RJ: tu tá de cara fechada desde que chegou, o que foi?- pergunta entrando na minha sala
Eu: desespero, uma semana e nada nem de notícias dela, se está viva, se não está, se está bem- falo esfregando o meu rosto
RJ: vai tudo se resolver, relaxa Luana, se ela estivesse morta já teríamos um corpo pelo menos- fala e o meu celular vibra na hora.Pego o mesmo vendo uma mensagem de número desconhecido, ih ala, olha a merda, abro a conversa vendo ser um vídeo e logo em seguida várias fotos da Juliana, amarrada numa cadeira com cara de desespero, no chão apagada e com uma grande poça de sangue em volta dela... Meu Deus.
RJ: que cara é essa?- pergunta e eu mostro o celular para ele, ele olha foto por foto e da play no vídeo.
Escuto gritos vindo do meu celular e logo tudo fica em silêncio, ele me olha assustado e olha para o celular novamente, penso que não e ele sai da minha sala igual um furacão, enquanto eu continuo parada em choque, a Juliana está... Morta.
Mataram a minha prima, a Jujuh está morta, morreu, não está mais entre a gente... Como pode isso meu Deus do céu? Era só uma menina querendo viver a vida, meu Deus do céu.
[...]
RJ: rastrearam, vamos atrás dela- fala entrando na minha sala e eu continuo do mesmo jeito de antes- quer ir nessa operação?- pergunta e eu olho para ele
Eu: vou- falo me levantando da minha cadeira.Saio da minha sala acompanhada por ele, sigo para a sala de armamentos e já visto o colete a prova de balas, atravesso a fuzil nas minhas costas, prendo um coldre com a minha arma na coxa, e alguns pentes carregados no colete.
Saio da sala de armamentos sendo observada pelos vapores, o RJ né devolve o celular e eu fico na minha, séria, sem falar um "A" sequer, o povo tudo me encarando e eu sem um pingo de força para mandar geral a puta que pariu, porra, eu ainda estou sem acreditar, a Juh morreu véi.
Eu não sei se a minha família já está sabendo, os meus tios, meus pais, meu irmão, meu Deus do céu, que tragédia meu pai, que tragédia. Ainda resta em mim aquele pinguinho de esperança de ela estar apenas desmaiada, estar viva, bem... Só quero chegar logo no local que a localização está marcando e ver a Jujuh bem, viva.
Que essa minha esperança não seja em vão meu Deus, que a minha menina esteja bem e com vida, por favor.
[...]
Eu: vem, vem, vem- falo entrando no galpão com a minha tropa atrás, vou andando devagar apontando o fuzil para todos os lados, já na guarda.
Vejo uma porta sendo guardada e mando dois dos meus homens na minha frente, eles chegam atirando no seguranças que estão na porta e entram na minha frente, entro atrás deles e vejo a Juliana jogada no chão cheia de sangue, desacordada e já sem cor.
Corro até ela me jogando de joelhos do seu lado no chão, a pego no meu colo a sentindo meio gelada já, oh meu Deus, por que isso em? Por que meu Deus?
Eu: desculpa Jujuh, me perdoa meu bem, me perdoa- falo com a voz meia embargada
RJ: vê se ela tá com sinais vitais LN- fala se aproximando da gente e se abaixa na minha frente colocando dois dedos no pescoço dela- levem ela logo, tá baixo, mas tem batimentos ainda- fala colocando dois dedos na frente do nariz dela- a respiração tá fraca- fala e vem dois vapores pegando ela com cuidado, ele espera os vapores irem ver as outras partes do galpão e já me pega pelos ombros me sacudindo- te ajeita caralho, toma juízo, segura a emoção porra- fala me sacudindo- aqui tu pode morrer filha de uma puta desgraçada- fala me descendo um tapão na cabeça.
Eu: se põe no meu lugar filho de uma puta, e se fosse eu no lugar da Juliana- falo e ele nega com a cabeça
RJ: não brinca com coisa séria maluca, se tu morrer, eu te mato- fala e sai boladão.Respiro fundo, recupero a postura e vou rodando todo o galpão, entro em uma sala vendo cinco caras de joelhos no chão, entre eles tem um cara que parece muito com o ex marido da Juliana.
RJ: vamos fazer o que com eles patroa?- pergunta e eu olho bem para eles
Eu: a salinha de tortura do Vidigal é bem grande né?!- falo e vou até o ex da Juliana- mas esse aqui eu quero na Penha, o b.ó dele são com os meus tios- falo apontando a fuzil para ele.Os vapores começam a pegar eles e levar para os carros, vai todo mundo dar rolê de porta-malas, uma delícia hahaha.
Entro na van com os moleques e já partimos para o Vidigal, a todo momento eu vou rezando pela Jujuh, vai dar tudo certo, isso eu tenho certeza, o meu Deus não falha de jeito nenhum, disso eu tenho certeza, a Juliana vai melhorar cem porcento, eu tenho fé disso.
[...]
Relíquia: você tá bem, graças a Deus- fala me abraçando assim que eu entro no hospital
Eu: como ela está?- pergunta ainda abraçada no meu pai
Relíquia: cirugia, ela apanhou muito e levou uma facada perto do peito, tá viva por milagre, já era para era estar morta a muito tempo- fala e eu respiro fundo tentando manter a calma
Eu: cadê os meus tios?- pergunto e ele me olha sério
Relíquia: a sua tia está dopada e o seu tio tá tentando saber dela- fala e eu confirmo com a cabeça.Me solto do meu pai e vou cumprimentar a minha família, nem fui em casa tomar banho e trocar de roupa, só deixei as minhas coisas no Vidigal e vim para o hospital, e que se foda, o importante agora é ter notícias da Juliana e dar apoio a minha família, é o que está me importando agora.
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Valor A Fiel III
Roman pour AdolescentsComo fica a vida depois de uma mudança radical? Depois de perder alguém muito mais que importante para você? Será que a dor do luto pode mudar uma pessoa radicalmente? E se aparecer um novo amor? Ou antigo amor voltar? E se... Luana Ribeiro...