Capítulo 8

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O dia 13 de abril amanheceu sereno, calmo e com algumas nuvens grandes e escuras. Como se aparentasse que fosse chover. Mas, quando o sol apareceu, todo aquele clima se dissipou. O grandioso, RMS Titanic, seguia rumo à Nova Iorque, com toda a força de seus grandes motores. Às 08h30min, o café da manhã foi anunciado no salão de jantar. Na qual, a Srta. Chambers, que havia acordado um pouco tarde, estava a caminho do salão de jantar, quando este estava quase terminando. Durante o seu trajeto, já ultrapassando a porta do salão, ela pôde notar certos olhares e cochichos em direção a ela. Provavelmente, eles já sabiam do que havia ocorrido na noite anterior e alguns sentiam falta do Sr. Fitzgerald. Dorothy sentou-se numa mesa vazia, onde por ali ficou em silêncio analisando o cardápio do café daquela manhã, mas, vez ou outra, sentia um certo pressentimento que estava sendo observada por todos e quando conferia, alguns disfarçavam e outros continuavam olhando. Ela começou a sentir um certo pesar em sua mente, como se ela tivesse culpa, mas de fato ela não tinha. Passou-se alguns minutos desde o seu pedido, e durante isso, ela aguardava alguém que pudesse sentar-se com ela. Mas ninguém veio.

Às 08h40, o seu pedido havia chegado e ela logo fez seu desjejum. Alguns minutos depois, ela permaneceu sentada ali por alguns minutos. Na qual a sua mente martelava em apenas uma única pessoa. James Burton. O que aconteceu após ele ter a salvado do ataque na noite anterior? Será que ele estaria bem? Mas, a sua mente parou na questão sobre ninguém ter vindo sentar-se com ela no café. Provavelmente, estariam ocupados. Porém, justo na hora do café da manhã? Estranho demais isso. Às 08h50min, Dorothy deixou o salão de jantar e seguiu em direção ao convés A e dessa vez, rumou para a popa do navio, na qual, a mesma começou a aproveitar o seu curto e silencioso passeio, onde a sua mente fazia questão de lembrar do rapaz que a salvou. O Sr. James Burton. Então, após ela observar a terceira classe, finalmente criou coragem para ir até lá e por fim, voltou até um certo ponto atrás no convés e desceu algumas escadas, onde chegou até o convés B, na qual, rumou em direção a popa. Não demorou muito para que ela já estivesse ultrapassando o limite permitido na segunda classe, onde logo chegou ao tombadilho. Muitas pessoas curiosas, aproximaram dela e outras a olharam dos pés a cabeça, pois nunca haviam visto tais vestimentas iguais aquelas. Dorothy olhou para todos os lados procurando por James, mas não o encontrava.

— Srta. Chambers? — Perguntou uma voz conhecida por ela. — O que fazes aqui?

Ela olhou para todos os lados, na qual tentava ver quem era e logo achou o dono daquela voz. Era James. Este estava encostado numa parede fumando um cigarro.

— Sr. Burton? — Disse ela aproximando-se calmamente dele. — Estás muito ocupado nesse momento?

— Não, não estou! — ele respondeu apagando o seu cigarro. — Porque?

Dorothy sorriu.

— Bom, eu e você podemos dar uma volta pelo convés? — Ela o convidou. — Preciso conversar com você!

James jogou o cigarro fora e assentiu. Em seguida, eles deixaram o local, indo dessa vez para o convés A da proa.

[...]


Enquanto isso, às 09hrs daquele dia, o RMS Titanic recebe uma mensagem que informa que o Rappahannock, da Furness Withy Line, de Liverpool, sofreu danos no leme ao cruzar campo de gelo. O Titanic ainda prossegue pelo Atlântico a toda velocidade, mesmo com os avisos de gelo. Na ponte de comando do navio, os oficiais sêniors, o terceiro oficial Pitman e o quinto oficial Lowe dividem mais um turno de vigília marítima de quatro horas, estes estão na faixa das 8hrs – 12hrs, onde os oficiais Boxhall e Moody assumiam os seus postos. Alguns minutos após as nove horas da manhã, o telegrafista Bride adentrou na ponte com uma pequena folha de papel em mãos, provavelmente, era algum aviso.

O Desastre do TitanicOnde histórias criam vida. Descubra agora