Foram algumas semanas. Quatro ou cinco. O tempo é relativo quando se trata de sentimentos. O jovem ruivo foi mesmo até ela alguns dias depois. Meio receoso, meio desconfiado. Não demorou para encontrar onde a jovem estudava. Ele ficou aguardando a jovem do lado de fora da escola pensando se o que estava fazendo era certo. Quando ela o viu do outro lado da rua seu rosto se iluminou.
-Você! - Ela o viu de longe e foi até ele.
-Oi... - ele disse meio sem graça.
-Você me encontrou mesmo.
-Burgueses se misturam com burgueses. - Ele disse meio debochado.
-Eu não sou burguesa. Sou... - ela parou para pensar. - É, bem eu sou...
-Uma burguesa. - Ele estava com as mãos no bolso meio arredio. - Eu só vim ver como estava, estou indo embora.
-Espera! Eu nem sei seu nome... - Ela disse colocando o cabelo atrás da orelha.
-É Chuuya Nakahara. E você é Hana né?
-Sim.
-Nome bonito. - Ele tinha o olhar intenso.
Ela corou com o elogio.
-Agora eu tenho mesmo que ir! - Ele disse se afastando.
-Não. - ela tocou seu braço. - Não vai. Vamos... conversar mais.
Ele olhou para a jovem de olhos brilhantes. Seu coração pareceu bater mais forte. Queria ir embora, mas a presença da moça aquecia seu coração.
-Eu não tenho muito tempo. - Ele começou a dizer. - Vem, vou te levar para um lugar.
Eles caminharam juntos por um tempo, ele a levou para o porto e ficaram vendo o mar. Hana gostava da companhia dele, embora misterioso, ele aparentava ter um senso de lealdade e justiça, e por incrível que pareça ele não gostava de fazer coisas sem sentido e mortes desnecessárias.
-O que faz duas garotas ricas irem até Suribachi? - Ele perguntou em tom debochado.
-Adrenalina, eu acho.
-Montanhas russas não são para isso?
-Não é a mesma coisa. Crescemos numa bolha. Somos isoladas do mundo real.
-Da ralé ne? - Ele tinha respostas rápidas e ácidas
-Não fala assim. Eu... não ligo para isso.
-Percebi mesmo. Se soubesse de onde eu vim sairia correndo.
-Não consigo. Você salvou minha vida. - Ela tinha os olhos fixos nele.
-Não precisa ficar me bajulando. Eu já disse, não fiz porque sou legal. Fiz porque é o certo.
-Não estou te bajulando. Eu realmente estou muito grata.
-Eu fico feliz que esteja bem, mas, você pode voltar sua vida. Achar um amigo da sua classe, ou um namorado.
Ela fez uma cara triste e depois disse.
-Eu não desperto interesse em você?
-Que pergunta é essa? - Ele corou mais que a cor de seus cabelos.
-Não ficaria com uma burguesa? Nossas classes sociais te impediria de ficar comigo?
-Claro que não! É só que... você tem coisa melhor para fazer! Um burguês na sua escola!- ele havia ficado completamente desestabilizado.
-Não tenho. Não tem ninguém na minha escola tão bonito e interessante como você.
-Garota! Não fala essas coisas! Você só está deslumbrada porque salvei sua vida!
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Oito Minutos
Fiksi PenggemarHana Sihadeko quando tinha 15 anos, ao voltar da escola se deparou com a casa em que morava pegar fogo. Dentro casa estava toda a sua família e somente ela sobreviveu. Salva por um homem desconhecido, ela reunirá o que resta de forças para se vingar...