Prólogo

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🌡Maria Luiza🌡

- Não é possível que não vende pão de queijo em nenhum lugar de Tóquio

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- Não é possível que não vende pão de queijo em nenhum lugar de Tóquio. - resmungo.

- Vai comer nossas comidas típicas até a viagem terminar. Se resolver ficar não vai poder fugir. - Ren diz.

Resmungo me sentando no sofá emburrada enquanto ele ri da minha cara.

Nos conhecemos a três anos no Brasil, fizemos amizade logo de cara já que ele me pediu uma informação de forma bem gringa o que me fez rir.

Dei uma leve zoada pelo seu jeito de falar e conversamos um pouco, acabei pegando seu número e logo viramos melhores amigos.

Ele me ensinou a língua dele e eu a minha, apesar dele já saber um pouco já que sua mãe é brasileira.

Mas como eles moravam em Tóquio ela não costumou ele falando as duas línguas, só quando ele já tinha uns treze ela começou a ensinar.

Ele morou esse tempo todo no Brasil com a tia, mas vai morar aqui novamente.

E como um bom amigo me trouxe junto para passar um tempo e ver algumas coisas aqui, se eu gostar podemos morar juntos pelo menos esse ano.

Só estou aqui a duas semanas e já estou com saudade da comida brasileira, as comidas aqui são tão estranhas.

Não me arrisco a comer a maioria só as mais simples e conhecidas que eu já sabia que iria gostar.

- Não fica emburrada, toma meu cartão. Já sabe ir no restaurante aqui na outra rua certo? - pergunta e eu assinto. - Compra teppan para nós dois, o que acha?

- Por isso você é meu melhor amigo. - falo rindo.

Pego o cartão da sua mãe fazendo o mesmo rir negando com a cabeça pego meu celular e saio da casa.

Uma curiosidade sobre esse lugar, sempre está cheio e na maior correria. Não importa o horário, sempre tem gente na rua pra tombar em você.

Sigo o caminho para o restaurante e entro sentindo o vapor quente me atingir. Devido ao horário de almoço o movimento por aqui é grande, depois de alguns minutos na fila faço o pedido e espero ali do lado.

Mando mensagem para o Ren avisando que vai demorar um pouco e que é para ele preparar o suco enquanto isso.

Alguns minutos depois bufo indo em direção ao banheiro, estou toda suada com todo esse vapor.

Escuto barulhos de fogos e as pessoas rindo e batendo palmas, entro no banheiro e as duas mulheres ali saem, lavo a mão e o rosto na pia. Passo a mão no pescoço e respiro fundo.

Deu queda de luz e voltou alguns segundos depois, o barulho de falatório parou.

Acho que se assustaram com o apagão repentino, saio do banheiro e volto para aonde estava e estranho.

Está completamente vazio, não tem ninguém.

Aonde está todo mundo?

Saio do restaurante e olho pela rua, nada.

Corro para casa já começando a me desesperar, entro gritando o nome do Ren mas não obtenho respostas.

Procuro pela casa toda e nada, está estranho demais. Estou ficando realmente com medo, que merda está acontecendo?

Saio de casa correndo pelas ruas e as vejo totalmente vazias, volto correndo pelo mesmo caminho e acabo batendo de frente com um menino loiro.

- Puta merda até que enfim, você sabe o que aconteceu? Onde estão todos? - pergunto desesperada.

- Eu não sei, não faço ideia. Meus amigos e eu estávamos no banheiro e quando saímos todos desapareceram. - ele diz.

- Aí meu Deus e agora? - sinto meus olhos ardendo.

Estou em um país estranho sem conhecer nada e agora sozinha, o que eu vou fazer? Cadê o Ren?

Começo a me desesperar e soltar soluços, o menino estranho me abraça e eu o aperto tentando me acalmar.

- Ei calma. - ele puxa meu rosto com as mãos. - Respira comigo, isso assim. Vai ficar tudo bem, vamos achar todos logo.

Alguns minutos depois respiro fundo e solto o estranho, solto uma risada com isso.

Nem conheço mas já me ajudou com uma crise de pânico, não sei se fico agradecida ou apenas saio correndo por não conhecer o mesmo.

- Está melhor? - pergunta e eu assinto. - Meu nome é Karube, meus amigos estão logo ali na frente, vamos até lá.

Concordo e sigo ao seu lado até chegar aos dois meninos morenos, eles me olham surpresos e de boca aberta o que me tira uma risadinha.

- Você achou uma garota. - um deles diz.

- Você não parece daqui, qual o seu nome? - o outro diz.

- Não vou dizer meu nome para estranhos. - cruzo os braços.

- Parem de olhar para ela desse jeito. - Karube diz. - Eles são Chota e Arisu.

- Prazer em conhecer. - Arisu sorri.

- O prazer é meu. Sou Maria Luiza e não, não sou daqui. - aperto a mão dos dois. - Sou brasileira, vim para Tóquio a duas semanas.

- Você é muito bonita. - Chota diz e cora logo depois.

- Obrigada. - sorri.

Um telão se acende chamando nossa atenção, nós nos olhamos e voltamos o olhar para o grande prédio.

Fatal Love.Onde histórias criam vida. Descubra agora