voltando ao passado

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Catarina Tourino
anos atrás.

A verdade é que nós não estávamos tão bem nos últimos meses devido a uma confusão que tivemos durante o treinamento para as apresentações antes dos jogos do time masculino de futebol do colégio.

Eu tinha um sonho de ser modelo no exterior mas eu sentia que aquele sonho me tirava momentos e pessoas da minha vida

Luisa era uma das minhas melhores amigas, minha confidente, a pessoa com quem eu gostava de conversar sobre tudo, desde que eu me conheço por gente.

Vamos, eu te deixo em casa! — ouvi Lucas falar e apenas concordei com a cabeça.

que eu era a estressada e ele era o calmo e brincalhão. Na maioria das vezes, praticamente 90% do tempo, nós nos dávamos bem e era uma maravilha, mas nos 10% sempre acabava ficando um pouco nervosa por coisas que ele dizia ou fazia.

O caminho até a minha casa, que não ficava muito longe do colégio, foi feito em um silêncio quase mortal. Fui o caminho inteiro com os braços cruzados frente ao meu corpo

Assim que chegamos, eu o chamei para subir e ele aceitou. Abri a porta da frente com a minha chave e logo minha cachorra nos recepcionar

Meus pais estão em um jantar na casa da minha tia. Vem! — o chamei.

Tranquei a porta antes de subir as escadas rapidamente, sentindo-o vir atrás de mim, e aquele clima insuportável estava me deixando mal. Entrei em meu quarto, vendo a minha cama bagunçada e cheia de roupas jogadas, a bancada de estudos em frente à janela para a rua estava do mesmo jeito e meu armário com as portas abertas. Deixei a mochila no chão em qualquer lugar e suspirei.

O que realmente estava acontecendo entre você e aquela menina naquele dia? — eu o olhei.

Nada, ela só me deu um abraço e me parabenizou pelo jogo — ele deu de ombros.

Observei Lucas se aproximar dos meus travesseiros e se sentar ali, eu quase revirei os olhos com a sua fala, pois sabia muito bem o que eu havia visto. Não foi só um abraço.

Tirei meu celular do bolso da minha calça jeans e respirei fundo, deixando que uma grande quantidade de ar saísse dos meus pulmões.

Por que você mente, Paquetá? Por quê? — o indaguei.

Por que eu minto? Agora você já está certa de que eu estou mentindo? Você sempre tira conclusões precipitadas, Catarina — Paquetá negou com a cabeça.

Mas que... — Segurei com força o celular em minhas mãos e, sem pensar duas vezes, o joguei do outro lado do quarto, fazendo com que ele batesse em um quadro pendurado na parede e caísse na cama.

Minha respiração estava ofegante e meu coração batia tão forte que chegava a doer em meu peito. Por que raios ele não me contava a verdade? Era tão mais fácil. Senti lágrimas brotarem em meus olhos e tudo o que eu tive vontade de fazer foi chorar.

Olha, eu não estava fazendo nada com a Helena, tá bom? Você precisa confiar em mim. Ela só me abraçou e disse que eu joguei bem e que você já iria sair, porque estava terminando de se arrumar. — O observei dizer tudo tão rápido que aquilo soou um pouco confuso na minha mente

fogo e gasolina - lucas paqueta Onde histórias criam vida. Descubra agora