Capítulo 7

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Dorothy deixou Edward no convés de passeio, prometendo-o de lhe contar depois sobre tudo o que tinha em mente e – sem ninguém saber – ela desceu para o convés B, onde lá tinha o acesso direto para o tombadilho do convés da popa. O que ela fez em seguida poderia ser considerado um crime, isso, diante dos olhos dos ricassos da primeira classe. A jovem logo passou do limite da segunda classe e sem perceber, encontrava-se agora entre os pobres passageiros da terceira classe. Ela adentrou por uma porta na cobertura do convés e logo desceu uma escadaria, onde chegou no salão principal e lá, avistou diversos passageiros conversando e divertindo-se naquele local. A moça logo começou a procurar por aquele rapaz que lhe ajudou mais cedo, o Sr. Burton. Olhares curiosos foram direcionados a ela, na qual, os seus trajes eram totalmente diferente dos trajes daquelas passageiras. Alguns assobios de um grupo de homens foram ouvidos por ela e estes começaram a seguir.

— Está perdida, boneca? — Disse um homem com um cigarro em mãos e com um olhar malicioso. — Posso lhe ajudar, se precisar...

Dorothy ignorou e continuou a caminhar pelo local procurando pelo rapaz.

— Sabia que ignorar uma pessoa é falta de educação, queridinha? — perguntou um dos homens que a seguiam. — Não me ignore, bonequinha!

Dorothy acabou se incomodando com aqueles tipos de assédio e sem pensar, virou-se para trás e mostrou o seu dedo do meio para os homens, na qual alguns riram e outros ficaram raivosos. No entanto, ela seguiu sem caminho, passeando calmamente pelo convés, até que um rapaz aproximou-se.

— Precisa de ajuda, Srta.? — Disse o rapaz a seguindo. — Eu sou o Harry e você procura por alguém?

— Eu procuro pelo Sr. Burton, James Burton... — ela respondeu friamente e sem demonstrar nenhuma expressão. — Você o conhece?

Harry sorriu.

— Mas é claro que sim, ele é meu amigo... — Respondeu o rapaz com sorriso simpático. — Acompanhe-me, vou levar a senhorita até ele!

O rapaz saiu na frente e ela o seguiu, não demorou muito para que eles chegassem até um grupo de pessoas, que jogavam baralho e conversavam entre si. Entre eles, encontrava o homem que ela procurava.

— James, tem uma senhorita que está lhe procurando...

O rapaz – que estava de costas – levantou-se rapidamente e olhou para os dois.

— Sim? — Ele sorriu ao olhar para ela. — Em que lhe posso ajudar, Srta.?

Ela sorriu simpática.

— Posso conversar com o senhor? — Dorothy disse e olhou para todos ao redor. — Mas, em particular, pode ser?

James sorriu e assentiu. Por fim, eles deixaram o local aos olhares de passageiros curiosos, muitas delas eram mulheres, que olhavam para as vestimentas dela, pois nunca tinham visto antes tal coisas belíssimas e grã-finas. Os dois seguiram para o convés, onde o silêncio da moça ainda era ensurdecedor para ele. Logo, eles estavam caminhando pelo convés do tombadilho da popa, aos olhares de diversos passageiros que por ali estavam.

— Bom, Sr. Burton, eu queria lhe agradecer por ter me ajudado hoje... — disse a moça calma e serena. — Acredito que se não fosse por seus conselhos e pelos outros que ouvi, eu não estaria aqui agora...

O Desastre do TitanicOnde histórias criam vida. Descubra agora