05 - Um caso complicado

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A agência de Detetives Armados ficava no centro de Yokohama em um prédio comercial. Composta por cerca de 10 integrantes. Um deles, Osamu Dazai, 22 anos, havia integrado a equipe a pouco tempo, embora tivesse abandonado a Máfia do Porto a cerca de dois anos. A ficha dele era extensa e levou um tempo para que pudesse pelo menos ingressar a sociedade novamente. Como executivo da máfia do porto foram: 138 acusações de conspiração para assassinato, 312 acusações de extorsão e 625 acusações de fraude variada, entre outros crimes. Viveu na clandestinidade por 2 anos até que sua ficha criminal fosse apagada misteriosamente.

Não se sabia sobre o seu passado, apenas que era inteligente, extremamente estrategista, pensa em cada passo antes mesmo de ser executado, por isso se tornou tão bom também como detetive. Era, também um maníaco suicida que tinha pouco apresso pela vida. As inúmeras tentativas de suicídio eram uma coisa rotineira para ele e seus companheiros de equipe.

Dazai era um homem alto e magro. Vestido sempre como um Lorde inglês com um sobretudo marrom claro, calças cor palha, , camisa branca, colete preto, sapatos marrons e uma gravata texana que destoava do restante do figurino. Os braços, pernas e tronco seguiam enfaixados, o motivo para tal ainda era um mistério, mas acreditava-se que era devido às inúmeras tentativas de suicídio. Ele tinha apenas 22 anos, o rosto era delicado e tinha sempre uma expressão de relaxado, com um sorriso debochado. Cabelos castanhos escuros e o corte de cabelo indicava alguém meio preguiçoso para manter um corte específico. Os olhos era de um castanho que beirava o vermelho.

Caminhou de sua casa até a agência e subiu as escadas preguiçosamente e se debruçou sobre a mesa.

Naquela manhã todos estavam na sala da sede da Agência preenchendo relatórios e comentando sobre a missão. Os dois novos integrantes, Atsushi e Kyouka haviam voltado de mais uma missão naquela tarde. O primeiro era o rapaz do poder do Tigre, e a outra, portadora do poder do Demônio da Neve. Todos daquela agência possuía algum poder paranormal.

Kunikida, era o mais responsável dentre os integrantes. O rapaz alto e loiro entrou na sala com alguns papéis e pôs sobre a mesa.

-Dazai! Seu irresponsável! Ainda não terminou de preencher a papelada?

-E nem vou preencher! - Dazai era bom no que fazia, só gostava de irritar Kunikida.

-Você é péssimo! Ah, o presidente quer uma reunião comigo e você.

-Ah, eu tenho compro-

-Agora!

Os dois eram parceiros na maioria dos casos. Eram como duas faces distintas de uma mesma moeda. Enquanto um era calmo, centrado e organizado, o outro parecia estar sempre sob efeito de alucinógenos, além de não ter muito comprometimento.

Eles entraram na sala do presidente que já os aguardava. O homem vestindo um kimono, tinha cabelos brancos compridos e uma expressão serena.

-Ah, obrigado por virem. Sentem-se por favor.

-Do que se trata presidente? - Kunikida perguntou ajeitando os óculos.

-Um caso. Bem complicado para falar a verdade.

A moça que aparentava ser a secretária do presidente ligou o data show e começou a apresentar fatos sobre o caso.

-Um caso de sete anos atrás. - Fukuzawa, o presidente começou a falar. - A família Sihadeko foi vítima de um incêndio que matou a família inteira.

Dazai estreitou os olhos. O nome Sihadeko veio instantaneamente em sua memória. Uma jovem o havia confrontado alguns anos antes o acusando de ter matado a família dela.

-Sihadeko? - Ele perguntou curioso.

-Sim, eram uma família muito rica e poderosa. O incêndio aparentemente foi acidental.

-Por que aparentemente? - Kunikida questionou.

-Está manhã, um representante veio solicitar uma investigação profunda, porque acredita que não foi acidental. Foi criminoso.

-E baseado em que essa pessoa diz isso? - Dazai questionou.

-Bem, eu também tinha esta dúvida. O material inicial indica que a polícia, bombeiros, a perícia diz que foi acidental. Vazamento de gás. Até eles mencionarem o nome da empresa que o chefe da família comandava: The Black-C.

-The Black-C??? - Dazai deu um salto da cadeira.

-O que isso quer dizer? - Kunikida disse sem entender nada.

-Era o nome da empresa fundada sobre a organização criminosa dos Mantos Negros. - Dazai disse se lembrando que já havia ouvido esse nome antes.

-Sim. Os próprios.

-Eu soube que eles desapareceram. Disseram que haviam se dissolvido. Acabado com a organização. - Dazai ficou intrigado.

-Pelo visto sabemos porquê aparentemente. - Fukuzawa disse analisando as fotos.

-A família inteira morreu?

-Sim, todos os corpos encontrados. Exceto um.

-A garota mais alta daquela foto. De cabelo comprido e franja. - Dazai apontou para a foto do data show.

-Hana Sihadeko. Na época com 15 anos. Seu corpo nunca foi encontrado. Como sabe? Viu as notícias da época?

-Podemos dizer que sim.

-A Máfia do Porto tem algo a ver com isso? Considerando que você estava lá na época? - Fuzukawa disse passando mais uma foto.

-Não. Eles colecionaram inimigos. Eram poderosos. Mas, a Máfia do Porto era uma aliada. - Dazai pontuou.

-Então, não foram eles? Ou vocês, no caso?

-Não. Disso eu tenho certeza absoluta. Mas, pode ter certeza que foi alguém muito influente. Muito poderoso.

-Bem, temos um caso complicado. Ah, e o contratante... - Fukuzawa começou a dizer.

-Me solicitou para o caso? - Dazai continuou a frase. - Imaginei.

-Bem, a agência então aceita este caso. Eu peço uma atenção especial a este caso.

-Conhecia a família, Presidente? - Dazai perguntou ao perceber a expressão triste do chefe.

-Sim. Eu os conheci. Sem dúvida um baque grande na época. Principalmente pelas crianças.

Dazai olhou para a foto atentamente. Não tinha a menor dúvida, era a mesma moça que havia o confrontado anos atrás, e que buscava vingança.

-Então... - Dazai começou. - Vamos revirar o passado.

-Isso é o mesmo que mexer com os mortos. - Kunikida suspirou.

-Não. É pior. - Dazai disse analisando a foto da família.

Eles aceitaram o trabalho e começaram as investigações o mais rápido possível. Foram a polícia, necrotério, prefeitura, bombeiros. Informações vagas. Nada muito concreto e o pouco que tinham em alguns casos havia se perdido. A maioria das pessoas evitava até tocar no assunto, o que o deixa a muito intrigado.

Dazai voltou ao seu pequeno apartamento já tarde da noite. Ele morava não muito longe num predii cedido pela própria agência, onde os integrantes moravam. Abriu a porta e antes mesmo de acender a luz disse:

-Eu te disse uma vez, ou você é muito corajosa, ou é muito burra.

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