Capítulo 31: Louis, ouça a minha história

159 31 93
                                    

"Louis, ouça a minha história"

— Louis, eu juro que não sou um rebelde, eu juro. — Harry resmungava pela milésima vez.

— Harry, só cale a boca, okay? — Tomlinson estava encostado na parede oposta a Harry daquele elevador.

Eles estavam escondidos esperando que alguém aparecesse para pegar aquela carga que Harry havia entregado, junto com os rebeldes Wallace e Adam. Louis estava gastando seus neurônios preocupado em como poderia ir atrás de David Bowie, onde quer que ele estivesse, porém, como havia descoberto um componente viral ali na carga que os rebeldes entregaram, ele não iria embora, não até descobrir o que estava acontecendo.

— É que Louis — Harry resmungou. — Você parece não acreditar em mim.

Tomlinson apenas olhou para ele e franziu os lábios. Ele não queria falar com Harry naquele momento. Havia muito o que resolver e ele não tinha certeza, muito menos segurança, no que dizer ou achar. Era tudo muito recente para ele processar. Além disso, duvidava que pudesse falar, sentia que se o fizesse, iria começar a chorar novamente. E se ele ficasse mais desequilibrado do que já estava, poderia comprometer os vários pontos da missão que tinha que resolver.

— Louis — Harry suspirou dolorosamente — Fala comigo por favor.

— Harry! — ele censurou.

Aquela devia ser a segunda vez que Harry o ouvia dizer seu primeiro nome desde que se encontraram. E ambas as vezes foram em tons desse tipo. Styles se sentia cada vez mais miserável.

— Eu não consigo ficar em silêncio Louis, me desculpe — ele disse frustrado — mas você não sabe quanto tempo eu queria falar com você e há quanto tempo eu queria te ver e... — Ele pareceu repensar o que estava dizendo e mudou o seu tom, o deixando mais baixo. — Esquece, e entendo que você não queira me ouvir, me desculpe.

Louis não olhou para Harry, estava parcialmente escuro onde eles estavam e Tomlinson usou isso para esconder um pouco das suas expressões. Enquanto apertava e mexia nas próprias mãos de forma ansiosa, ele percebia que o tempo estava passando. Segundo a segundo, cada um deles durando séculos.

Ele queria falar com Harry, queria conversar também, mas ele simplesmente não sabia como.

Se ele o fizesse, iria chorar. Ele convencer a si mesmo que conversar agora não adiantaria de nada, mas ele não conseguia acreditava nisso. A cada segundo que passava, uma massa de palavras se formava no seu peito e na sua garganta e estava começando a ficar doloroso. Seu peito doía em angústia e em tristeza.

A situação era crítica, mas não havia nada que ele pudesse fazer por Bowie nesse momento, ele sequer saberia dizer onde o mais velho estava e o que estava passando. Além disso, tinha que descobrir o que estava acontecendo aqui. Se ele abandonasse tudo e fosse atrás de Bowie, sabia que não se perdoaria. Sabia que nem mesmo o próprio Bowie o perdoaria.

E também, havia o componente viral aqui, Louis certamente não iria embora. Ele iria esperar.

Nenhum alarme tinha soado desde que eles chegaram, também não tiveram nenhum sinal de que alguém viria buscar aquela carga que estava depositada há pouquíssimos passos de distância deles, bem ali, fora do elevador.

Pelo que Louis suspeitava, poderia demorar horas. E ele sentia Harry tão aflito do seu lado e ele estava tão aflito.

Mas, mesmo assim, ele ainda não conseguia falar nada.

Louis encostou sua cabeça na parede e suspirou. Estava cada vez mais frio e mesmo com seu casaco, ele continuava a tremer.

O aço de Sidelgar, o qual eles estavam sentados, transmitia o frio da superfície de forma muito eficiente, principalmente ali naquele vão escuro e sem energia, onde eles estavam.

Beyond The StardustOnde histórias criam vida. Descubra agora