Capítulo 23

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Era inacreditável pensar que em pleno ano de 1912, já existiam perseguições policiais e de fato, existia. Como podemos notar, as carruagens – uma de Hector e outra do departamento de polícia – continuavam em perseguição numa velocidade excessivamente alta. O automóvel de Hector, que era uma carruagem de cor preta, seguia correndo na frente e a viatura da polícia seguia atrás. A perseguição chamava atenção de muitas pessoas na rua, que caminhavam em direção ao píer, onde os sobreviventes do Titanic se encontravam. Na viatura, Edward estava quase comendo os próprios dedos de tanta ansiedade e pensamentos ruins – até mesmo de morte – e torcia para que Hector se rendesse o mais rápido possível, esse também era o desejo dos guardas, que pediam a todo custo para que Hector pudesse se render. Enquanto William, tentava tramar algum plano com os oficiais. Por fim, eles já estavam do outro lado da cidade e a rua estava começando a mudar a cada bairro que se passavam. Enquanto isso, dentro do automóvel de cor preto, Dorothy chorava silenciosamente e rezava em silêncio, pedindo para que Deus pudesse fazer um milagre. Já o Hector, com uma arma de calibre 38 em mãos, que olhava constantemente para trás, pedia para que o seu motorista particular acelerasse o carro, pois sentia que os policiais estavam próximos demais.

— Agite esses cavalos do inferno!

— Desculpe senhor, é o máximo que eles podem fazer!

Hector rangeu os dentes.

— Eu não quero desculpas, pois não lhe paguei para isso. — Disse Hector rangendo os dentes e colocando a sua arma na têmpora da cabeça dele. — Faça essa droga ir mais rápido ou estourarei os seus miolos!

O motorista assentiu engolindo a seco.

— Maldição, eles acabarão nos pegando! — Disse Hector olhando para trás e vendo as lamparinas que balançava na carruagem. — Não irei para a cadeia de novo!

— Não irá se você me soltar... — Dorothy sugeriu entre lágrimas. — Me deixe aqui, Hector!

— Você acha que eu sou algum louco? — Indagou o homem franzindo o cenho. — Não irei soltá-la enquanto esses policiais não estiverem mais aqui!

Dorothy ficou em silêncio.

Há poucos metros atrás, os policiais seguiam traçando um plano para poder deter Fitzgerald, porém, como iriam fazer isso?

— Detenha-se, Fitzgerald. — pediu um policial falando por um megafone e debruçado para fora. — Logo você ficará sem saída e, portanto, detenha-se já!

Não houve respostas por parte de Hector.

— Esse cara é maluco. — Comentou o policial que dirigia. — Não deviam tê-lo soltado!

— Infelizmente, há uma imensa diferença entre justiça americana e inglesa! — William comentou. — Simplesmente, negam pedidos de socorro e atendem pedidos de amor.

Um dos policiais assentiu.

— Estamos chegando ao fim da rua. — avisou o motorista. — Depois dali, o que tens são apenas florestas!

— Se ele entrar lá, ela estará perdida para sempre!

Edward tremeu dos pés a cabeça.

Mais a frente, no carro de Fitzgerald, Dorothy ainda continuava a chorar silenciosamente e pedia a todo custo a Deus, para haver um milagre e de fato, aparentava que esse milagre nunca chegaria até ela. No entanto, Hector logo havia notado que estava ficando sem saída e que iriam pegá-lo em breve. Porém, ele precisava arranjar uma rota de fuga e rapidamente, antes que lhe pegassem. Mas, Dorothy havia percebido que poderia sair daquele automóvel facilmente e tudo de que precisava, era apenas uma distração.

O Desastre do TitanicOnde histórias criam vida. Descubra agora