outra vez eu me deixei cair na tentação

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A/N: Continuação da cena no escritório do Stenio caso o Oto não tivesse chegado


"Então, só pra você saber"

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"Então, só pra você saber". Ela falou num tom incisivo, estalando os dedos.

Stenio a encarou por um longo momento, observando sua postura defensiva sentada na cadeira da sala dele no escritório. Ele colocou as duas mãos sobre a mesa se apoiando para inclinar levemente o corpo na direção dela. Viu ela enrijecer a postura sob o olhar curioso dele e o clima na sala imediatamente se tornou mais denso.

"Entendi o recado, doutora delegada. Agora será que eu podia dar uma palavrinha com a Helô?" Ele disse com um sorriso nos lábios e ela o olhou confusa.

"Tá maluco é?" Ela quis debochar como se não soubesse do que ele estava falando, mas a maneira como ela encarava seus lábios a denunciava.

Stenio deu a volta na mesa e segurou os dois braços da cadeira, girando-a em sua direção. Abaixou-se para ficar cara a cara com ela. O suspiro que ela deixou escapar o incentivou.

"Quem veio me fazer essa visita hoje foi a delegada não?" Helô levou a pergunta como retórica e continuou o encarando em silêncio, uma sobrancelha arqueada em questionamento. "Pois agora que ela já deu o recado eu quero falar com a Helô." Passou os dedos por uma mecha do cabelo dela, sentindo a maciez dos cachos. "A mulher cuja cama eu estava há três dias atrás." Pronunciou num sussurro, como quem conta um segredo. Cada palavra dele era dita de maneira deliberada e viu na expressão dela que causaram o efeito desejado.

Ele se afastou pegando um pequeno controle em cima da mesa e pressionando um botão, fazendo todas as persianas se fecharem. Discou o ramal da recepção no telefone de mesa.

"Olivia, por favor, se chegar alguém pra mim pede pra segurar aí e não me interrompa." Ela sentiu-se arrepiada com o tom firme da voz dele. De repente, seu corpo estava em alerta, os sentidos imediatamente aguçados na ameaça de perigo que ele representava para o autocontrole dela.

Como a mulher tão centrada que ela sabia que era podia ter as defesas desarmadas tão facilmente em um terreno que ela conhecia como a palma da mão? Talvez fosse justamente a familiaridade que a fizesse se sentir segura para entregar os pontos assim.

"Ei! O que você tá fazendo?" Ela reagiu, buscando resistência ao vê-lo trancar a porta. Stenio não respondeu.

Caminhou a curta distância da porta até ela a passos largos. Agarrou a delegada pelos cabelos, trazendo-a para si e colando seus lábios. Puxou o corpo dela para cima e Helô prontamente levantou-se, ficando em pé na frente dele.

O beijo era sensual, voluptuoso. Arrepiou cada poro dela, deixando o corpo ainda mais em alerta. Por um momento, sentiu vontade de desassociá-lo, fingir que aqueles lábios não eram dele, que podiam pertencer a qualquer um. Que as mãos que seguravam firme em seus cabelos e na sua cintura tinham outro dono. Tudo isso, para se autojustificar, sabendo que ficava cada dia mais difícil para ela dizer não e essa estrada só podia levá-la a um lugar.

registro (steloisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora