olimpiadas 2021

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Mariana Azevedo.

1 ano e 4 meses namorando com o meu atleta.
490 dias, 70 semanas e 11.760 horas e eu não poderia amanhecer o dia com notícias melhor.
eu iria fazer a cobertura das olimpíadas em Tóquio. – então você vai trabalhar? é o motivo que você precisava pra ir ao evento sem ser vista comigo. – o atleta estava pegando peso na academia, estamos malhando juntos na academia do condomínio dele no rio.

amanhã eu vou cedo na CBF terminar da acertar o contrato, saber mais sobre isso. – eu seria uma das jornalistas acompanhando a seleção, eu assistiria o meu jogador sem levantar suspeita que estamos juntos. – eu estou tão animada, acho que vai ser foda amor.

você vai estagiar na CBF, quais as chances? – realmente era uma coisa do destino. – você vai ficar com o time pra todo canto e vai fazer cobertura, você vai falar sobre mim. – eu vou detonar o meu namorado na internet.

você nem sabe se vai ser convocado. – não quero desanimar mas tenho que ser realista.

amanhã nós iremos saber. – ele parecia tenso e ainda nem se trata da copa do mundo.

[...]

Olhei para cima e encarei o prédio espelhado da CBF no meio da Barra da Tijuca e senti um frio na barriga, me fazendo apertá-la por alguns segundos.

segui para a portaria, me apoiando sobre a guarita quando uma pessoa abriu a mesma. –bom dia, no que posso ajudar? – ele perguntou.

eu vou começar a trabalhar aqui hoje, área de comunicação. – falei e ele assentiu com a cabeça.

pode seguir pela entrada principal que te darão as informações necessárias lá dentro. – atravessei a rua do lado de dentro das grades e olhei rapidamente para as bandeiras hasteadas ali e o brasão da CBF ao fundo, não pude evitar um pequeno sorriso.

passei pela porta giratória no lugar e me encontrei no saguão, onde um balcão estava apinhado de atendentes e seguranças e, ao fundo, as bandeiras de todos os estados no Brasil. Me aproximei do mesmo, aguardando minha vez chegar e uma moça me atendeu sorridente. – Olá, no que posso ajudar? – ela perguntou.

eu sou Mariana, fui chamada pra trabalhar como jornalista. – falei dando um sorriso fraco

Claro! – Ela falou. – Vou só fazer seu crachá, me empreste seu RG, por favor. – Abri minha carteira, entregando o documento a ela e aguardei enquanto ela passava todas as informações para o computador. – Olhe para a câmera, por favor. – Ela falou e eu tentei dar um sorriso menos empolgado para a mesma, mas eu estava bem animada. – Pronto, senhorita Azevedo . – Ela me entregou o crachá e o documento. – Só seguir pela entrada lateral da direita e ir para o quarto andar. – Assenti com a cabeça.

Obrigada! – Falei, seguindo para onde ela havia dito e passei o crachá na catraca, pendurando-o no pescoço enquanto passava pela mesma.

O local era grande, branco com móveis brancos e os detalhes em verde, amarelo e azul, com diversas fotos dos jogadores espalhadas pelas paredes e todo tipo de publicidade à vista. Havia notado que o pessoal principal ficava nas mesas comuns no centro do local e nas laterais tinham salas especiais

fui na sala da responsável do meu setor.

sente-se, por favor. – ela começou a organizar as papeladas que bagunçavam sua mesa e eu vi vários arquivos sendo juntados. – ignore a bagunça, hoje o dia está meio conturbado. –ela  falou rindo. – temos a coletiva da convocação às 14 horas e tudo está uma bagunça.

fogo e gasolina - lucas paqueta Onde histórias criam vida. Descubra agora