eu estava bebendo chá

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Toco a campainha da casa de Minho. Eu decidi que não vou pedi-lo em namoro até contar sobre o programa. E que se ele aceitar será sabendo disso. Mas não vai ser hoje. Prefiro dar o celular e passar um pouco de tempo com ele do que tratarmos de diversos assuntos e no final não aproveitar nada. Deste modo, toco mais uma vez a campainha e espero ele abrir. Respiro fundo ao escutar o barulhinho da maçaneta. Lá vamos nós.

— Oi, Ji — ele me cumprimenta, após enfiar a cabeça entre a pequena fresta da porta que abriu.

— Oi... Posso entrar? — peço, porque nem parece que ele quer que eu entre, senão teria empurrado mais a porta.

— Oh, claro — ele se afasta e puxa a porta.

Eu entro. Assim que tiro os sapatos, avanço meus passos e meu corpo inteiro vê-se dentro do apartamento, eu entendo o porquê de não ter aberto a porta toda antes. Eu fecho-a e tento pensar no que fazer. Se devo tirar foto para guardar como relíquia ou se devo manter minha atuação. Acho que vou pela segunda opção.

— O que você estava fazendo? — olho para ele, dos pés até a cabeça.

Minho está apenas com uma toalha branca enrolada no quadril, me olhando com esses olhinhos arregalados e expectativos. Talvez ele espera que eu jogue ele no sofá ou algo do tipo, porque a iluminação está baixinha, um r&b tocando no fundo, e há um aroma adocicado rondando o ambiente. Ele preparou todo um cenário para o provável pagamento que inventei. Caralho, eu quero rir muito!

— Eu estava bebendo chá — é o que me responde, apontando para a xícara na mesinha do centro. — E esperando você.

— Minho, que... — eu fico só olhando para ele segurando a toalha desesperadamente. — Cadê suas roupas?

— Já que vamos passar sei lá quantas horas com a minha retribuição, pensei que você iria chegar e quisesse logo fazer, então... Bem, só quis deixar as coisas mais práticas, sabe?

Eu quero muito rir, mas preciso me controlar só um pouco.

— Você tá com roupa íntima, pelo menos?

— Ahn... Não — ele olha pra baixo.

Sério, eu vou acabar rindo.

— Espera — me aproximo dele, encosto o nariz no seu pescoço. — Você tá todo perfumado...

— É... — ele olha para o chão, envergonhado.

Eu não sei se rio ou fico boiola.

— Vai se vestir, vou te dar um negócio primeiro — caminho até o sofá e me sento com a sacola da loja no colo.

Minho, obediente, vai até o quarto e só volta vestindo uma cueca. Senta-se ao meu lado e pergunta o que é que eu trouxe.

— Um presente que você não pode recusar — empurro a sacola até ele.

— Uh... Posso sentar no seu colo enquanto abro? — ele, surpreendente, me pergunta.

Eu nem sei se concordo ou não, só sinto quando ele senta no meu colo de frente para mim, com as pernas afastadas. Ok, Minho está levando essa brincadeira um pouco a sério demais.

— Você não precisa ficar comprando presentes para mim, Han — fala ele enquanto puxa a caixa do celular. Quando vê do que se trata, muda totalmente a expressão: — Não, não... Não vou aceitar isso.

Min tenta fugir do meu colo, mas nada que uma segurada não o impeça de sair do lugar. Ele me olha feio, depois fica olhando a caixa do celular e, mais uma vez, para mim. Eu sorrio e o abraço pela cintura.

— Não gostou? — pergunto, empurrando sua franja para trás.

— Eu te falei que não queria que você comprasse — ainda reclama. — Eu te falei, Jisung.

thé et fleurs • minsungOnde histórias criam vida. Descubra agora