Tomo meu banho, cuido da pele, escovo os dentes e saio do banheiro. Me assusto todo com Minho deitado na minha cama, olhando para o teto, parecendo um demônio que não dorme e fica esperando a vítima aparecer para meter um sustão. Drama da minha parte, mas se bem que poderia ser, né? De todo modo, ele está bem bonitinho com essa calça jeans apertada. Minho mal usa calças assim. Ela é azul claro e tem um pequeno rasgo em ambos os joelhos.
— Tá fazendo o quê aqui? — pergunto, segurando a toalha enrolada no quadril. Minho olha para mim.
— Vim ficar com você.
— Por quê? — passo direto por ele e abro o armário onde coloquei minhas roupas. — Vou me vestir agora e não quero que você fique me espiando.
Como hoje é um puto dia calorento, eu acho válido ir com uma camisa mais curta. Fico procurando por alguns segundos, até noto uma preta sem manga. Minho vê e faz um barulhinho de negação, me mandando escolher outra. Pergunto o porquê.
— Está fazendo calor, Han — é sua explicação. — E vestir preto não é muito legal.
— E daí?
— E daí que a coisa mais básica sobre ondas eletromagnéticas e a luz é que o preto absorve tudo, logo você irá morrer de calor — então se levanta da cama e vem até mim.
Deixo que Minho enfie a mão entre minhas roupas e dou uns três gritos no mínimo para que ele não bagunce. E o que ele faz? Isso, ele bagunça todas as minhas roupas, até aparecer com o cropped que usei no encontro com Mark. Ele abre a camisa e a estende rente ao meu peitoral, como uma espécie de preview. Nisso, sorri e olha em meus olhos.
— Use essa, você vai ficar gatinho — me diz.
Eu pego a camisa da sua mão. Já ele, volta até a cama e senta-se. Eu não gostaria de usar esse cropped hoje, mas como ele me recomendou, acho que não é nada de mais. Empurro meu cabelo molhado para trás e me viro de volta ao armário, procurando minha bermuda jeans favorita — que eu tenho 100% de certeza que trouxe, mas não consigo achar por conta da bagunça que a porcaria do Minho fez aqui. Quase não noto a toalha caindo. E como isso definitivamente me irrita, arranco logo do quadril e jogo em qualquer lugar. O problema é que Minho ficou quietinho por tanto tempo que chego a esquecer que ele está aqui.
— Han? Meio que... estou aqui... — me avisa. Viro-me para olhá-lo e o encontro com os olhos cobertos pelas palmas das mãos.
— Você ficou quieto, esqueci da sua existência — explico. — Mas não é como se você nunca tivesse visto, então...
— Eu sei — ele ainda está sem me ver. É um bobão mesmo. — V-você fica desconfortável se eu olhar?
— Minho, eu fico pelado na sua frente desde que te conheci. Você acha que eu realmente me importo com isso? — abano a cabeça em negação, mesmo que ele não possa ver. Como preciso adiantar meu lado, volto-me para a busca implacável da bendita bermuda.
— Han, você pode... Sei lá... Vestir uma cueca?
— Pegue lá naquela gaveta — aponto para a bancada do outro lado do quarto.
O fato de Minho se levantar para ir pegar já demonstra que ele já tinha tirado as mãos dos olhos e ficou me olhando. Acho que, para ele, essas coisas possam significar algo, mas para mim é comum... Como uma intimidade que quero formar com alguém. Eu nunca fiz nada sexual com Seungmin, mas o maluco me vê pelado desde o início da nossa amizade. Na verdade, a gente sempre se vê pelado. De fato, certas vezes me assusta estar me vestindo e do nada ele aparecer, porém não é como se não estivéssemos acostumados com isso. Não nos olhamos com segundas intenções. Da minha parte, pelo menos.
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thé et fleurs • minsung
Fanfiction❝Han sempre preferiu fugir a se entregar ao egoísmo do amor. Minho é só o florista que bebe chá exageradamente e não larga seu bullet journal.❞ #2 LIVRO continuação de café et cigarettes adaptação autorizada capa por yiwah_zetta