Capítulo 25: O som dos relógios não era mais algo pacífico. Era angustiante.

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"O som dos relógios não era mais algo pacífico. Era angustiante."

Primeiro veio o choque, depois a descrença.

Por fim, a dor.

Os dias se passaram lentamente e logo se transformaram em semanas.

E então uma velha sensação semelhante lhe veio à cabeça.

Ele tinha passado por algo parecido quando perdeu Ollie.

Harry não estava morto. Mas mesmo assim, se separar dele não deixava de ser doloroso.

A sensação de vazio no peito e uma solidão constante no coração tomaram conta de si.

Louis decidiu parar de tentar comparar Ollie com Harry. Especialmente depois da despedida dos dois. Certamente, ele se sentia diferente. Ele achava que Harry era apenas seu amigo, mas isso agora parecia estar errado. Certamente estava errado.

Quando o beijou daquele jeito, percebeu desejos que não sabia que tinha. Harry era de fato seu amigo e Louis o amava como tal, mas agora pensava que ele poderia ser algo mais.

Poderia ter sido algo a mais.

Tudo começou a fazer sentido para Louis. Os olhares, os toques, os abraços, o conforto que sentia ao estar perto de Harry, o fato de pensar sempre nele, mesmo quando não estava na sua presença.

Louis nunca tinha estado num relacionamento amoroso antes, não sabia que poderia ser assim. Somente quando perdeu essa presença constante foi que ele percebeu o quanto queria isso e o quanto precisava disso.

Não importava. Agora era tarde demais.

O fato é que parecia que Styles havia levado a agitação toda consigo. Louis, que antes estava cheio de missões e investigações, agora estava sem absolutamente nada para fazer. Bom, na verdade estava normal.

Alguns relatórios, algumas missões. Mas nada demais. Nada empolgante o suficiente. Nada que fizesse seu coração bater como antes. Ele parecia o antigo Louis. Aquele que olhava os relógios pela manhã.

É possível dizer que Louis sempre teve algum tipo de fixação por relógios. Ele os achava confortável. Gostava do som constante, sempre presente.

Mas talvez, aquele barulho fosse uma companhia constante que relembrava o quão solitário ele estava.

Agora mais do que nunca.

Com Harry por perto, ele jamais poderia escutar o barulho de relógios. Quando Harry estava perto, ele nunca parou para escutar o barulho dos relógios.

Nem. Uma. Vez.

"Styles você fala demais." Louis disse certo dia.

Era verdade. Ele falava tanto que até nos momentos em que Louis estava sozinho, ouvia o ressoar melodioso da voz dele em seus ouvidos e em sua cabeça.

Infelizmente, a cada batida do relógio, a cada segundo que passava. A voz de Harry ficava mais distante e mais ininteligível.

Eventualmente Louis iria se esquecer de como ele soava.

Especialmente Louis que tinha a fama por se esquecer facilmente de algumas coisas.

Agora mesmo, Tomlinson nem se lembrava direito o que estavam investigando antes. É claro que ele sabia sobre o infiltrado, mas ele queria esquecer sobre isso. Ele não queria pensar nessa missão. Então dizia para si mesmo que não se lembrava.

Louis sentiu que suas memórias talvez fossem o ajudar a esquecer tudo de novo. Dessa vez será exatamente igual antes, ele disse a si mesmo.

Se eu não lembrar, eu não irei sofrer.

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