Capítulo 25

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- E foi assim que tudo se encerrou...

Houve um breve silêncio.

- Triste e sombrio. - Completou a mulher. - Porém, com ótimas lembranças de um belo amor.

Já se passava das 23h quando a tão bonita história de amor já havia se encerrado. O clima ali era meio-termo, com um pouco de frio e um pouco de calor. A lareira no local aquecia o cômodo e o deixava mais agradável. As velas em alguns lugares no local iluminavam parcialmente o lugar, que havia sido palco para uma grande história de amor e aventura a bordo de um grande transatlântico.

- Uma bela história, que infelizmente aconteceu... - dizia a mulher que se levantou calmamente da sua poltrona. - E todos os personagens desta aventura, viveram e ainda vivem até hoje!

Quando ela se aproximou da cama da menininha, percebeu que esta encontrava-se em sono profundo e aparentava que já estava dormindo a um bom tempo.

- Você já dormiu? Puxa vida, não aguentou escutar a história toda! - Disse a mulher cobrindo o corpo da garotinha e depois depositando um beijo em seu rostinho. - Boa noite, meu amor. Sonhe com os anjos!

Em seguida, ela apagou as velas e deixou o local, fechando a porta logo depois que saiu. A mulher dirigiu-se pelos corredores de sua enorme casa, passou pelo quarto de seus cinco filhos e verificou se estes já dormiam; e certamente, já se encontravam em sono profundo. Depois, rumou para a cozinha de sua casa, onde encontrou o seu marido sentado numa cadeira na mesa, com uma taça de vinho em mãos, em silêncio e uma vitrola ao seu lado, onde escutava uma bela melodia de Night Salonist - uma bela balada do início da década de 1930. A mulher - sempre muito travessa - decidiu assustá-lo, assim se fez, ela acabou dando um susto no homem quando o tocou nos ombros e fez quase saltar de seu lugar.

- Quer me matar de susto, querida?

Ela sorriu e sentou-se ao lado dele, que se virou em direção a mesma.

- Estás muito assustado! - Ela pegou a taça de vinho das mãos dele e bebericou um pouco. - Quando eu lhe conheci, você não era assim!

O homem sorriu e a olhou nos olhos.

- Você contou aquela história para ela?

Ela abaixou o olhar e abriu um sorriso fraco.

- Eu senti que ela precisava escutar toda a verdade...

O homem levou os seus dedos até os cabelos dela, onde uma madeixa havia se soltado de trás de sua orelha e este o colocou de volta no lugar. Depois, levou os seus dedos ao queixo dela e o levantou calmamente, fazendo ela o olhar.

- Você é uma mulher incrível e eu a amo por sua força de vontade e determinação! - Ele declarou-se olhando-a no fundo dos seus olhos. - Eu sou um homem muito sortudo de tê-la em meus braços...

Ela abriu um sorriso fraco.

- Assim como os outros dois que se foram... - Ele sorriu e houve uma breve pausa. - Eu te amo, Dorothy!

Em seguida, ele levou os seus lábios aos dela e ali, um beijo doce e calmo foi selado. O romance ainda não estava morto e nunca estará, pois, querendo ou não, ele sempre existirá, garantidamente. Logo, eles separaram-se com belos sorrisos e por fim, recuperaram o fôlego.

- Eu também te amo, Christopher...

Eles deram outros beijos e por fim, dançaram algumas músicas ali num pequeno espaço que tinha na cozinha; porém, vez ou outra, acabavam esbarrando em algum móvel e quase quebraram a garrafa de vinho que estava sobre a mesa. Entre risadas e beijos, eles se divertiam como nunca haviam se divertido antes.

- Eu suponho que devamos parar, se não... - sugeriu Dorothy entre risadas. - Iremos quebrar todos os móveis da cozinha!

Christopher sorriu.

- É bom mesmo. - Ele respondeu e depois, esticou a sua mão para a moça. — Mas enfim, me acompanha até os seus aposentos, Srta. Chambers?

Ela tocou levemente a mão do rapaz, que a segurou delicadamente.

- Com toda a certeza, Sr. Lewis!

No entanto, quando eles começaram a caminhar, Christopher rapidamente a pegou nos braços enquanto ela pedia para largá-la ao chão. Porém, ele não a obedeceu.

- Se você me deixar cair... - Dorothy o ameaçou entre risadas. - Não responderei por meus atos!

Christopher sorriu mais uma vez.

- Fique tranquila, não irei lhe derrubar! - ele respondeu calmamente. - Não derrubo pessoas importantes!

Dorothy sorriu e o beijou no rosto.

Por fim, eles seguiram apagando as luzes do corredor conforme passavam pelo caminho e ali, naquela noite, eles desfrutaram do mais bonito e belo amor. Assim como ela fez há quase 30 anos, onde James foi o seu protetor e o seu homem por alguns dias, que aparentavam ser mais de 50 anos.

Apesar de já se passar quase 30 anos, James nunca foi esquecido e nunca será. Ele nunca a deixou de visitar Dorothy em seus sonhos, onde poderiam matar a saudade um do outro. Mas, o que se sabe ao certo, é que o Titanic foi a escada para que James Burton pudessem alcançar Dorothy Chambers, uma mulher de muito poder e com uma boa vida financeira. Enquanto ao Titanic, sabemos que este ceifou 1.500 vidas e deixando 700 pessoas para contar a história, mas, ele nunca foi esquecido e nunca será. Pode-se passar mais de mil anos, e ele sempre será lembrado por muitos por ser o navio mais emblemático e simbólico em meios de navegação. Além disso, aprendemos aqui que tudo pode acontecer se tiver o amor. O tão lindo e maravilhoso amor, que se for possível, existirá para todo o sempre.

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Música: The Grand Finale
Compositor: Danny Elfman
Link: https://youtu.be/L91w7A-VNh8

O Desastre do TitanicOnde histórias criam vida. Descubra agora