Capítulo 24

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Enquanto os acompanhantes das testemunhas esperavam do lado de fora, os que já haviam dado o seu depoimento ao senador, agora dirigiam-se para fora do hotel e lá, encontraram-se com os seus acompanhantes, diferente de Edward que, ainda triste, parou em frente ao hotel e procurou por Dorothy, mas não a encontrou; no entanto, eles deveriam se encontrar às 17h e ainda era 16 horas e 56 minutos da tarde. Então, ele sentou-se sobre os degraus da entrada do hotel e ali, levou as mãos aos olhos, onde dispôs a chorar pela morte do seu irmão. Na sua mente, um pequeno filme com os seus melhores momentos ao lado de seu irmão foi rodado e nele, tudo era mais bonito e cheio de vida, - ao invés da agora sem cor e dolorosa vida de Edward - onde a morte já não existia mais e tudo era apenas felicidade, paz e alegria. Porém, o filme que rodava na mente dele parou e ele logo percebe que alguém parou em sua frente e que se abaixou calmamente, onde se dispôs a observá-lo. Edward, que ainda chorava, retirou as mãos dos olhos e ao ver quem era, alegrou-se. Era ele. A pessoa que ele mais amava.

- Edmond? - Ele abriu um sorriso esperançoso. - É você?

O rapaz sorriu.

- Você ainda se lembra de mim?

Edward levantou-se rapidamente e o abraçou fortemente, onde podia sentir o seu cheiro, seu toque e a sua respiração que ficava ofegante quando estavam abraçados. Aquele sorriso - que apenas Edmond tinha - era o porto seguro de Edward, que o adorava vê-lo sorrir.

- Eu não acredito que você está aqui! - Disse ele olhando para os olhos do rapaz. - Oh Edmond, como você pôde me deixar? Por quê, me deixastes?

De repente, Edmond já não respondia mais, porém, Edward ainda sentia que o abraçava.

- Senhor? Está tudo bem?

Uma mulher perguntou a ele, que a olhou e sorriu.

- E, porque não estaria? - ele disse com um belo sorriso. - O meu irmão voltou e agora, poderei viver ao seu lado por toda a minha vida!

A mulher franziu o cenho.

- Você não me disse que esse homem era seu irmão... - a mulher olhou para o homem que Edward abraçava. - Carl, você nunca me disse isso... 

Edward arregalou os olhos e, ao mesmo tempo, franziu o cenho assustado.

- Carl?

O jovem piscou fortemente os olhos e olhou para quem ele abraçava e assustou-se ao ver que não era Edmond.

- Oh, senhor, me perdoe, por favor... - pediu o rapaz, afastando-se calmamente. - Perdoe-me, eu não quis fazer isso, desculpe-me... 

O homem não disse nada e deixou rapidamente o local com a sua esposa. Em seguida, ainda em choque, Edward rapidamente sentou-se violentamente contra os degraus da escadaria do hotel e ali, começou a chorar silenciosamente, até que escutou alguns passos vindo do seu lado direito e esses passos eram calmos e macios. Os sapatos que vinham fazendo um pequeno barulho ao serem tocados na calçada nova-iorquina, parou ao seu lado e depois, o proprietário daquele sapato sentou-se ao seu lado. Era Dorothy. Está estava vestindo um belo vestido azul-claro e acompanhada de um casaco de pele de urso, este emprestado pela sua irmã, Bessie.

- Se saiu bem nos depoimentos? - ela o perguntou enquanto olhava para ele. - Eles fizeram muitas perguntas?

- Mais ou menos...

Dorothy percebeu que os olhos dele estavam avermelhados, pois ele já chorava a bastante tempo. Então, muito carinhosa, ela levou o seu braço em volta do pescoço do rapaz e o puxou para mais perto de si.

- Eu sei que você sente saudades de Edmond, mas agora você precisa ser forte e tens que superá-lo! - Ela o aconselhou. - Vai ser difícil? Vai. Mas, você precisa virar o jogo e seguir em frente...

O Desastre do TitanicOnde histórias criam vida. Descubra agora