40 - Um preço alto a se pagar

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Hana seguiu desesperada ao encontro de Himeno. Seu coração batia tão rápido que sentia que podia parar a qualquer momento. Ela pensou no dia em que sua família foi morta. A sensação de perder Himeno era a mesma. Ela era tudo que havia sobrado daquele tempo.

Ela abriu a porta com as mãos trêmulas rezando para não ser verdade. Entrou tão rápido que nem tirou os sapatos.

-Hime! - Ela gritou desesperadamente por todos os cômodos. - Himeno! Não pode ser... - ela levou as mãos à cabeça.

Procurou por toda a casa e depois ligou no celular dela. Nada. Era mesmo isso. Himeno havia sido levada.

-Droga!

Hana pensou no que fazer. Ela não podia hesitar, a vida de Himeno estava em risco. E para piorar, provavelmente a maioria dos familiares de sua organização também. Ela não podia correr o risco de que todos morressem por sua causa. Ela tomou a única decisão possível. Ligou para Chuuya, marcou um encontro com ele no local onde ele mostrou de onde veio. Ele chegou de moto, cara de poucos amigos e um olhar triste.

-Oi. - Ele disse secamente.

-Chuuya... eu preciso saber de uma coisa. - Ela disse tentando não transparecer seu desespero.

-Ah... depois de tanto tempo resolve me procurar? - Ele disse ironicamente.

-Vocês estão com ela... ?- Ela disse lá do fundo da garganta.

-Ela quem? - Ele disse ajeitando o chapéu.

-A Himeno. - Hana tinha os olhos marejados.

Chuuya ficou em silêncio por um longo tempo aumentando ainda mais o desespero de Hana.

-Ora... - Ele disse calmamente. - uma pessoa com quem se importa.

-Por favor, Chuuya. Me responde. Eu não tenho tempo para justificar nada pra você.

-Não quero justificativas. E respondendo a sua pergunta EU não estou com ela. - Ele observou ela suspirar aliviada.- Mas, eu não posso garantir que o Lagarto Negro não tenha feito nada. Não é meu departamento.

-Chuuya! Eu estou jurada de morte, ela não tem nada a ver com isso! Por favor por tudo que já vivemos!

-E o que exatamente nós vivemos? Eu correndo atrás de você?

-Chuuya, a Himeno é boa. Não é como nós.

-Então você deveria ter ficado longe da vida dela.

-Chuuya, eu realmente ainda tenho sentimentos por você, mas se fizer mal a Himeno eu nunca vou te perdoar. E se preparem, porque nem que eu morra eu vou tirar ela de vocês.

-Pode tentar.

Ela levou as duas mãos ao rosto e depois disse em um tom amargo e arrependido

-O que nós nos tornamos? A gente parecia tão feliz.

-A gente nunca foi feliz. Tivemos momentos. Nossa trajetória foi marcada por tragédias e tristezas e foi tão insignificante que você já seguiu em frente.

Ela arregalou os olhos ao perceber que ele sabia da relação das duas.

-Você sabe...?

-Sobre você e a Himeno? Claro. A sua fila segue rápido mesmo. Eu tinha dúvidas até você confirmar aqui para mim.

-Ah, por favor! Você não quis mais! E além do mais, este não é o foco da nossa conversa.

-Foi você que desistiu da gente... E eu realmente sinto muito por isso.

O silêncio reinou soberano no fim daquela conversa. Tanto Chuuya quanto Hana tinham mágoa um do outro. E um grande abismo havia se instalado entre eles. E não havia pontes, cordas, escadas que pudessem diminuir aquela distância. Ele respirou fundo e disse a ela com a voz baixa.

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