Valor A Fiel III

26°

Bryan Ribeiro Vasconcelos

Eu: pera ae, pera ae, ali não é o Urso?- pergunto vendo o furacão passando, olho para o Lucas e começamos a seguir na espreita.

     Fomos seguindo ele até a casa da minha irmã, eiita, essa eu quero ver.

     Ele começa a espancar a porta e eu só observando do outro lado da rua com o Luan, tadinha da porta com o Urso esmurrando ela assim, Luana atende a porta com uma camisola que não tá cobrindo nada ali não, eles falam alguma coisa que eu não faço a mínima idéia do que seja, mas num espaço de tempo bem pequeno os dois já estava se atacando, valha misericórdia, penso que não a menina já tô no colo e os dois entrando e fechando a porta.

Luan: tá porra viado- fala e demos risada
Eu: eu hein, depois dessa vou até lá na dona Solange tomar uma cerveja- falo já descendo o complexo e o meu compadre vem atrás de mim já
Luan: tô contigo nessa, Luiza chegou com o Bruno agora só dá praia, tão apagados- fala vindo do meu lado já
Eu: e a gente trabalhando feito dois condenados- falo e ele confirma com a cabeça.

    Descemos para a Solange e já chegamos indo sentar numa mesa, ela vem nos atender e pegamos duas latinhas de Brahma puro malte, ela vai buscar chega os outros dois paspalhos, e falar aqui, a fofoca aqui parece que tá boa viu?!

Luan: fofoca tá boa aí né?! Queria ficar por dentro também- fala e os dois sentam com a gente
Lucas: um cara acabou de parar a moto na frente da casa do Juliana- fala e eu já sinto um negócio estranho aqui no peito tá ligado?
Luan: ih rapaz, Jujuh já arranjou outro?- pergunta e eles confirmam com a cabeça
Lucas: pelo jeito, parece que sim- fala e o G3 me olha atento
G3: chora não vagabundo- fala imitando o meme e eu reviro os olhos para ele
Eu: me deixa vai caralho- falo e o dona Solange já chega com as duas cervejas que pedimos- pode trazer mais três- falo abrindo a minha latinha.
Luan: para que três? Só faltam duas aqui- fala e eu viro a minha latinha na mesma hora, bebo toda a cerveja em poucos goles mesmo.
G3: tá porra, vai com calma filhote de opala- fala e eu deixo a latinha vazia na mesa

     Eles entram em uma conversa nada haver e eu fico na minha, puta que pariu, como assim a Juliana já tá em outra? Eu sei que pode ser só mais um carinha na vida dela, mas porra, só de imaginar outra boca beijando a boca dele, outras mãos passeando naquele corpinho, já ficou doido da cabeça.

      Mas tá certo, faz anos que nós dois terminamos, ela tem que seguir a vida dela mesmo, tá certinha mesmo, é isso mesmo, eu que tenho que superar, ou correr atrás da minha mulher, ah quer saber? Que se foda.

Eu: tô indo- falo levantando e tiro uma nota de cinquenta da carteira e jogo o dinheiro na mesa- vou indo para casa- falo e pego a cerveja abrindo
G3: mas já menor? Ih ala, ficou atacado com a notícia mesmo- fala e eu nego com a cabeça
Eu: tô cansadão mesmo- falo e me despeço deles indo embora.

      Sigo o caminho para a casa da Juliana, chego na porta dela e bato na mesma, logo um marmanjo atende a porta sem camisa e com a calça aberta, ih ala, é assim.

- posso ajudar?- pergunta e eu nego com a cabeça
Eu: casa errada, foi mal- falo e saio andando para longe dali.

      Subo para a minha casa tranquilão mesmo, é isso, ela tá com outro, vida que segue mesmo, entro em casa e passo direto para a cozinha, dou um último gole da minha cerveja e jogo a latinha fora, pego uma garrafa de Royal e um copo e vou para a área da piscina, deito tudo em cima de uma mesa e vou pegar um cigarro, meu pai guarda um maço aqui atrás do balcão da churrasqueira.

[...]

Relíquia: eu tava te observando lá de cima, o que foi?- pergunta sentando do meu lado
Eu: Juliana tá com outro- falo dando de ombros
Relíquia: e tu tá aí se lamuriando? Me respeita garoto, tu já é homem formado filho da puta, cês terminaram já tem anos, menina já casou, separou- fala e eu abaixo a cabeça- tu também não corre atrás do que quer, ainda quer falar da sua irmã- fala e eu olho para ele
Eu: eu corri atrás, fui na casa dela e ele atendeu a porta, sem camisa e com a calça aberta- falo e ele começa a dar risada
Relíquia: tu tem sorte que ele não tava peladão garoto, ah te liga porra- fala rindo- empata foda do caralho- fala e eu olho para ele sério- aí garoto te liga véi, corre atrás direito porra- fala respiro fundo tentando parar de rir- amanhã tu vai ajudar lá na obra não vai?- pergunta e eu confirmo com a cabeça- tu passa lá e pede água, faz ela ver que tu tá ali- fiz assim com a tua mãe
Eu: e deu certo?- pergunto e ele nega com a cabeça
Relíquia: claro que não, tu é idiota? Porra moleque- fala e volta a rir- vai ter um pagode lá no asfalto, de um amigo meu na sexta-feira, chama ela, seja cavalheiro, trata a menina direto, seja o homem wue o teu pai ensinou tu ser- fala e eu confirmo com a cabeça- aí no outro dia tu chama para almoçar na praia, e no baile tu fica na disciplina, domingo tu dá um jeito de ir almoçar na casa dela, já que tu mora aqui ainda- fala e eu confirmo com a cabeça- reage garoto, assim tu vai perder ela mesmo- fala e levanta- toma jeito Bryan, toma vergonha nessa cara, procura uma casa para tu, procura um canto, mulher que nem ela, que já mora sozinha, toda para frente, pá, não gosta de homem que mora com os pais não- fala e sai andando.

[...]

Luana Ribeiro Vasconcelos

Urso: eu passei o dia todinho com tu na cabeça- fala e eu dou risada enquanto me ajeito deitada no seu peito
Eu: que engraçado, eu também passei o dia todinho com você na minha cabeça- falo e ele da de ombros
Urso: eu dou o amor da sua vida, falta só tu aceitar isso- fala e eu olho para vendo ele com aquela cara de convencido dele
Eu: aceitar eu aceitei, só tenho que colocar as minhas idéias no lugar- falo e ele olha atento
Urso: ainda vai querer o teu tempo?- pergunta e eu nego com a cabeça
Eu: agora eu só quero você- falo e ele sorri todo todo, coisa linda

     Continuo deitada no peito do Urso, com ele fazendo carinho na minha cintura, aos poucos eu vou pegando no sono, antes de apagar completamente, só escuto ele dizendo um eu te amo, fofo.