Capítulo 13: Quando um Homem Bom vai à Guerra

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Harry estava prestes a ligar a nave novamente para levá-los de volta para a Academia.

Era evidente que a situação não tinha mais resolução. Tudo estava perdido, Styles não poderia ficar ali, parado, impotente, apenas vendo seus irmãos morrerem naquela guerra sem causa. Ele não queria ver aquilo. Preferia ir embora. Talvez fosse covardia, ou até mesmo egoísmo. Mas a sua nave não tinha nada para contribuir com a guerra, estava sem munição e sem defesa. A única coisa que ele poderia fazer ali é esperar a morte chegar.

Desanimadamente, Louis já tinha voltado para seu lugar e todos estavam extremamente silenciosos. Era como se a morte tivesse vindo mais cedo por eles, insistindo em os levar juntamente com os milhares de soldados que pereciam na batalha abaixo. A sensação de amargor na boca misturada com uma tontura característica, já eram indícios que ela estava vindo, e não demoraria muito.

O desânimo depressivo da falha e do medo já eram inexistentes. Louis e Harry não sentiam mais nada.

Aquela missão já tinha superado a falha, era catastrófica, ominosa e fugaz.

— Mas onde nós erramos? — Exclamou baixinho Sheeran, negando com a cabeça — pensamos em absolutamente tudo, não faz o menor sentido.

Harry suspirou languidamente e coçou sua testa. O cansaço, que já estava acumulado há algumas horas, tinha tomado o seu corpo de vez. Ele não estava acostumado a falhar. Esse tipo de coisa geralmente não acontecia quando ele estava na missão. Quando Styles chegava em um lugar, os problemas se resolviam de forma mágica e eficaz... Como isso foi acontecer? Como chegou a esse ponto?

Harry rapidamente ativou os propulsores da nave e se preparou para dar partida.

Ele queria desesperadamente atingir a velocidade de dobra e deixar essas cenas para trás. Queria fugir. Fugir de tudo.

Ele subiu mais alguns metros com a nave e estava quase apertando o botão que ativaria a velocidade de dobra, porém, antes disso ele instintivamente olhou para o horizonte e congelou sua mão à alguns metros do painel. Era lindo.

Ao mesmo tempo que era trágico e sanguinolento, era lindo. Luzes explosivas se misturavam com a visão alaranjada de Teladore. Harry conseguia até ver aquela linha fina de atmosfera que envolvia o planeta, brilhando resplandecente enquanto refletia as bombas e os estilhaços de naves.

Teladore estava tão pacífico quando olhado dali. Harry sempre teve essa sensação. Quando se olha um planeta do espaço. Tudo é tão silencioso, tão deslumbrante. Era como se o orbe estivesse adormecido, deixando se levar por um abraço gravitacional.

Enquanto perdido nos seus pensamentos, Styles voltou a realidade de forma abrupta. Isso porque ele pôde observar vários pontos de luz no horizonte.

A princípio eram pequenos pontos brilhantes, como se fossem estrelas viajando por entre a poeira do espaço. Porém, esses pontos logo se transformaram em centenas de naves de pequeno e médio porte.

Elas claramente estavam viajando na velocidade da luz e chegaram aos poucos, porém de forma rápida ao redor de Teladore. Discretamente formando um cerco intransponível ao redor da batalha que ainda queimava de forma brutal.

— Hey, pessoal, olhem isso. — Exclamou Harry espantado, chamando a atenção dos seus colegas.

Louis olhou lentamente pela janela perto do seu assento e franziu o cenho. O que é isso?

Como se recebessem energia vital, todos ali se levantaram rapidamente e correram para perto de Styles, para que pudessem observar pela grande janela do piloto.

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