A/N: fui ganha na insistência aqui viu, meu plano não era escrever continuação, mas quando que eu sigo o que eu planejei não é?? Essa é a continuação da cena do Stenio chegando com a malinha na casa dela.
Me perdoem, mas dá tanto trabalho corrigir os capítulos de evermore que eu não tenho nenhuma paciência de corrigir essas ones, e eu sou controladora demais pra pedir alguém pra corrigir pra mim.
Ah, perdoem a licença poética das coisas que eu escrevi diferente da novela aqui. Inclusive a Helô vai falar um monte nessa, porque eu acho que não mataria ninguém humanizar a personagem só uma vez que fosse, ela não precisa ser um android o tempo todo.
Ela ouviu numa música uma vez, que uma casa não é um lar.E sendo quem sempre foi, raramente se preocupava em fazer inventários de suas vidas passadas. Mas existe algo fabuloso nas experiências de intensa adrenalina ou de quase morte: a divagação.
Com o objetivo único de entender as motivações por trás de suas ações é que ela começou a divagar e a listar mentalmente as razões que a levaram até ali.
Enfrentar uma máfia internacional, mesmo que meio mequetrefe como eram os integrantes daquela, não devia ser para qualquer um e essa já era a segunda vez dela.
Não era o seu primeiro rodeio.
Talvez, por isso mesmo, tenha parecido quase fácil tomar a decisão de agir. Ou fosse só o instinto de matar ou morrer impregnado nela em seus anos na polícia. Ou talvez, fosse o sentimento de determinação e de que aquilo não era só por ela.
E é nesse ponto que, mais uma vez, ela se volta a ele.
Tudo sempre acaba ali, ela gira e gira para terminar no mesmo lugar. É enlouquecedor.
Depois dos acontecimentos das últimas semanas, parecia para ela que as coisas estavam se passando no modo avanço rápido e as cenas se misturavam num borrão, mesclando-se umas às outras.
Isso se refletia na relação deles. Onde ele começa e onde ela termina? É difícil manter a sobriedade das coisas entres ele e não ser pega na espessa névoa de ânsia que existe ali.
Mas o fato é que limites foram ultrapassados, barreiras foram quebradas, trincheiras deixadas para trás e estavam diante do que ela mais temia desde o dia do adeus: a possibilidade de um recomeço.
A pior parte é que ela sempre soube que esse dia chegaria, mesmo que frequentemente mentisse para si mesma.
Depois de toda excitação daquele, a hora do descanso dela era quase sagrada. Ali na sala vendo a novela com Creusa, ela apreciava pequenas coisas que passavam despercebidas em seu dia a dia.
Como o outono, por exemplo. O vento gelado e insistente que entrava pela porta da varanda, lembrava ela de ter mais ou menos uns dez anos e acordar cedinho para ir a escola, observando a névoa densa que fazia as janelas do carro suarem como se tivesse chovido e de como a vida era descomplicada. Helô percebeu que não conseguia apontar o momento exato em que ela sedimentou os padrões exibia agora, quando ela ficou mais dura, mais inflexível, menos a menina sorridente que sonhava em ser delegada.
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registro (steloisa)
RomansaContinuações das cenas steloisa que foram drasticamente cortadas sem nenhuma explicação pela novela. Esses são registros do que poderia ter sido.