Capítulo 11

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O salão de jantar estava sendo esvaziado pelos passageiros, na qual já haviam feito as suas refeições e agora iriam aos seus afazeres, enquanto isso, alguns ainda ficaram por ali, apesar do horário do almoço já ter se encerrado. Passageiros esses que eram a Srta. Chambers e os irmãos Payne, que ainda estavam por lá, conversando, tomando algumas bebidas e ainda desfrutando da sobremesa, na qual Edmond pediu duas vezes o mesmo doce que sempre adorou. Bolo de chocolate. Algo que este ama desde quando tinha quatro anos de idade. Quando faltava pouco para o salão fechar, os três deixaram o local e seguiram para o convés dos botes no lado bombordo do navio, onde passearam calmamente debaixo de um sol não muito quente, na qual sentiram o vento um pouco frio vindo do sudoeste e avistaram alguns blocos de iceberg, que passavam ao longe do navio, simbolizando de que o perigo estava cada vez mais próximo deles. No entanto, Dorothy, ao ver um daqueles, sentiu um esfriamento na espinha e engoliu a seco. Provavelmente tinha algum trauma.

— Sempre tive medo de icebergs... — ela comentou enquanto andava calmamente com Edward e Edmond. — Desde quando era criança!

— Será algum trauma?

— Provavelmente sim, porque depois do Betherland, o navio do meu tio-avô, quase afundar após atingir um pequeno iceberg. — Ela relatou enquanto Edward assentia. — Eu acabei ficando assombrada com bloco de gelo!

Edward assentiu em silêncio.

— É realmente muito complexo! — Disse o jovem Payne. — Espero que consiga superar esse trauma!

— Eu também espero!

Houve um estranho silêncio de alguns segundos, até que Edward o quebrou.

— Por falar em superar... — Ele disse a ela, que apenas ficou em silêncio e abaixou a cabeça. — Será que você irá conseguir se afastar do Sr. Burton?

Dorothy suspirou profundamente.

— Eu não sei, Edward... — ela disse olhando para a popa. — Mas, terei que ser obrigada a fazer isso ou se não... Acabarei machucando quem eu não quero!

O rapaz assentiu.

— Mas, você conversou com ele?

Ela abaixou o olhar mais uma vez.

— Não, ainda não... — disse ela e ele assentiu. — Não sei se irei conseguir.

Edward olhou para ela e um sorriso acolhedor brotou em seu rosto.

— Você consegue. Basta apenas fazer um esforço!

— Falar é fácil, Edward.

Ele assentiu.

— Mas, eu acredito em você! — ele respondeu e ela abriu um sorriso fraco. — Você irá conseguir soltar-se dele!

— Espero eu...

Eles prosseguiram com o seu passeio pelo convés dos botes, na qual, vez ou outra, passavam por algumas pessoas conhecidas e estas o cumprimentavam. Enquanto isso, o Titanic prosseguia agora cercado de diversos icebergs, onde aproximava-se cada vez mais do campo de gelo.


O Desastre do TitanicOnde histórias criam vida. Descubra agora