Dulce Maria
Depois de uma temporada de férias em um dos lugares mais lindos do mundo, posso dizer que o Caribe virou minha terceira casa pois a segunda é a empresa da família. Foram dias incríveis em que as únicas coisas que vi eram a areia branca e fina da praia, o céu azul, os coqueiros que emolduravam um mar de cor única e temperatura perfeita, um verdadeiro paraíso! Porém, já estava na hora de voltar para casa e encarar as responsabilidades do dia a dia, as quais eu não meço esforços para cumprir.
Algumas horinhas no vôo e eu já estava de volta, fui recebida no aeroporto para pegar o carro por Christopher Uckermann meu motorista e também de meu pai, dei um meio sorriso quando o vi depois de tanto tempo.
— Bem vinda de volta, senhorita Saviñon. — sorriu e abriu a porta do carro.
— Obrigada, senhor Uckermann. — respondi da maneira mais formal possível e entrei.
Christopher deu a volta sentando no banco do motorista, colocando o cinto, as mãos no volante e sua atenção focada na estrada. Olhei para o espelho conferindo se meu batom estava intacto e percebi que ele por um segundo, também olhou.
Permaneci em silêncio apenas conferindo as mensagens em meu celular, preferi que o caminho fosse silencioso e continuei assim.
— Chegamos, senhorita. — ele disse e eu tirei a atenção do celular e olhei em volta.
Me afastei para próximo da porta e quando fiz menção de abri-la, Christopher já estava lá para fazer isso por mim e eu rapidamente me surpreendi. Sai do carro e sorri quando vi a velha mansão dos Saviñon em minha frente novamente, não falei uma palavra e apenas fui entrando para matar minha curiosidade.
— Como é bom estar de volta! — disse para mim mesma quando entrei na sala de estar e vi as duas escadas que davam para o andar de cima.
Dei alguns passos a frente e respirei fundo, rapidamente meu irmão Alfonso passou distraído digitando algo e dando pequenas risadas como se estivesse tendo uma conversa engraçada com alguém, dei mais um passo e ele finalmente me olhou.
— Olá. — sorri.
— Dulce, maninha! — veio até mim me dando um abraço apertado e um beijo na cabeça que bagunçou meu cabelo.
— Sentiu saudades? — perguntei.
— Está brincando? Claro que eu senti, essa casa sem você é um completo silêncio.
— Eu sei disso! Quando você voltou?
— Faz uma semana.
— E não me avisou? Seu idiota. — dei um leve tapa em seu ombro e rimos juntos.
— Eu optei por não incomodar minha irmãozinha com mensagens, já que ela estava aproveitando suas férias no Caribe.
— Foram as melhores férias da minha vida! E agradeço pela preocupação em não me incomodar. — caminhei até a mesa de bebidas me servindo de uma dose de whisky.
— Imagino que queira saber o que aconteceu durante a sua ausência.
— Deixa eu adivinhar, foram entediantes? — falei com uma certa ironia.
— O papai se manteve bem ocupado.
— Com os assuntos da empresa? — perguntei enquanto tomava a dose de whisky.
— Isso e outras coisas. — sentou-se no sofá.
— Onde ele está agora?
— Creio eu que no escritório, é onde ele passa a maior parte do tempo.
— Estou indo vê-lo, depois continuamos nossa conversa. Quero saber tudo que você fez ein. — dei uma piscadela e ele assentiu.
Caminhei em direção ao escritório do meu pai, bati na porta e lá de dentro ele permitiu que entrasse.
— Olá papai. — falei assim que entrei.
— Minha filha, esqueci completamente que você estava chegando. Como foi a viagem? — veio até mim me dando um abraço.
— Foi ótima, me atrevo a dizer que foi uma das melhores desde da viagem para as Maldivas.
— Estou feliz por te ver, perdoe eu não ter ido ao aeroporto. Tenho passado tempo demais aqui.
— Sem problemas pai, estou de volta não é? Então vamos apenas voltar ao que era antes.
— Já viu seu irmão, Alfonso? — disse voltando para sua mesa.
— Sim! Ele foi o primeiro a me ver, depois do motorista. — ri pelo nariz.
— Ótimo! Imagino que esteja cansada, então não se importa de ir ao seu quarto descansar. Temos muito tempo para conversar sobre a viagem.
— Claro, estou indo. — me aproximei e dei um beijo em sua testa. — Te vejo depois! — me despedi.
Subi as escadas que davam acesso aos quartos e entrei no meu, estava tudo exatamente como eu deixei, mas as coisas pareciam ter sido limpas há algumas semanas. Sentei em minha cama e logo deitei-me, olhei para o teto e respirei fundo.
— Os resorts do Caribe são incríveis, mas nada melhor do que chegar em casa e deitar na sua cama. — levantei rápido com o barulho de uma mala caindo no chão.
— Desculpe senhorita, as malas estão pesadas. — disse Christopher as deixando com cuidado no chão.
Levantei a sobrancelha estranhando o comportamento dele, continuei o olhando séria.
— Algum problema, senhorita? — ele perguntou e eu soltei uma risada.
— Por que tanta formalidade? Até parece que você foi contratado hoje.
— É assim que os empregados têm que ser.
— Já passamos dessa fase, você é quase como alguém da família. Pare de palhaçada, ok? — fiquei de pé.
— Acha ruim que eu trate a senhorita com formalidade? — continuou.
— Você não está errado nisso, mas não precisa agir como se eu fosse uma senhora de oitenta anos rica que mora sozinha.
— Na minha opinião, o respeito deve prevalecer independente da idade.
— Christopher, qual é o seu problema?
— Só estou fazendo o meu trabalho.
— Eu falei sério quando disse que você não precisa continuar assim, ok?
— Assim como? Agindo como alguém que está aqui para seguir ordens?
— Acabou a brincadeira! Larga essa pose de bonzinho educado e me diga o que aconteceu.
— Faz um tempo que eu não vejo a senhorita, só quis ser educado.
— Ok, já me viu e já foi. Tudo certo!
— Certo, vai querer alguma coisa?
— Nada, obrigada. — revirei os olhos e ele assentiu indo embora.
Ele só está agindo assim para chamar minha atenção, para alguém que já está na mansão há exatos quatro anos. Muito engraçadinho, eu diria. Resolvi tomar um banho e descansar um pouco, depois de algumas horas resolvi ir atrás de Christopher para confrontá-lo mais um pouco.
Meu pai considera o Christopher um filho, a prova disso é ele ter dado uma casa que fica nos fundos da mansão no jardim para ele morar. Eu já sabia o caminho e fui lá sem que ninguém percebesse, geralmente eu não batia na porta.
— Senhorita, antes de entrar se bate.
— Você sabe que eu nunca faço isso. — sentei em sua cama.
— Então, o que deseja?
— Que você pare de bancar o palhaço e me diga o que está acontecendo.
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Hurts So Good (Vondy)
RandomDulce Maria é mimada e só pensa em si mesma, acostumada a ter tudo o que quer nas mãos. Quando as coisas saem do seu controle é motivo para atacar o primeiro que ver pela frente. Christopher Uckermann é o motorista de seu pai, um homem muito import...