A/N: Poucas coisas na vida me perturbam mais que a timeline da história de Helô e Stenio. Não ironicamente, eu fiz um gráfico tentando encaixar os acontecimentos que são de conhecimento do público para tentar presumir os que não são. É literalmente só por isso que eu nunca tinha escrito nada sobre eles mais novos.
As coisas que eu descrevi aqui acontecem em algum momento entre 1990 e 1992, porque eu imagino que a Drika deve ter nascido entre 1992 e 1994, mas vamos deixar uma margem de erro de um ano a mais ou menos aí. E sim, eu dediquei mais tempo tentando fazer sentido desses personagens que a própria autora.
E como eles não conseguiram decidir quem foi que aprontou com quem, aqui eles dois aprontaram.
Assim que ela ouviu as primeiras notas da melodia que sua memória afetiva conhecia tão bem, sentiu o corpo relaxar. A sensação de familiaridade que ele transbordava nela era gostosa, confortável. Desarma ela toda vez. Desistiu, por hora, de reclamar dele invadindo seu espaço.
As lembranças a atingiram com força assim que a voz de Tim Maia preencheu a sala. Sentiu ele colar o corpo em suas costas, fazendo ela se emoldurar a ele, um encaixe perfeito. Quando ele começou a falar, ela percebeu que o homem recordava a mesma história que tinha saltado, sem permissão, para a frente de seus pensamentos.
Flashback
Helô estava mentalmente exausta. Fisicamente, sentia que podia derrubar um prédio, mas sua cabeça explodia e latejava como se tivesse sido martelada. Ela estava imersa num mar de papéis, dentre livros, apostilas, anotações e flashcards. O quinto período da faculdade de direito ia acabar com o que restava de sua sanidade. E era só a metade do curso!
Mesmo não estando em condições de absorver conhecimento nenhum, ela seguia estudando, não podia se dar ao luxo de ir mal em seus exames finais. Fim de semestre era sempre um pesadelo. Ela não dormia, mal comia e ficava com uma aparência horrível. Nem tempo de ver seu namorado ela tinha!
Deus, ela sentia falta dele.
O telefone de casa tocou, interrompendo seus devaneios. Não tinha ninguém por lá naquela hora da tarde, então a morena se levantou rapidamente para atender. Precisava mesmo de uma pequena pausa, ia aproveitar a interrupção para fazer um café e tomar um analgésico.
"Pois não?" Ela atendeu mecanicamente.
"Oi, meu amor!" Como se tivesse adivinhado que ela estava pensando nele, a voz de Stenio ressoou grave do outro lado da linha. Ela gostava muito de ouvir aquela voz, seu corpo relaxou sem que ela percebesse.
"Oi, Stenio." Ela respondeu numa voz suave, se sentando no sofá de casa. "O que houve? Eu não tava esperando uma ligação sua até amanhã." Ela comentou curiosa, já que era uma sexta-feira e ele tinha ficado de ligar no sábado para combinarem de se encontrar.
"Pois é sobre amanhã mesmo que eu queria falar com você, Helô. É aniversário do Davi e os caras vão dar um festão lá na República dele, eu tava pensando na gente aparecer." Ele parecia bem animado, Helô sabia o quanto ele gostava de festas universitária. Antes de conhecê-la, ele era figurinha carimbada em todas elas.
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registro (steloisa)
RomansaContinuações das cenas steloisa que foram drasticamente cortadas sem nenhuma explicação pela novela. Esses são registros do que poderia ter sido.