25- Minha garota...

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                                  JJ

Subo na moto, antes de estender a mão para que Kiara se apoie.

Nós ainda não trocamos uma palavra e ela parecia ainda mais furiosa do que quando saímos da casa. Bom, ela poderia ficar a vontade para explodir de raiva, caso quisesse, contanto que ela estivesse aqui, comigo. E não com Rafe.

Eu não sou o tipo de cara que busca ficantes em festas, não foi isso que aconteceu. Eu simplesmente não estou entrando em um joguinho de posses com Cameron. Além disso, algum dia ela iria me agradecer.

Rafe pode não ser mulherengo, mas eu conheço as histórias sobre suas ex-namoradas. O cara é completamente louco de ciúmes. Eu sabia como isso tudo ia acabar, e não ia ser um lindo conto de amor.

E essa foi a minha única motivação.

Meu subconsciente me lembra. Eu posso ser alguém decente quando quero, mas ainda me incomodava o fato de que ver Kiara e Rafe juntos, causasse alguma reação em mim.

Meu corpo simplesmente foi consumido por uma raiva descomunal. O jeito que ele a tocava, como olhava para ela. Como se a conhecêsse. Como se tivesse algum direito sobre ela.

Ele estava muito enganado se achava que tinha.

Só percebo que acelerei demais a moto, quando Kiara aperta meu tronco e preciona a bochecha contra as minhas costas.

Boa garota, Ás. Mantenha as mãos em mim...

Eu podia ouvir seus dentes batendo ocasionalmente. Então me lembro que Kiara usava apenas um shorts, extremamente curto, e a parte de cima do seu biquíni.

Ela estava com frio.

- Para onde estávamos indo? - Ela pergunta quando paramos de seguir a caminhonete de Jonh B.

- Você vai ver. - É tudo que eu respondo.

Não vamos muito longe, antes de estacionar a moto ao lado de uma árvore, logo atrás das letras enormes que formavam o nome da cidade.

- É aqui que você vai me matar? - Kiara dramatiza, quando eu estendo a mão para ajudá-la a descer.

- Claro que não. - Desdenho. - Grama é péssima pra cavar e eu não conseguiria carregar seu corpo na moto. Esse é um péssimo lugar para um assassinato.

- Era pra isso me deixar mais tranquila? - Ela me encara incrédula. - Que lugar é esse?

- Estamos nos limites da cidade.

New Haven era uma cidade histórica, apesar de pequena, ela meio que se ajustou às modas de Yale, e à quantidade absurda de alunos que eles comportavam.

Estávamos no banquer de areia que acomodava o nome da cidade, fazendo uma releitura patética da placa de Hollywood. Ninguém poderia dizer que eles não tentaram.

Kiara abraça o próprio corpo ao sentir a brisa do vento se chocar contra nós. Esse era o ponto mais alto da cidade, e consequentemente, o mais frio. Tiro o moletom que vestia por cima da camisa, e a entrego.

- Você vai acabar doente vestindo essa coisa minúscula que você chama de biquíni. - Estendo a peça.

- Eu não tinha exatamente uma escolha, já que você entrou lá e simples exigiu que eu fosse com você. - Ela resmunga, mas mesmo assim veste o agasalho.

Ver Kiara nas minhas roupas me deixava um pouco apreensivo, apesar do meu subconsciente adorar a ideia. Eu sei que são circunstâncias diferentes do que seriam se ela as usasse depois de uma transa, mas parecia tão íntimo quanto. Parecia...

Whatever It Takes - JiaraOnde histórias criam vida. Descubra agora