Capítulo 16

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O navio começava a apresentar uma grande inclinação para a proa enquanto isso, na terceira classe, na popa do navio, os passageiros faziam uma grande festa, a fim de passar o tempo e continuar a grande festa improvisada que havia sido interrompida horas antes. Alguns estavam com seus coletes salva-vidas vestidos e outros recusavam e diziam que era tudo um treinamento. Entre esses que hesitavam em vestir os salva-vidas, estava Harry, que continuava a conversar com uma mulher de cabelos castanhos, que vez ou outra sorria para ele e gargalhava bastante. Dorothy e James, que já haviam ligado todos os pontos desde a colisão do navio com o iceberg e aos rangidos do casco, logo chegaram ao salão principal da terceira classe e tiveram uma surpresa ao ver todos brincarem e festejar no local, alguns, que haviam recebidos coletes, retiraram os mesmos e jogaram em qualquer lugar no salão, dando a mínima importância para as ordens dos comissários.

— Como eles podem estar tão tranquilos em uma situação como essa? — Dorothy perguntou, surpresa. — O navio está afundando e eles não se importam...

— Ou talvez já aceitaram o triste fim... — James respondeu e, em seguida, começou a procurar Harry entre as pessoas. — Você se lembra de onde Harry estava?

Dorothy logo começou a procurar e, por fim, o achou, encostado em uma viga de aço e conversando com a mesma mulher.

— Achei ele! — disse a mulher apontando para a direção onde ele estava. — Está naquela direção do salão!

James assentiu e ambos começaram a passar pela multidão que estavam reunidos ali. Até que finalmente chegaram onde queriam, encontrando-o em altas risadas com a moça.

— Harry, preciso conversar algo urgentemente com você... — disse o rapaz após chamar a atenção do outro. — E precisa ser a sós!

O jovem Monroe franziu o cenho e assentiu, depois pediu licença à moça e afastou-se dela.

— Diga? O que houve?

James soltou um longo suspiro e olhou para todos os lados, vendo se ninguém ouvia a conversa.

— Não sei se você percebeu, mas há algo de errado com o navio. — Disse o rapaz, olhando seriamente para o jovem. — Pois ele atingiu um iceberg e agora nos pediram para vestir coletes salva-vidas!

Harry assentiu.

— E o que você acha sobre isso?

— Acredito que isso seja um treinamento, pois caso alguém caia na água...

— Sr. Monroe, entenda! — Dorothy interferiu já sem nenhum pingo de paciência. — Qualquer que bata em um iceberg, raramente escapa!

O rapaz assentiu, pensativo.

— Então quer dizer que estamos afundando?

— Acreditamos que sim e por isso, estamos indo para a primeira classe, na tentativa de embarcar em algum bote! — James avisou e Harry assentiu mais uma vez. — Você vem conosco?

Harold ficou pensativo, olhou para trás e viu a moça com quem conversava mais cedo, ela estava feliz e conversava com outra mulher. Ele pensou em voltar, mas pensou duas vezes e, por fim, olhou para o rapaz.

— Sim, eu irei!

James e Dorothy sorriram e, depois, deixaram o local rapidamente. Enquanto eles passavam pelo tombadilho da popa, acabaram percebendo que havia um comissário no pequenino portãozinho de divisória da terceira e segunda classe, este vistoriava o local.

O Desastre do TitanicOnde histórias criam vida. Descubra agora