Minho não me tocou uma vez sequer no concerto. Agora tive a comprovação: o diabo é sujo. O menino criou tanto olho para a compensação dos toques que nem pegar os ingressos na minha mão quis. Eis o que disse:
— Deixa ali na mesa que eu pego.
Quase toquei nele de propósito. Acho que ele não percebeu que o "toque" que eu quis dizer era para coisas íntimas, como andar de mãos dadas, beijos, carinhos, ficar muito próximo e coisas mais. Ele não me tocou mesmo. Eu pensei em dizer a ele a verdade, porém... Poxa, é mais divertido vê-lo sofrer para se esquivar de mim toda vez que andamos lado a lado ou mudo de direção. Se o diabo pode ser sujo, eu também vou ser.
Hoje é o bendito dia que Minho vai ter a compensação do toque. Eu não sei no que eu estava pensando quando propus essa porra. Acho que eu estava dopado de sono, porque essa ou cachaça são as únicas explicações. Como não bebi muito vinho, descarto. A culpa é do sono. Bom, a questão é que já avisei para a minha mãe que irei à Tailândia na quinta da semana que vem, o que me põe numa situação de que tenho uma semana com Min antes de viajar. Vou contar para ele hoje. Não vai ter problema, são alguns dias. Agora os oito meses do ano que vem já são outra questão... Ele vai ter que acumular muito toque para eu conseguir dar essa notícia.
— Oi, gatinho — ele me cumprimenta, assim que abro a porta de casa. — Eu quero o acerto de contas.
— Não sabia que estava devendo a um agiota — deixo ele passar direto por mim, então empurro a porta com as costas.
— Sim, você está — ele entra na brincadeira, indo sentar-se num dos sofás. — Sou perigosíssimo.
— Já comeu? — sento-me ao lado dele, colocando minha mão em seu colo.
— Comi rolinhos de canela agora há pouco — Min põe a mão sobre a minha. — Não estou com fome.
— Ok — apoio minha cabeça no encosto do sofá e fico brincando com os dedos de Minho. — Fez o quê hoje, hum?
— Ahn... Trabalhei e fofoquei no Twitter — sua resposta me faz rir. — E você?
— Só trabalhei. Estou sem tempo para fofocar no Twitter — me aproximo mais dele, ao ponto das nossas pernas se encontrarem. — Eu queria te dizer uma coisa, aliás...
— Vamos realmente nos casar? — ele sorri.
— Não, Minho... — reviro os olhos. — É que eu vou viajar...
— Ah... — ele passa a olhar nossas mãos grudadas.
— Mas vai ser só por alguns dias — explico. — Eu vou ter que dar um pulinho na Tailândia e em breve estou de volta.
— Você vai viajar quando?
— Quinta da semana que vem.
— Então ainda temos uma semana para nos casarmos — carinhosamente larga minha mão para brincar com minha franja.
— Que mané se casar... — eu estou reclamando, mas sei que é apenas uma brincadeirinha da parte dele.
Depois disso, silêncio. Ele, dando uma de cabeleireiro comigo. E eu apenas olhando seu rosto, talvez esperando algo acontecer. Ou nada. Não sei. Eu o abraço e escuto uma risadinha nasalada vinda dele quando retribui. Sinto seu coração bater com minha orelha em seu peito, ele parece estar feliz. Eu acho que também estou feliz. Mesmo que esteja meio calorzinho por aqui. Acho que não me importo.
— Min? — o chamo, após um tempo de silêncio.
— Hm?
— Se eu passasse mais tempo longe de você do que perto... A gente iria despedaçar?
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thé et fleurs • minsung
Fanfiction❝Han sempre preferiu fugir a se entregar ao egoísmo do amor. Minho é só o florista que bebe chá exageradamente e não larga seu bullet journal.❞ #2 LIVRO continuação de café et cigarettes adaptação autorizada capa por yiwah_zetta