Capítulo 10

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Amanhece o dia 14 de abril de 1912. É domingo. O Titanic ainda prossegue pelo Atlântico, agora mais próximo do campo de gelo e de Nova Iorque. Às 6hrs, os telegrafistas, Jack Phillips e Harold Bride, sobrecarregados, começam o seu serviço de mensagens para Cape Race¹, na qual, foi interrompido na noite anterior após este ter apresentado problemas e com isso, diversos telegramas de passageiros da primeira e segunda classe, foram acumulados e estes avisos deviam chegar urgentemente a América, mas não chegaram e que agora estavam a caminho. Às 7h30, inicia-se as aulas na quadra de squash com o instrutor, Frederick Wright, esta situada no convés F. Na qual, o Coronel Gracie agenda um horário nas primeiras horas da manhã de segunda-feira (15/04).

Enquanto isso, às 08hrs, Dorothy está arrumando-se para ir ao café da manhã no salão de jantar da primeira classe, onde veste um belíssimo vestido verde claro, com detalhes brancos nas mangas, no decote e nas bordas. Um exótico penteado encontra-se feito em seus cabelos castanhos, além de um chapéu preto com penas brancas. O seu adorável chapéu que lhe fora presenteado por sua tia, Mauren, esta que mora no Canadá. No entanto, quando estava vestindo as luvas e pegando a chave da porta de sua cabine, avistou um papel branco pousado no chão e próximo da porta. Provavelmente alguém o jogou por baixo da porta. Curiosa e perguntando-se sobre o que era aquilo, ela andou até ele, pegou-o do chão e abriu, logo vendo uma caligrafia muito bonita no papel que tinha o nome do navio e a logo da White Star Line.

— Encontre-me no salão de jantar no café da manhã. Venha sozinha. — ela leu quase sussurrando. — Preciso lhe comunicar algo importantíssimo. Atenciosamente, Edward Payne!

Dorothy franziu o cenho, tentando adivinhar sobre o que Edward queria lhe dizer. Será que James causou uma má impressão aos que estavam na mesa na noites anterior? Então, ainda curiosa, ela dobrou novamente o papel, guardou-o na manga comprida do vestido, destrancou a porta e por fim, depois de a trancar de volta, saiu pela mesma, rumando para o salão de jantar. Quando chegou ao local da escadaria, foi observada por alguns passageiros, entre eles, o Sr. Astor acompanhado do Major Butt. Quando ela começou a subir os degraus da escadaria, foi olhada mais uma vez por algumas mulheres. Dorothy achou aquilo um pouco estranho, mas suspeitou de que fosse por seus trajes que eram um tanto chamativos. Quando chegou ao convés em que ficava situado o salão de jantar, ela foi olhada mais uma vez, desta vez, pelos Duff-Gordon e pelos Thayer, que conversavam entre si. Até o Sr. Van Dort a olhou e a cumprimentou antes de encará-la. A moça adentrou no salão e logo começou a procurar por Edward, até que o achou olhando para as janelas no lado bombordo, este estava pensativo e ao seu lado, estava Edmond, que permanecia quieto olhando para o pequenino jarro de flor sobre a mesa. Provavelmente, Edward estava quieto por causa da senhorita que aproximava-se calmamente. No entanto, um belo sorriso surgiu no rosto da moça e está aproximou-se deles.

— Bom dia, rapazes... — Ela disse puxando uma cadeira. — Como estão?

Edward abriu um sorriso fraco.

— Bom dia, Srta. Chambers. Estamos bem!

Ela assentiu e por fim, pediu o seu café da manhã e esperou por alguns minutos pelo garçom, até que este pudesse voltar com o seu café. Enquanto ela esperava, Edward resolveu quebrar o silêncio ali naquela mesa.

— Então, você leu o meu bilhete?

— Sim, eu li e estou completamente confusa sobre ele... — Dorothy respondeu olhando atentamente para o garçom que vinha ao longe com uma bandeja. — O que aconteceu, Edward?

Após ela o questionar, o seu café foi entregue e está agradeceu, e após o garçom desertar dali, Edward soltou um forte suspiro e em seguida, apertando os olhos com os dedos da mão esquerda.

O Desastre do TitanicOnde histórias criam vida. Descubra agora