25 - de volta pra casa

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Christopher Uckermann

Em meio às milhões de tentativas, Belinda confessou que William planejava se casar com Dulce para ter direito aos seus bens e mais da Saviñon Atlantic. Fiz com que ela fosse comigo até a mansão e falasse tudo para Black que logo iria tomar as medidas a respeito, se passaram dois meses e Dulce ainda não havia voltado.

William ficou sem saída já que teve que ser confrontado por Black e ainda teve seu plano arruinado assim que o pai de Dulce soube que ele planejava criar uma empresa com ela para dessa forma conseguir ainda mais dinheiro.

Depois de tudo isso a conversa que havia sido adiada há algumas semanas, aconteceu quando acompanhei Belinda até o portão da mansão.

— Está feliz agora? — perguntou com deboche.

— Você ainda acha que uma palhaçada dessas deveria ser mantida em segredo?

— Claro que não, mas nunca discordei do William antes. Pela ausência da mamãe, eu passei a enxergar ele como o meu porto seguro.

— Eu entendo, pelo menos você não continuou escondendo tudo que ele pretendia fazer.

— Sim, mas agora você quer falar da gente não é?

— Sim. — mirei o chão.

— Não temos mais jeito, né?

— Eu peço desculpas pela forma como eu te tratei aquele dia na sua casa. Mas eu não menti quando disse que com você eu enxergava um recomeço.

— Me desculpa por ter duvidado disso tudo, agora eu percebo que você só quis se dar uma chance de ser feliz. Eu no seu lugar também teria feito o mesmo, só pra não continuar sofrendo.

— Eu nunca quis te magoar, que fique claro.

— E não magoou, eu que fiz isso a mim mesma.

— Belinda, você é especial. Não tenho dúvidas de que achará alguém assim também.

— Eu já conheço esse discurso, poupe suas palavras e apenas me dê um abraço de despedida. — seus olhos marejaram.

— Despedida? — perguntei.

— Você me ensinou que quando estamos sofrendo temos opções, eu escolhi ir em busca de recomeçar a minha vida em outro lugar.

— Eu te desejo boa sorte, espero que tudo corra bem. — ela assentiu e eu a abracei.

— Obrigada por tudo, Christopher. — agradeceu com a voz embargada.

— Vá em paz, se cuida. — sorri.

Belinda se afastou e parou quando viu um carro se aproximando, eu também parei para olhar.

Dulce Maria

O tempo passou voando, dois meses desde que vim para Nova York em busca de organizar a minha vida e tentar resolver meus problemas. Sem dúvidas esse tempo eu passei refletindo, envergonhada pelas minhas atitudes e por todas as vezes que eu não soube me compreender.

A ausência da minha mãe foi um dos grandes fatores que me fizeram crescer assim, ela foi embora quando eu tinha oito anos assim que se divorciou do meu pai. Na mesma época eu criei laços com a Belinda e consequentemente o seu irmão, William. Depois de terminar a faculdade e a escola, eu decidi que era o momento de achar algo que eu pudesse despejar toda minha atenção. Afinal, eu ainda sentia falta da minha mãe, a empresa da família parecia o melhor.

Foi onde eu tive certeza das minhas habilidades, alguns meses depois de ter visto o meu pai entregar o meu cargo para uma "desconhecida" e meio que me deixar de lado, foi muito difícil pra mim. Em certo ponto tive medo dele me abandonar também, mesmo sendo adulta o meu trauma de criança ainda permanecia comigo.

E foi aí que percebi que tudo isso contribuiu para que eu me tornasse uma pessoa fútil, cheia de rancores e rude com as pessoas. Por muito tempo achei que o dinheiro seria capaz de curar todas as minhas feridas, que eu não precisaria de nada além do luxo que tinha por ter um sobrenome em uma empresa muito conhecida.

Por um momento um filme se passou na minha cabeça e reconheci todas as atitudes mesquinhas que tive, eu não tive consciência disso antes. Posso dizer que isso se deu devido ao fato de que me envolvi com Christopher, ele sempre foi um homem carinhoso, de bom coração e que odeia mentiras e injustiças. Muitas vezes fiz ele passar por cima de seus valores para fazer algo que eu queria, nunca entendi porque eu tinha uma certa influência sobre ele. Quando errei me envolvendo com outra pessoa, tentando sabotar a felicidade do meu pai e me colocando à frente de qualquer coisa que me importava, eu percebi que minhas atitudes só tinham um objetivo: agradar a mim mesma.

Não importava quem fosse se ferir no caminho, quem fosse se sentir mal com isso. Eu não me importava desde de que conseguisse o que eu queria. Foi nesse sentido que perdi uma das pessoas que esteve sempre ao meu lado, no começo Christopher era apenas alguém para satisfazer meus desejos carnais. Alguém que eu pudesse controlar para ter o que queria, mas com um tempo a minha visão sobre ele foi mudando.

Percebi que o que fazia não era certo com ele, depois do episódio da festa percebi tudo isso. Eu disse que não namoraria alguém como ele, mas é mentira. Foi a atitude de uma mulher egoísta, que só pensava em si mesma e queria ser superior.

Então, Anahi bateu na porta do quarto e quando eu assenti ela entrou para me fazer companhia.

— Pensativa? — perguntou.

— Sim, passou um filme na minha cabeça.

— Acha que agora está tudo resolvido?

— Eu acho que me fez muito bem ter que pensar nisso tudo, consegui enxergar quem eu era e o que estava fazendo.

— Isso é muito bom.

— Agora eu sei quem eu quero ser e o que devo fazer.

— Ótimo! Eu fico tão feliz por você, prima. — segurou minhas mãos.

— Está na hora de voltar para casa. — ela assentiu e eu sorri.

Nós despedimos de Lily que já estava emocionada com a nossa partida, mas eu prometi que em breve voltaríamos novamente. Pegamos um táxi até o aeroporto e de lá esperamos o voo.

Temi principalmente por Christopher, já que ele foi uma das razões que me fizeram querer topar essa loucura de viajar para longe. Mas foi graças a ele que eu consegui enxergar quem eu fui e ter certeza de quem eu quero ser a partir de agora.

Eu estava nervosa, não tinha noção de como iria encontrar as coisas em casa e quem eu encontraria. Estávamos no táxi de volta para casa, quando assim que o carro entrou na frente da mansão já vimos Christopher e Belinda juntos.

Hurts So Good (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora