19 - Chuuya e Hana

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Foram algumas semanas. Quatro ou cinco. O tempo é relativo quando se trata de sentimentos. O jovem ruivo foi mesmo até ela alguns dias depois. Meio receoso, meio desconfiado. Não demorou para encontrar onde a jovem estudava. Ele ficou aguardando a jovem do lado de fora da escola pensando se o que estava fazendo era certo. Quando ela o viu do outro lado da rua seu rosto se iluminou.

-Você! - Ela o viu de longe e foi até ele.

-Oi... - ele disse meio sem graça.

-Você me encontrou mesmo.

-Burgueses se misturam com burgueses. - Ele disse meio debochado.

-Eu não sou burguesa. Sou... - ela parou para pensar. - É, bem eu sou...

-Uma burguesa. - Ele estava com as mãos no bolso meio arredio. - Eu só vim ver como estava, estou indo embora.

-Espera! Eu nem sei seu nome... - Ela disse colocando o cabelo atrás da orelha.

-É Chuuya Nakahara. E você é Hana né?

-Sim.

-Nome bonito. - Ele tinha o olhar intenso.

Ela corou com o elogio.

-Agora eu tenho mesmo que ir! - Ele disse se afastando.

-Não. - ela tocou seu braço. - Não vai. Vamos... conversar mais.

Ele olhou para a jovem de olhos brilhantes. Seu coração pareceu bater mais forte. Queria ir embora, mas a presença da moça aquecia seu coração.

-Eu não tenho muito tempo. - Ele começou a dizer. - Vem, vou te levar para um lugar.

Eles caminharam juntos por um tempo, ele a levou para o porto e ficaram vendo o mar. Hana gostava da companhia dele, embora misterioso, ele aparentava ter um senso de lealdade e justiça, e por incrível que pareça ele não gostava de fazer coisas sem sentido e mortes desnecessárias.

-O que faz duas garotas ricas irem até Suribachi? - Ele perguntou em tom debochado.

-Adrenalina, eu acho.

-Montanhas russas não são para isso?

-Não é a mesma coisa. Crescemos numa bolha. Somos isoladas do mundo real.

-Da ralé ne? - Ele tinha respostas rápidas e ácidas

-Não fala assim. Eu... não ligo para isso.

-Percebi mesmo. Se soubesse de onde eu vim sairia correndo.

-Não consigo. Você salvou minha vida. - Ela tinha os olhos fixos nele.

-Não precisa ficar me bajulando. Eu já disse, não fiz porque sou legal. Fiz porque é o certo.

-Não estou te bajulando. Eu realmente estou muito grata.

-Eu fico feliz que esteja bem, mas, você pode voltar sua vida. Achar um amigo da sua classe, ou um namorado.

Ela fez uma cara triste e depois disse.

-Eu não desperto interesse em você?

-Que pergunta é essa? - Ele corou mais que a cor de seus cabelos.

-Não ficaria com uma burguesa? Nossas classes sociais te impediria de ficar comigo?

-Claro que não! É só que... você tem coisa melhor para fazer! Um burguês na sua escola!- ele havia ficado completamente desestabilizado.

-Não tenho. Não tem ninguém na minha escola tão bonito e interessante como você.

-Garota! Não fala essas coisas! Você só está deslumbrada porque salvei sua vida!

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