ainda lembro o que passou, eu e você

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A/N: A viagem de Helô e Stenio a Angra, quando ficaram com o barco a deriva. Tentei criar um imaginário desse momento da vida deles, mas não entendo nada de barcos então foi difícil.

Parece que eu fiz o Stenio de vítima aqui, mas não se enganem eu sou 100% time Heloísa Sampaio, qualquer coisa duvidosa que a diva fizer com ele não é errado, é reparação histórica.


Stenio ficou em silêncio por um minuto

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Stenio ficou em silêncio por um minuto. As indagações de Helô sobre inquéritos e casos confidenciais de seus clientes não eram novidade, mas elas sempre eram um gatilho. Não existem culpados nessa dinâmica que insistiam em manter. Ambos sabiam disso, nem sequer discutiam mais sobre esse ponto específico. Ele fazia e ela fazia. Mas isso não significava que era saudável.

Foi pego de surpresa, não pelas perguntas em si, mas pelo que elas representavam no grande esquema das coisas. Não seria isso que o faria ficar ressentido ou chateado com Heloísa naquela altura de suas vidas, então porque sentia um peso na boca do estômago? Ele estava ativamente mentindo para ela em uma série de ocasiões, como ele poderia cobrá-la alguma coisa? Ainda assim, quando ela volta a relembrar a história de Angra, ele sente um turbilhão de sentimentos tomar conta.

Por que era tão difícil manter o controle de coisas que já foram encerradas há anos?

Provavelmente era a sensação de deja vu que esses cenários lhe davam, faziam ele retornar para um momento de paralisação onde viu sua vida desmoronar e não conseguiu fazer nada.

Mas a história de Angra era um acalento. Ele não sabia naquela época que estavam no olho do furacão, não sabia que aqueles momentos eram um sopro de ar fresco antes de intermináveis dias nublados. A tempestade iminente não foi anunciada, ela veio e foi embora, não deixando nada intacto para trás. Mas aquela memória não. Aquela memória era quente, o envolvia como um abraço apertado depois de uma noite de angústia. Se deixou levar...

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Viajar de carro tinha suas complicações, mas quem disser que não ama uma boa road trip, só pode ser maluco. Helô e Stenio nunca perderam uma oportunidade de viajar de carro pelo estado e suas proximidades. Apesar da Região Serrana e do interior terem seu charme, com as cachoeiras, as lindas cidadezinhas e seus fartos cafés da manhã, o casal geralmente optava por praia e sol. Nenhum dos dois jamais gostou do frio. Na vida já existia o suficiente disso.

O que poderia ser melhor que se banhar no sol da manhã com a preguiça de quem acabou de acordar? O verão tinha uma sensualidade indescritível, era sobre a simplicidade das coisas, acordava neles o que tinha de mais rudimentar. Pontos que há muito tempo haviam abandonado.

Helô e Stenio estavam prestes a comemorar o quinto ano de casamento, ou de recasamento. Juntos, juraram que passariam toda a extensão desse período comemorando, tinham planos para o ano inteiro e ainda era só o mês de janeiro. Esse era um marco importante, significava a força da vontade que tinham de continuar juntos, era o símbolo do amor que persistia apesar das tempestades e dos obstáculos. Stenio queria acreditar que nada poderia abalar as fundações do que estavam construindo e se dedicava todos os dias para provar a ela a escolha certa que eram.

registro (steloisa)Onde histórias criam vida. Descubra agora