Christopher Uckermann
Eu estava em frente ao computador terminando de assistir minha última aula do curso de inglês online, nos momentos em que eu não tinha que levar ninguém para lugares, o curso era a forma que eu encontrava para me distrair.
— Goodbye teacher, thank you very much. — me despedi e desliguei a chamada.
Dulce entrou sem bater e de cara percebi que havia algo errado, ela estava séria e não sorridente como costumava entrar aqui.
— Oi. — ela disse apenas.
— Aconteceu alguma coisa? — perguntei virando-me de frente para ela.
— Meu pai e a Ana Brenda vão se casar.
— E as fotos? Seu pai não fez nada?
— Ele simplesmente ignorou, perdoou ela e resolveram se casar neste final de semana.
— Meu Deus! Imagino que você esteja chateada.
— Estou, tanto que tive uma discussão com minha quase madrasta e ela me deu um tapa.
— Então foi bem mais sério do que imaginei.
— Não acredito que não consegui impedir, as fotos eram o motivo perfeito para o término.
— Acredito que seu pai esteja realmente muito apaixonado por ela, tanto que foi capaz de perdoá-la.
— Ele está cometendo um grave erro depositando sua confiança nela novamente.
— Dulce, eu sei que você está chateada. Às coisas não aconteceram como você gostaria, mas acho que o melhor nesse momento é aceitar que eles vão se casar e agora ela faz parte da família.
— Eu acho que nunca vou aceitar isso, meu pai não precisava fazer isso agora.
— Te incomoda tanto o fato de seu pai estar disposto a tentar novamente com outra pessoa?
— Não é isso, eu apenas sinto que ela não é a pessoa certa pra ele.
— Sendo bem sincero, não acho que seja você quem precisa sentir isso.
— Ela vai se meter em tudo, querer ser o centro das atenções, a mulher responsável pelos negócios da empresa a que vai cuidar do dinheiro.
— Já parou pra pensar que a Ana Brenda pode não estar interessada no dinheiro e sim em ser feliz com o seu pai?
— Para de falar assim! Você vê tudo de forma positiva, não passa pela sua cabeça que ela pode ser uma impostora interesseira?
— Eu acho que você está chateada, pois a Ana se casando com o seu pai tem grandes chances dela assumir os negócios na empresa da sua família. Anulando suas chances de continuar.
— Isso me preocupa muito, o legado da minha família precisa seguir.
— Dulce, o dinheiro não é tudo. Qual é o problema da Ana acabar assumindo os negócios? Você pode fazer outras coisas.
— Eu não quero, Christopher! Você sabe que eu nunca gostei de ficar sem fazer nada, ainda mais quando o assunto é negócios da família.
— Então, sinceramente eu não sei o que dizer para fazer você mudar de ideia.
— Não tem o que fazer, eu não vou desistir! Ela até pode se casar com o meu pai, mas depois veremos como as coisas irão ficar.
— Você que sabe, mas a minha opinião eu já expus pra você. — toquei em sua mão e ela assentiu.
Dulce estava se deixando levar pelo medo, se sentia ameaçada caso sua futura madrasta se tornasse responsável pela empresa dos Saviñon. Tentei de várias formas convencê-la de que isso não é tudo na vida, existem coisas mais importantes que precisam e devem ser valorizadas.
Dulce Maria
Eu estava chateada, ainda não conseguia aceitar que as coisas estavam acontecendo dessa forma. Meu pai me comunicou que hoje temos uma reunião importante na Saviñon Atlantic e eu obviamente falei que compareceria, Christopher era o encarregado de nos levar ao prédio.
— Bom dia, patrões. — ouvi ele dizer assim que meu pai e Ana Brenda chegaram.
— Pai, pode me dizer por que essa mulher vai com a gente? — perguntei quando os alcancei.
— Ana Brenda irá me acompanhar, quero mostrá-la a empresa e como funcionam os negócios.
— Achei que a reunião tão importante que temos hoje seriam apenas para os empregados.
— Eu havia dito que a levaria, a reunião ainda está de pé e não pretendo cancelar. — entrou no carro.
Bufei e entrei também, Ana Brenda quase não olhou para mim durante o caminho. Permanecemos em silêncio pois ninguém queria falar nada, assim que chegamos eu fui uma das primeiras a descer do carro.
— Obrigado, Christopher! Ligarei quando já estiver terminado as coisas por aqui.
— Tudo bem, senhor Black. — assentiu.
Meu pai ajudou Ana Brenda a sair do carro e juntos eles entraram no prédio da empresa.
— Você não vai? — Christopher perguntou.
— Eu já os alcanço, me desculpe por não ter falado com você na hora que desci. Percebeu que eu fui pega de surpresa, não é?
— Sim.
— Falamos disso depois, tenho que ir. — ele assentiu e eu entrei pegando o elevador.
Parei no andar que dava acesso às salas de reuniões e escritórios, vi Ana Brenda com meu pai e resolvi segui-los para ver o que iriam fazer.
— A empresa é maior do que eu imaginava. — ela disse quando ele lhe mostrou uma das salas.
— É o meu xodó, posso dizer que essa é uma das coisas que mais tenho orgulho nessa vida.
— E a reunião começa que horas? — perguntou.
— Daqui há cinco minutos, ainda posso te mostrar os escritórios e o meu claro. — ela assentiu e eles seguiram em direção a mesma.
Fiquei observando as escondidas, não queria que me vissem e eu pretendia ouvir as conversas caso falassem a respeito dos cargos. Parei quando eles entraram no escritório do meu pai, encostei-me perto da porta para ouvir melhor.
— Tenho um aviso importante para dar nessa reunião, espero que os envolvidos aceitem.
Quando notei que estavam voltando me afastei e fingi que acabava de sair de uma das salas, parei próximo e peguei meu celular para disfarçar.
— Dulce, vamos? — meu pai perguntou e eu assenti.
— Espera. — fiz ele parar. — Ela vai também? — perguntei apontando para Ana Brenda.
— Sim.
— Só pode ser brincadeira.
— Não é nenhuma brincadeira, eu irei me casar com seu pai e não vejo nenhum problema em acompanhá-lo. — ela disse.
— Era só isso? Então, vamos. — Black disse continuando a andar.
Chegamos na sala onde seria a reunião, algumas das pessoas envolvidas estavam esperando sentadas em seus devidos lugares. Me sentei ao lado de meu pai e Ana Brenda ao lado dele, esperamos três minutos para começar.
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Hurts So Good (Vondy)
RandomDulce Maria é mimada e só pensa em si mesma, acostumada a ter tudo o que quer nas mãos. Quando as coisas saem do seu controle é motivo para atacar o primeiro que ver pela frente. Christopher Uckermann é o motorista de seu pai, um homem muito import...