Capítulo 5

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A tarde prosseguiu-se pelo dia 11 de abril, onde o navio continuava o seu curso rumo a América. Agora, 2.230 pessoas, estavam fazendo a história do novo navio da Classe Olympic¹, de todas as maneiras, existir e ser admirada por diversos entusiastas e marinheiros. Exatamente às 16h30min, a academia na primeira classe foi aberta mais uma vez para os passageiros de sexo masculino, onde alguns tinham horários marcados e já outros, apenas passeavam por ali. Esse era o caso da Srta. Chambers, do Sr. Payne e do Coronel Gracie IV, que estava por ali acompanhado do Sr. Ismay, na qual, o dono do navio falava sobre diversos problemas que tiveram ao conseguir aqueles aparelhos de ginástica e como era difícil, mantê-los, se caso utilizasse a técnica de aluguel. Cansada de ouvir as velhas conversas de Ismay sobre o navio, – diferente do Sr. McAdam que ouvia tudo atentamente e faziam perguntas – Dorothy, Edward e Edmond deixaram o local, estes indo em direção a popa, onde passeavam calmamente pelo convés dos botes, que apesar de ter alguns passageiros, a caminhada ali não deixava de ser adorável. No entanto, um certo silêncio corria entre os dois amigos, que apenas caminhavam para lugar nenhum.

— Sabe, Edward... — Dorothy começou a dizer algo, mas fez uma breve pausa. — Eu nunca queria estar aqui!

O rapaz franziu o cenho.

— Porque?

Dorothy soltou um forte suspiro e por fim, parou ao lado do bote de número quatorze e escorando-se nele.

— Estou sendo obrigada a amar quem, de fato, não amo...

O rapaz assentiu apertando levemente os lábios.

— Casamento arranjado, não é mesmo?

Dorothy assentiu.

— É complicado demais esse caso! — Edward respondeu encostando-se também no bote. — Já passei por isso e se for por mim, nunca mais passarei!

— Que Deus o abençoe!

Eles voltaram a caminhar pelo convés, com olhares para o pôr do sol na popa.

— Será que é tão difícil assim ser uma mulher adulta? — ela questionou-se. — Será que a minha vida vai ser desperdiçada assim sem mais e nem menos?

Ocorreu um estranho silêncio por ali.

— Talvez não seja tão ruim como pensa, Srta. Chambers! — Edward a respondeu. — Talvez, isso seja apenas paranoias de sua mente!

Eles por fim chegaram ao final da segunda classe, que tinha o limite numa varanda para a popa e lá, tinha uma bela visão do pôr do sol, da terceira classe e do mar.

— Se você o conhecesse, não pensaria assim...

Edward assentiu.

— Eu não sei mais, Edward... Eu não sei se vou me casar com ele! — Dorothy apoiou-se na grade de proteção e levou as mãos ao rosto, escondendo-o. — Ele é totalmente diferente do que eu e tem diferentes gostos!

O rapaz manteve-se em silêncio por alguns minutos.

— Bom, e se você confessar a ele?

A jovem virou-se agora para o rapaz e franziu o cenho.

— Como assim?

O Desastre do TitanicOnde histórias criam vida. Descubra agora