09 - farsa

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Dulce Maria

Não consegui evitar me sentir incomodada quando vi Belinda tão próxima de Christopher, o que era estranho já que não tínhamos nada. Preferi ignorar e fingir que nada aconteceu.

Belinda se despediu e foi embora, surgiu um convite para a inauguração de uma loja de roupas de uma das minhas amigas. Resolvi convidar o Christopher que seria a melhor pessoa para me acompanhar naquela noite.

— O que acha de ir em uma festa de inauguração comigo? — perguntei.

— Ir a uma festa com você? — ele perguntou.

— Sim, qual é o problema?

— Não me parece certo.

— Minha amiga disse que eu posso convidar quem eu quiser, além do mais você já está acostumado. É só usar um terno e pronto!

— Tem certeza?

— Tenho, agora se arruma! Em duas horas saímos. — dei um beijo em seu rosto.

[...]

Christopher ficou muito elegante vestido em um dos ternos que ele tinha e sempre usava quando estava trabalhando de motorista, eu usei um dos melhores vestidos que tinha no meu closet e caprichei na maquiagem e cabelo. Pedi que ele estacionasse em um local um pouco afastado de onde seria a festa e de lá fomos juntos.

— Dulce Maria e Christopher Uckermann. — eu disse quando chegamos na entrada.

— Ok, aqui está. Presença confirmada, boa noite! — o segurança colocou pulseiras vips e permitiu que entrássemos.

— Isso é uma inauguração? Parece mais uma festa de aniversário. — Christopher disse.

— Ela capricha quando o assunto é festa.

Caminhamos juntos até que avistei Zoe e Britney do outro lado da pista de dança cumprimentando algumas pessoas que estavam passando ali.

— Eu tô indo falar com as meninas, me espera aqui um pouquinho? — disse próximo ao ouvido dele.

— Por que não posso ir com você?

— É rapidinho, eu já volto! — sai sem esperar por uma resposta.

De longe as meninas acenaram quando me viram ir andando em direção a onde elas estavam.

— Dul, boa noite! — Zoe veio até mim.

— Oi meninas! — sorri.

— Eu não achava que você viria. — comentou Britney.

— Por que não? Vocês são minhas amigas.

— Você veio sozinha? — perguntou Britney.

— Não. — disse apenas.

— Tudo bem, vamos beber alguma coisa? — disse Britney indo até o bar.

— Onde está seu acompanhante, Dul? — perguntou Zoe.

— Foi ao banheiro. — menti.

— Prontinho! Aqui está. — Britney entregou um drink para cada uma.

— Ao sucesso da nova loja da Brit! — gritou Zoe.

Brindamos e bebemos tudo de uma vez, não demorou para irmos ao bar em torno de umas dez vezes pegar drinks e doses de bebida. As meninas já estavam praticamente bêbadas, dando risada e contando piadas sem graça.

Não demorou para eu começar a fazer o mesmo, ficamos dançando por horas até decidirmos ir a uma das mesas que ficava afastada do barulho.

— Já estamos bebendo a horas e eu ainda não vi a pessoa que veio com você. — disse Britney.

— Eu tinha me esquecido dele. — ri pelo nariz.

— Então é um homem? Apresenta amiga, se ele for um gostoso é melhor ainda.

— Um gostoso que transa muito bem! — dei uma pausa enquanto bebia mais um shot.

— Então é seu namorado ou ficante? — perguntou Zoe.

— Meu motorista! Você acha que eu ia namorar alguém como ele? — tombei para o lado.

— Nossa, pegando o próprio motorista! — disse Zoe, aumentando o tom de voz.

— Por que trouxe o seu motorista para uma festa de inauguração? Ele deveria estar lá fora te esperando pra te levar pra casa. — disse Britney.

— Eu deveria estar lá mesmo. — era a voz de Christopher.

— Christopher? — disse quando me dei conta.

— Esse gato é seu motorista? Não entendo como você disse que não namoraria alguém como ele, o homem é um gostoso! — gritou Britney.

— Vocês entenderam errado! — gritei ficando de pé.

— Quem entendeu errado, fui eu! — Christopher desceu furioso as escadas.

— Meninas eu vejo vocês outro dia, preciso resolver a merda que acabei de fazer! — peguei minha bolsa e desci quase caindo atrás dele.

Tirei meus saltos quando cheguei no lado de fora da casa de shows, Christopher atravessou a rua e foi em direção ao carro que estava estacionado.

— Christopher! — gritei quando parei de frente pra ele.

— Vai me explicar a brincadeira idiota que você decidiu fazer comigo essa noite? — ele disse com um olhar sério.

— Você ouviu o que eu disse? — perguntei.

— Ouvi com todas as letras.

— Olha, você ouviu errado. — tentei tocá-lo, mas ele se afastou. 

— Eu ouvi perfeitamente bem, porque ao contrário de você eu não estava enchendo a cara! — sua voz ficou mais grave.

— Eu posso explicar o que aconteceu.

— Pode é? Então, me explica, Dulce. Tô doido pra ouvir de onde veio a sua ideia de gênio! — cruzou os braços esperando uma resposta.

— Eu ia te apresentar pras meninas, mas acabei esquecendo que você tava lá.

— Sério? Eu fiquei que nem um idiota te esperando lá em baixo por horas, enquanto você enchia a cara e se divertia com as suas amigas.

— Eu perdi completamente a noção do tempo.

— E perdeu os sentidos também! Você disse pra elas que nunca namoraria alguém como eu. Por que? Por que eu sou apenas um cara que dirige para cima e pra baixo levando você e sua família pros lugares que querem? — me encarou.

— Entendo que você está chateado, a gente pode conversar com calma na sua casa.

— Isso não vai acontecer! Você quer me enganar pra acabar transando comigo. É só pra isso que eu presto né? Ainda finge que nada aconteceu depois. — disse totalmente irritado.

— Fica calmo, me escuta. — tentei tocá-lo e mais uma vez ele se afastou.

— Eu vou realizar a minha obrigação como motorista, te levar pra casa. — abriu a porta do carro.

— Christopher, espera!

— Entra no carro. — disse sério.

Percebi que de nada adiantaria continuar insistindo, ele estava chateado demais para considerar qualquer pedido meu. Abri a porta do banco do carona e fui impedida por ele de entrar.

— A senhorita vai no banco de trás. — apontou.

Eu assenti e fui para o banco de trás, o caminho todo ele permaneceu em silêncio concentrado apenas no caminho que tinha que percorrer até chegarmos à mansão.

Hurts So Good (Vondy)Onde histórias criam vida. Descubra agora