24 - provocações

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Christopher Uckermann

William me encarava confuso ao mesmo tempo que se via a raiva estampada em seu rosto.

— Não tô te entendendo, por acaso você gosta da Dulce e tá com medo que eu descubra onde ela está e vá atrás dela? — se aproximou.

— Se eu gosto ou não é problema meu, não acha?

— Você tá me provocando. — cerrou os punhos e se aproximou ainda mais.

Quando fiz menção de dar um soco, Belinda apareceu entre nós.

— O que tá acontecendo aqui? — Belinda entrou no meio para separar-nos.

— Esse palhaço tá me provocando. — a raiva estava estampada em seu rosto.

— Christopher, o que você fez? — ela perguntou.

— Melhor perguntar pro seu irmão.

— Ele me disse que a Dulce viajou e não se despediu, você está chateada por isso.

— Ah, sim. Eu não te disse nada, porque achei que você não quisesse saber.

— Qual é irmãzinha, você sabe que eu e ela estamos tendo um lance. Deveria ter me dito.

— De qualquer forma você já está sabendo agora.

— Deveria ter me dito, Dulce e eu temos intimidade e muita. — sua voz soou provocativa.

Sem pensar duas vezes, tentei partir para cima dele e fui impedido por Belinda que me olhava.

— Diferente de você, Christopher. Eu sim, tenho alguma coisa com a Dulce. Vamos resolver quando ela voltar, não me importo de esperar.

— Resta saber se ela vai querer continuar tendo alguma coisa com você, seu imbecil! — gritei.

— Isso só ela pode dizer, não é mesmo? Enquanto isso, abaixa a bolinha porque isso não tem nada haver com você.

— Christopher! — Belinda gritou quando viu que eu estava tentando bate-lo.

— Deixa ele vir, irmã. Eu não tenho medo! — William continuava com as provocações.

— Eu pensei que você não se importasse com isso, William. — Belinda disse.

— E realmente não me importo, mas é bom provocar raiva e ciúmes. Me atrevo a pensar que esse alguém está apaixonado, não é?

— Imbecil! O que você quer com a Dulce?

— Isso não é da sua conta também, me dá licença que já perdi tempo demais aqui.

— Vai, seu idiota! — gritei.

Belinda ainda me segurava como se temesse que algo fosse acontecer, só baixou a guarda quando seu irmãozinho virou a direita e sumiu.

— Pode me soltar! — disse impaciente.

— O que aconteceu com você? Brigando com meu irmão por causa da Dulce.

— Ele que me provocou.

— Mas você se importou de ser provocado, não foi?

— Caralho.

Belinda me encarava com os braços cruzados esperando por uma resposta.

— Christopher, é melhor você ser sincero comigo agora. Com o que eu vi aqui, não me falta dúvidas de que você ainda gosta da Dulce.

— E eu nunca te disse que não gostava, eu só tive que reprimir o que eu sentia aqui dentro. — apontei para o meu coração.

— Então você ainda gosta dela? — perguntou com a voz embargada.

— Eu nunca deixei de gostar, eu só queria me permitir sentir algo novo por alguém. Você foi a oportunidade perfeita para isso acontecer, eu queria seguir em frente com a minha vida.

— Então você estava me usando?

— Eu não estava te usando! Muito pelo contrário, eu tentei amar você e te fazer feliz.

— E eu até fui, enquanto não achava que você estava me enganando.

— Eu não te enganei, Belinda! Me envolvi com você com a esperança de recomeçar, eu não podia viver esperando que a Dulce um dia me enxergasse com outros olhos. Entende?

— Mesmo ela transando com meu irmão por meses, isso nunca te fez considerar desistir dela?

— Sim, mas eu não consegui! A única coisa que me mantinha longe da humilhação, foi ficar com você. Eu sabia que não poderia ser injusto.

— De que adiantou esse cuidado todo? Se agora você tá aqui na minha frente me dizendo que nunca esqueceu ela.

— Mas eu nunca te prometi isso! Pensei que tudo tinha ficado claro quando começamos. Você me disse pra deixar as coisas acontecerem naturalmente, eu respeitei a sua vontade.

— Eu pensei que você tivesse enxergado que não é com a Dulce que você tem que estar.

— Isso quem decide sou eu, você não tem o direito de querer decidir isso por mim ou por ela.

— Merda! — virou de costas.

— Eu só quero que você entenda que eu não te usei, apenas vi em você uma oportunidade de ter um recomeço.

— Esse recomeço foi bom pra você? — virou de frente pra mim.

— Foi, eu não me arrependi de ter tentado com você. Infelizmente isso não foi suficiente para os sentimentos existentes irem embora.

— No fundo eu sempre quis que você conseguisse esquecer a Dulce.

— Eu também queria esquecer, me fez muito mal gostar dela e saber que não era recíproco.

— Então por que voltar pra isso? Você merece alguém que te ame, Christopher.

Respirei fundo e Belinda me abraçou, ela chorava como uma criança ainda em meus braços. Não queria que ela se sentisse culpada, eu realmente não tinha a intenção de machucá-la.

— Eu sei disso, mas eu vou decidir quem será essa pessoa.

— E não vai ser eu né? — me olhou com os olhos cheios de lágrimas.

— Belinda, fica tranquila. Respira fundo e relaxa, tá bom? — tentei acalmá-la.

— Eu não acredito nisso. — se afastou andando em círculos pela sala. — Que merda! — resmungou. 

— E o que você sabe a respeito do seu irmão? O lance que ele tem com a Dulce, não é sério né?

— Eu não sei do que você tá falando.

— Como assim não sabe? Se vamos ser sinceros, pelo menos me conta se é real.

— Isso é uma coisa dele, eu não tenho nada haver com isso. Não quero me meter.

— Belinda, por todo amor e consideração que você sente por mim. Por favor, me fala.

— Você quer se aproveitar do que eu sinto por você pra conseguir uma resposta? Idiota.

— Eu não quero me aproveitar, só quero que você seja sincera e me diga a verdade.

— Olha, esquece esse assunto tá bom?

— Eu não vou esquecer, tô te pedindo mais uma vez que por favor me diga.

— Eu não tenho nada haver com isso, Christopher.

— Pra quem não tem, você bem que sabe que ele não deveria se importar com tal coisa.

Belinda ficou inquieta com as minhas provocações, estava claro que o relacionamento que tínhamos está prestes a chegar ao fim. Mas antes, eu precisava saber o que estava acontecendo.

Hurts So Good (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora