thé et fleurs • minsung

eu tenho muito o que te agradecer

Eu e Minho fomos andar de bicicleta depois de descansarmos um pouco. Nos divertimos bastante, porque certo momento damos de apostar corrida. Paramos a corrida porque Minho quase meteu a fuça num carro estacionado. Ao voltar para o hotel, tomamos banho sozinhos e depois deitamos para descansar. Ficamos conversando sobre as coisas legais que vimos durante o dia enquanto bebíamos ainda o que sobrou do ouzo (estamos bebendo aos poucos, porque ele é forte demais) que trouxemos de Santorini.

Madrugada adentro ficamos conversando, rindo, as risadas um pouco altas demais, mas só bastava um chute no outro para receber o recado. Teve uma hora que Minho estava rindo tão alto que precisei cobrir sua boca e dar murrinhos no seu abdômen para estressá-lo. Ele logo se acalmou, reclamando, como sempre. Depois se jogou em cima de mim e trocamos carícias. Dormimos não sei quando e acordamos mais tarde do que o previsto, uma vez que Minho desligou o alarme e voltou a dormir, ao invés de me acordar. 🤡

Agora estamos nos arrumando às pressas para ir ao Museu Antropológico de Atenas. Lá tem inúmeras esculturas e eu estou louco para ver mais. O acervo histórico e artístico dessa cidade é simplesmente incrível! Já estou chateado por não poder ir à todos os lugares, imagina só...

Saímos de cabelo ainda molhados. Hoje iremos pegar o vôo à noite, por isso não pudíamos perder uma hora sequer de hoje dormindo, pois poderíamos ocupá-la em algum lugar interessante da cidade. Vamos escutando música no metrô e dessa vez Minho escolhe. Ficamos escutando rock até chegarmos no Museu, e isso inclui a troca de linhas que fizemos. Estou cansado, porque esses dias não tenho dormido tão bem. Ontem porque fiquei de palhaçada com Minho, mas anteontem porque ele ficou se mexendo demais e meu sono não estava tão pesado quanto o dele.

Ele paga nossas entradas e dessa vez não ficamos tão grudados quanto ontem. Minho está com cara de sono, digo o mesmo de mim. Mas estamos felizes e comemos bastante no café, então estamos bem. Hoje Min está mais maduro, porque não fica apontando para a virilha de nenhuma escultura, mas sim magnificado pelo tamanho acervo e impressionantes técnicas.

Não obstante, é só darmos de cara com um sarcófago que ele volta a fazer piada. Na verdade, é só ele imitando uma múmia ou o que ela falaria se estivesse viva neste momento. Ainda bem que sou bom em fingir não conhecer as pessoas, porque é exatamente isso que estou fazendo com ele.

— Ei — ele me abraça por trás quando estou fugindo nas pontinhas dos pés. — Sem você eu me perco... se eu me perder, vão me sequestrar... se me sequestrarem, eu vou querer fugir.... se eu tentar fugir, vão me torturar... se me torturarem, eu não vou dizer para quem eles devem pedir resgate... se eu não disser o resgate, eles vão me matar. Você quer me ver morto, Jisung?

— Quero — concordo. Porque o negócio é participar e contribuir nas loucuras dele.

— Credo — por cima do ombro vejo quando ele faz cara feia antes de me largar.

Pronto. Para dar uma aliviada em Minho é só ir na onda dele e tudo está resolvido. Me sinto até um gênio por isso. Claro que isso só termina a conversa mesmo, porque ele ainda quer pegar na minha mão. Eu deixo só para ele ficar em paz, porém temos alguns impasses pelo fato de cada um querer ir para um lugar diferente.

— Amor, vem para esse lado — ele me puxa na sua direção.

Amor 🤢🤮👎😷🤮🤮🤢🙅😷😷👎👎

— Tu me chamou de quê? — por um segundo, eu fico parado no meio do corredor.

— Eita, vou correr, porque meu mozão tá puto... — Minho começa a rir, larga minha mão e sai andando apressadamente pelo museu.

Duas vitórias em menos de quinze minutos... Tô sentindo que nessa vida eu alcanço o nirvana... Eu alcanço, sim.

Porque fico sozinho olhando as esculturas, checando seus séculos, caminhando entre os artefatos. Tem vasos também e como amo suas pinturas, eu fico bastante tempo ocupado. Encontro-me com Minho cerca de meia hora depois do seu sumiço. Ele toma um susto quando toco seu ombro, mas suspira aliviado por ver que sou eu. Comenta sobre a escultura de um homem que não ponho o olho para checar quem é, mas é bela em demasia. Ele fica a olhá-la enquanto eu passo meus braços ao redor da sua cintura e o abraço.