueles seriam os últimos momentos maravilhosos da nossa vida de casados.

No princípio, Guilherme era muito amoroso comigo, mas com o tempo ele foi colocando suas garras para fora. Ele começou a me restringir de sair de casa, a querer mandar em mim e por esse motivo acabamos discutindo algumas vezes. Eu fugi do meu pai por conta da minha independência e agora estava nos braços de um cara que queria a todo custo me manter em sua gaiola como se fosse um animal. Não aceitaria isso, não mesmo!

Eu o amava muito e mesmo eu falando para mim mesma que não aceitaria suas exigências, às vezes, eu até me mantinha calada e tentava obedecer para não termos brigas, mesmo contra todos os meus preceitos. Um dia ele estava trabalhando e eu decidi ir ao shopping com uma amiga. Quando cheguei em casa, ele estava sentado em uma poltrona com uma fúria no olhar. Ele gritou comigo, levantou-se do sofá, veio em minha direção e desferiu um tapa em meu rosto e me xingou de vadia.

Aquele foi o primeiro e último tapa que ele me deu porque no mesmo instante fui em direção ao nosso quarto e comecei a arrumar minhas coisas, com lágrimas em meus olhos. Eu estava cansada daquela vida e me submeter a tudo aquilo ia além dos meus princípios. Aquilo não era amor e acredito que nunca foi!

Fui embora ouvindo todos os seus pedidos de desculpa, que ele estava nervoso e que aquilo nunca mais ia se repetir e blá, blá, blá... Não queria mais aquilo, nem se ele implorasse de joelhos. Foi aí que decidi que nunca mais amaria ninguém, não ia ser mais a submissa de ninguém, porém... apareceu Arthur.

Arthur nunca compreenderia meus motivos. O porquê de eu não querer um compromisso, eu tinha medo de acontecer o mesmo que aconteceu com Guilherme e tinha um grande detalhe... Eu ainda era casada! Aquele idiota não quis me dar o divórcio. Arthur só não descobriu meu segredo porque refiz meus documentos com o nome de solteira, tinha vergonha do sobrenome do idiota do meu ex.

Não queria estar apaixonada por Arthur e muito menos por aquele garoto lindo dele. Eu tinha que me blindar mais uma vez, não queria viver o amor novamente porque para vivê-lo eu sabia que a qualquer momento poderia sair machucada e isso eu não queria nunca mais na minha vida.

Então, por me blindar demais, acabei magoando ele com duras palavras as quais me arrependo amargamente. O dia mais doloroso foi quando estávamos visitando a Linda no hospital e eu disse que nunca seria mãe... Pude ver em seus olhos a mágoa estampada, sei que ele não esperava ouvir isso de mim, mas eu agi como uma imbecil e disse várias coisas para ele. Parece que se o magoasse, a dor que sentia em meu peito por o rejeitar dias antes iria sumir. Mas foi um grande erro porque, na verdade, apenas aumentou meu sofrimento.

ArthurOnde histórias criam vida. Descubra agora