A/N: Depois desse capítulo da novela, a ideia desse flashback se solidificou na minha mente ouvindo a música do Chico Buarque que é o título dessa one. Lembrando que ela se encaixa no mesmo universo do flashback da one anterior.
Só preciso esclarecer que eu sou formada em relações internacionais e trabalho com política a minha vida toda, a única noção que eu tenho de direito é o internacional ou o eleitoral e com muitas ressalvas!! Por favor, relevem qualquer equívoco!
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O jeito que ele agarrava o cabelo dela era sempre o mais enlouquecedor de tudo que ele podia fazer para provocá-la. Stenio a conhecia bem, sabia o que a fazia perder o controle. Por isso mesmo, era cruel que, nos últimos tempos, ele estivesse fazendo tanto uso desse recurso.
Qualquer oportunidade que estivessem juntos, não podia se descuidar um minuto que já sentia a respiração dele em seu pescoço, o punho se fechando em volta de seus fios castanhos. Ela não conseguia resistir quando sentia a ponta de seus dedos lhe tocarem o couro cabelo, logo antes de experimentar a dor gostosa da cabeça sendo puxada para trás, ou para o lado, dando a ele mais acesso a seu pescoço.
Com a língua dele traçando padrões precisos no espaço abaixo de sua orelha, ela sabia que o objetivo dele era tirar sua sanidade. E ele ia conseguir.
Por algumas horas, ela ia deixar ele no controle, ia permitir que ele fizesse com ela tudo o que tinha em mente. Já no final da madrugada, quando o sol estivesse nascendo, ela estaria satisfeita, tendo saciado a sua vontade semanal de ter as mãos dele passeando por seu corpo e colocaria o homem para fora. Não era justo com ele, nem com ela, mas quase nada na vida é justo, certo?
Nem ela sabia direito o porquê de ainda estar expulsando ele toda vez. Não fazia muito sentido que ela cedesse toda e qualquer investida que ele fizesse, mas que ainda insistisse em seu discurso de 'xô Stenio' no dia seguinte. Ela sabia disso.
Não era certo, mas também não existiam motivos para que ela fizesse o contrário. Os problemas entre eles ainda eram os mesmos desde o primeiro divórcio, não tinham resolvido nenhuma das questões pendentes. Ela também não conseguiria dar uma chance a ele quando ele continuava mentindo para ela, despertando nela medos antigos e inseguranças passadas.
Mas o que a incomodava de verdade naquele momento era a ausência dele. Ele até podia aparecer em sua casa de vez em quando, ligar para ela constantemente e passar o dia todo perguntando onde ela estava. Ainda assim, ele não estava invadindo seu espaço da maneira que ela esperava que fizesse. Helô jamais admitiria, mas depois das ameaças da máfia, ela esperava que ele fosse ser mais incisivo em querer estar perto dela, mas os dias se passavam e ela mal tinha com ele.
Essa era mais uma baita diferença das outras versões deles em vidas passadas, provando para ela o quanto ambos estavam diferentes, mesmo que tudo ainda parecesse igual. Helô tentava não permitir, mas essa realização dava a ela esperança de que talvez pudessem fazer as coisas funcionar dessa vez. Mas não ainda.
