UMA MALUCA

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Lucas Paquetá.

Cheguei no hotel da catarina por volta das 23:05 da noite e fiquei esperando na recepção.

Ela saiu do elevador usando um conjunto de moletom na tonalidade rosa pastel e eu suspirei pesadamente.
ela estava com o cabelo preso e um sorriso sem curva no rosto. — vamos?

vamos pra onde? — eu realmente não fazia ideia pra onde ela estava estava me chamando.

conversar no meu quarto. quer que as pessoas escutem nossa conversa? — a maioria nem deve entender português. — eu não vou te atacar.

e quem garante que não vai me armar pra cima de mim? — eu espero tudo vindo dela.

eu quero soluções e não problemas. — eu acabei sentindo sinceridade nas suas palavras e pensei nas consequências que cinco minutos de conversa no quarto com ela poderia dar. — eu prometo que podemos manter a porta aberta, você pode sair correndo no momento que quiser.

você promete que não vai armar nada? — juntei as minhas mãos.

eu não vou perder o meu tempo com você, acredite em mim. — tocou meu ombro e caminhou para dentro do elevador.

eu não tive escolha e entrei no mesmo ambiente com ela, eu estava tenso demais. — você falou com a lena?

não toque no nome dessa biscate. — levantou as mãos me impedindo de continuar fazendo perguntar sobre esse assunto mal resolvido entre elas.

você ameaçou a lena por mensagem. — minhas mãos estavam no bolso da calça enquanto o elevador subia pro andar que ela se hospedou.

e quem não faria ameaças pra maluca daquela? — essa insensibilidade de catarina sempre foi muito sinistra, ela derrubava qualquer pessoa pra se manter bem

eu queria ser igual catarina. — vocês duas sempre foram boas amigas, eu nunca entendo o motivo de tanta indiferença entre vocês duas.

você nunca vai entender o mal que ela me fez e continua fazendo, todo mundo me olha com esse olhar maldito e ela continua pelas beiradas armando um circo contra mim. — ela saiu primeiro do elevador e eu fui atrás.

você é a maior responsável por essa imagem criada. — a culpa é totalmente dela e eu posso afirmar. — eu lembro que você confessou a traição na sala da sua casa, até o último minuto eu estava acreditando em você e acho que nunca vai saber a facada que você me deu.

ela passou o cartão e abriu o quarto. — você não estava mais chegando junto, estava tomando um rumo na vida e eu sentia que não era mais pra mim

eu sempre te coloquei em todos os meus planos e você sabe bem disso.
sempre conversamos sobre possíveis mudanças e você sempre tentava encontrar uma solução pra continuarmos com o relacionamento. — de repente ela vai e acaba me traindo com o meu melhor amigo da época. — você sequer consegue olhar na minha cara, catarina. — ela estava com a cabeça baixa e eu tive recordações dos piores momentos da minha vida. — aonde eu errei? e por que você não me permite seguir a minha vida com a família que eu criei?

DEVERIA SER EU. — ela exclamou as palavras levantando o rosto.

Catarina estava chorando.

Deveria mas não é, você teve a chance de viver do meu lado e me traiu. — ela fez a escolha. — você teve a oportunidade e me tratou como lixo.

o que eu fiz pra você me odiar tanto? cometi tantos erros assim? — sua voz falhou por causa do choro.

você errou e eu poderia ter errado.
eu te odeio porque você não admite que errou, não coloca uma pedra nesse assunto e ainda continua tentando me machucar com essa história. — foram anos pro lixo. — eu estou super feliz, eu estou casado e tenho filho com a mulher que eu amo.

você não pode fazer isso com a gente. — ela se aproximou de mim segurando o meu pescoço e eu me afastei tropeçando na cama de casal.

você que fez esse estrago e se arrependeu tarde demais, eu demorei muito pra te superar e você não pode simplesmente agir como se eu ainda me importasse com a nossa história. — eu não me importo mais com ela.

a gente não pode terminar assim, eu ainda te amo muito e acredito que temos muita história pra viver. — ela tentou me dar um selinho mas eu virei o rosto, ela estava tentando me tocar de forma mais íntima e eu segurei seus pulsos

eu acho melhor ir embora, minha mulher está me esperando. — não devo nada pra catarina mas gosto de lembrar que tenho uma mulher foda do meu lado.

você não vai embora. — catarina mudou o olhar de vítima.

ela foi mais rápida e trancou a porta. — eu não estou pra brincadeira e muito menos com você. — engrossei a voz pra intimidar mas ela começou a rir feito o coringa.

se você gritar todo mundo vai saber que estamos no mesmo quarto trancados e duvido que mariana vai acreditar em você após sumir o dia todo. — porra, eu fui burro em subir. — se você se comportar, logo volta pra sua realidade de merda. — me empurrou na cama e subiu pra cima de mim.

Catarina, respeita o meu relacionamento ou eu vou te denunciar. — eu vou fazer um BO.

e eu vou alegar que você me assediou, me enganou e me trouxe pro quarto. — ela era muito articulada.

ela começou a beijar o meu rosto e eu comecei a me debater pra evitar que ela chegasse até minha boca. — para. — eu não consigo reagir.

PARA VOCÊ, PORRA. — ela exclamou.

Catarina virou a mão no meu rosto e eu botei a mão sentindo a minha pele ardendo. — bater é demais, abre essa porta que eu vou embora. — ela ficou em pé na ponta da cama me batendo.

levantei as pernas pra me defender e os braços ficaram protegendo o meu rosto enquanto ela surtava sozinha. — seu maldito, seu escroto, eu te odeio. — gritou sozinha me batendo.

ABRE A PORTA, CATARINA. — eu estou assustado com a loucura dela.

ela precisa muito se tratar, é totalmente piroca da cabeça. — você não pode me deixar sozinha de novo. — ela que me traiu e garante que eu fui o errado da história.

PARA DE SER MALUCA SUA DOIDA. — segurei seus pulsos e pude levantar.

LOUCA É A SUA MULHER QUE TENTAR ME ATINGIR CADA SEGUNDO. — ela não pode falar da minha esposa desta maneira.

você cuidado com as palavras quando quiser se referir á minha mulher. — segurei o seu rosto mas sem machucar. — abre essa porta numa boa ou eu vou chamar a polícia pra você, surtada.

ela se descuidou e eu resgatei o meu próprio corpo, pude correr pra fora daquele quarto e ela ainda me seguiu.

quando virei a esquina, fiquei livre daquela maluca e parei pra pensar no que acabou de acontecer. — puta merda, minha vida é um caralho. — olhei as horas e estava tarde demais.

olhei uma floricultura no final da rua.

eu tenho que valorizar a mulher com quem me casei e mostrar que ela é a minha melhor escolha, vou levar flores pra agradar e fazer a noite dela depois desse dia totalmente cansativo.

fogo e gasolina - lucas paqueta Onde histórias criam vida. Descubra agora