Capítulo 19

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Depois que o grandioso transatlântico desapareceu em meio às ondas do Atlântico Norte, mais de 1.500 passageiros imergiram em meio ao mar gelado, pedindo por ajuda aos botes mais próximos, que afastavam mais e mais. Ouviam-se choros, gritos desesperadores e até mesmo dois apitos que assobiavam fora do tom. Os gritos por ajuda eram tão altos que o escritor Jack Thayer, a bordo do desmontável B, disse que os mesmos pareciam para ele como os altos zumbidos de gafanhotos na Pensilvânia, a sua terra natal. Muitos dos que estavam na água agarravam em qualquer coisa que flutuava, na tentativa de se salvar, mas acabavam se afogando. Os gritos da multidão que flutuava em meio ao oceano e à escuridão acabavam incomodando alguns sobreviventes nos botes, que pediam para voltar e resgatar aqueles na água; já outros negavam e pediam para não voltar, pois temiam ser abordados e ter o bote virado. Às 02h25min, cinco minutos após o naufrágio, uma mensagem do Birma para o Titanic afirmava que apenas 157km os separam. No Californian, parado do outro lado do campo de gelo, o segundo oficial Stone, o terceiro oficial Groves e o aprendiz de odicial Gibson notaram que as luzes ao horizonte sumiram. Provavelmente o navio seguiu viagem. Próximo ao local do naufrágio, o bote dobrável D começa a se afastar mais e mais. Entre os sobreviventes a bordo do bote, está Felicite Carter, acompanhada de seu marido, Dean.

— Eu acho melhor voltarmos... — pediu Felicite ao timoneiro Arthur Bright. — Há mais espaços aqui neste bote!

Bright olhou para a mulher e depois para o mar.

— Eu concordo com você, senhorita! — Bright respondeu agora, olhando novamente para ela. — Porém, as pessoas vão acabar virando o bote, pois há espaço apenas para 10 a 15 pessoas!

— Isso já faz uma imensa diferença! — Felicite respondeu, levantando-se. — Acredito que, se voltarmos agora, ainda poderemos pegar alguns durante o caminho!

— Eu acho melhor não! — Respondeu um dos marinheiros no remo. — Irão virar o bote e acabaram nos matando, e assim, nem a gente e nem eles se salvarão...

Felicite, sem dizer mais nada, sentou-se ao lado do seu marido e abraçou-o fortemente. No entanto, muitas mulheres a invejavam, pois eles haviam ficado para trás no navio, esse também era o sofrimento de Dorothy; que torcia para que James estivesse são e salvo.

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02h35min, no local do naufrágio, os pedidos de socorro começavam a ficar mais baixo e a cada minuto que se passava, o silêncio ia se mostrando mais e mais. Enquanto isso, quando o silêncio se mostrava a bordo do desmontável B – que flutuava com a quilha para cima e com trinta homens espremidos sobre o bote – isso significava que algum dos ocupantes ali havia sido levado com Deus, e assim, o soltavam devagar no oceano e a correnteza o levava. Entre os que se encontravam a bordo do bote B, estavam: o Coronel Gracie IV, o telegrafista Bride, o segundo oficial Lightoller, o escritor Jack Thayer, o padeiro Charles Joughin e o jovem acionista da Chambers Line, William Fuller. Estes que estavam neste bote sofreriam muito mais do que naquele momento, pois o mar começava a se agitar. Não muito longe dali, no bote A, este estava parcialmente afundado, pois devido ao caos no momento em que ele partiu, as suas bordas de lona não foram levantadas, no entanto, ele também havia tomado bastante água e estava perigosamente sobrecarregado. Entre os que estava a bordo, encontrava-se: Harry – este tinha água até os seus joelhos no bote –, a Sra. Rhoda Aboutt – está foi a única mulher que caiu na água e foi resgatada –, o Sr. Thomson Beattie e milagrosamente, Hector se encontrava na popa do bote e bem atrás de Harry, onde este tremia de frio.

O Desastre do TitanicOnde histórias criam vida. Descubra agora