eu nunca me enjoo de você

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Quando se tem o mel na boca, você se lambuza. Mas o que acontece se, de repente, se tem o favo inteiro e ele despeja sobre você, e mela tudo, lhe deixa todo grudado, lhe lambe, suga, chupa, percorre sua epiderme e desliza, não tão rápido, por onde você achava que ele não poderia passar? E se de repente seu corpo fosse um mar, e este mel estivesse brincando de velejar? Talvez tu sejas universo, mas aqui está um foguete lhe traçando curvas e dando voltas só para lhe desbravar. Você tem um vazio, um buraco negro, algo que ninguém poderia se encantar. Mas aqui está o mel, o barquinho, o foguete... Ele está tentando te esquadrinhar. E no final do escorregamento grudento, do velejamento hostil, da jornada estúpida; ele venha a descobrir que não valia à pena o esforço. Porque você não consegue impedir de limpar-se do mel, de naufragar a embarcação, de ferrar o foguete com um meteoro qualquer. Você não sabe se quer tanto assim esse mel em ti. Ou esse barco em ti. Ou esse foguete em ti. Você não sabe. Mesmo que seja doce, intenso e rápido.

— Sabe, Jisung... — seu sussurro prova-me que realmente estamos fazendo coisas escondidas agora. Pelo menos, é o que parece. — Eu nunca me enjoo de você.

— É, eu sei disso — respondo eu, jogando os braços sobre seus ombros e docemente lhe deixando beijos rápidos. — Mas, Min... A gente deveria ir. Acho que irão sentir nossa falta, se demorarmos muito.

— Você que deveria estar se vestindo — me afasta do armário puxando-me pela bunda. Acho que ele queria permissão para isso mesmo, me tocar dessa maneira.

Eu sorrio em meio ao beijo, e permito o afago que me faz aqui atrás. Ele até abaixa-se um pouco para alcançar toda a extensão. E fico meio sem ar até mesmo no início, quando nossas línguas se encontram e eu me perco todo por estar meio desestabilizado com sua mão em mim. Sinto-me reluzente com isso, de morder seus lábios úmidos pela minha saliva e senti-lo me apertar contra seu corpo. Eu só queria nele pular, talvez sentar, até mesmo me mover. E ele mantém isso carinhoso e amável até mesmo quando tenho pensamentos impuros acerca. Seus dedos contra o tecido da única roupa que estou usando, praticamente arrancando de mim. Deveríamos ir mais devagar, ou pensar um pouco sobre o que estamos fazendo agora. Mas não. Eu não consigo muito.

— Ji... — ele recua quando vou beijá-lo outra vez. — Você me curou, estou melhor.

Fico olhando em seus olhos por cerca de cinco segundos tentando entender, porém capto logo o que ele quer dizer. Estive tão perdido que esqueci de notar isso. Afasto o cabelo do rosto e olho para baixo, para a calça jeans que está torta em Minho. Caramba, eu quero muito — mas muito mesmo — abrir esse cinto e braguilha. Mas não. Vou ficar bem comportado. Bem comportado. Quanto tempo mais eu vou ficar comportado?

— Eu te disse que poderia te curar — entro na brincadeira, sorrindo. — Eu falava sério.

Fico pensando sobre a tatuagem dele. Nunca mais a vi. Não sei se me lembro de como é. Faz algum mal eu querer vê-la agora? Só pra saber como é? Não tenho certeza sobre isso. Não tenho certeza sobre nada. Tampouco sobre como beija meu pomo de adão e vou descendo a mão para sua virilha. Pronto, já fiz. Não há como voltar.

— Min... Não faça nada para deixar marcas, por favor — peço, assim que percebo o modo como ele intensifica esses beijos e chupadas em mim.

— Mas essa é a melhor parte.

Minho todo confident? Onde está aquele Minho tímido de antes?

— Mas não pode... — me ergo para beijar seu rosto. — Se demorar para sair, ferrou.

— Você sempre usou maquiagem para esconder — eu acho massa o jeito como ficamos conversando enquanto acaricio ele lá embaixo, por cima da calça, e ele praticamente engole minha bunda com as mãos. — Pode fazer isso.

thé et fleurs • minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora