Capítulo 1

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10 de abril de 1912
Cais da White Star Line
Southampton, Reino Unido

Não se passava das onze horas e trinta minutos, quando um grandioso navio, que estava atracado no cais da companhia de navegação inglesa, White Star Line, anunciou através do seu apito de que partiria em breve para uma grande viagem. Viagem essa que seria a sua primeira. Ele era um grande navio de passageiros com 269 metros de comprimento, 28 metros de largura e 50 de altura, quatro chaminés e com uma capacidade máxima de transporte de mais de duas mil pessoas. Era maior do que os navios mais famosos da época, como o RMS Mauretania e RMS Lusitania, que ambos tinham 245 metros de comprimento. Altamente luxuoso e veloz, nele foi embarcado um carro Renault 1910 de 350 HPS, automóvel esse altamente luxuoso e moderno, porém, o Titanic era mil vezes mais luxuoso do que este automóvel. Além disso, um modelo semelhante seguia no meio da multidão que se formava em meio ao cais, ele buzinava várias vezes para as pessoas que estavam no caminho. Logo o automóvel parou e uns dos motoristas desceram do carro, seguiu para a porta, abriu a mesma e uma dama esticou a mão suavemente para o motorista, que pegou na mesma e ajudou a descer uma bela senhorita, de cabelos e olhos castanhos, pele branca, meio alta e magra.

— Muito obrigada, Barney! — Agradeceu a moça, após descer do carro e olhar o grandioso navio. — Então esse é tão falado Titanic?

Ela deu dois passos a frente e um homem a acompanhou.

— Isso mesmo, Dorothy, é o maior navio já construído desde então. — Disse um jovem rapaz que a seguiu. — Muito mais luxuoso e maior do que o Lusitania e Mauretania!

A moça o olhou séria.

— É veloz igual ao Mauretania?

— Bom, eu ouvi dizer que sim... — disse o rapaz acendendo um cigarro. — Provavelmente, ele irá alcançar a sua velocidade máxima ainda nessa viagem!

Ela assentiu analisando o navio.

— Mas, o Titanic e os demais terão muita dor de cabeça com a chegada do Octenville... — Comentou o homem baforando a fumaça de seu cigarro. — A nossa companhia irá crescer após esse novo navio que estamos construindo, Dorothy!

— Esperamos que sim! — ela sorriu e depois olhou para trás a procura de algo. — Onde estão as minhas malas, William?

O jovem olhou para trás e não as encontrou.

— Sr. Barney? Faça-me um favor aqui. — ele chamou o chofer que rapidamente brotou ali. — Onde estão as maletas de minha irmã?

— Elas já foram levadas por um comissário, Sr. Chambers!

William assentiu e depois os seus olhos voltaram para a sua irmã, que estava desanimada e um pouco triste.

— Vamos, anime-se, Dorothy! — Ele pediu com um sorriso largo no rosto. — Você irá para a América, onde terá uma vida muito melhor do que aqui!

Dorothy suspirou profundamente.

— Sim e se casar com um homem horroroso e esnobe! — Ela disse emburrada. — Simplesmente, eu nunca queria ter conhecido aquele homem!

William assentiu.

— Infelizmente essa é a única maneira de fazer com que possamos alavancar os lucros da companhia, você não percebe que os lucros caíram repentinamente? — questionou o mais velho. — Se casar com o Robert será uma salvação para a companhia... Se papai estivesse aqui, ele estaria lhe apoiando e lhe suplicando para fazer esse sacrifício!

O Desastre do TitanicOnde histórias criam vida. Descubra agora