A/N: Mais uma vez não vão encontrar um plot aqui. Resolvi escrever como eu queria que steloisa, principalmente o Stenio, tivessem reagido a essa história do hackeamento. Dei uma exagerada até, mas foi proposital.
Ps: eu quase nunca leio fanfic steloisa, mas eu sei que tem um montão com esse mesmo conceito de meu bem, meu mal, então espero que não esteja com a mesma essência de nenhuma dessas outras, porque literalmente eu só consegui vencer o bloqueio e terminar de escrever esse depois de ouvir essa musica aleatoriamente na rua.
Já passavam das 19hs quando ele ligou para casa dela. O celular dava desligado, provavelmente sem bateria. Isso significava que ela ainda deveria estar na delegacia, o que de fato não lhe causava nenhuma surpresa. Creusa atendeu no terceiro toque, confirmando suas suspeitas.
Stenio odiava que ela ficasse até aquela hora na rua. Desde o atentado em que colocaram uma bomba no carro dela, pouco mais de 10 anos antes, ele nunca mais ficou em paz quando ela ficava até tarde fora de casa. Aquela foi a primeira vez que percebeu que não podia viver sem ela. Por isso mesmo, os últimos três anos tinham cobrado um preço muito alto a ele. Sentia que cada dia mais sua alma adoecia longe dela, não suportava mais se submeter àquele afastamento.
Entraram numa rotina em que ele se afastava até não conseguir mais suportar a distância e ir correndo na direção dela. Juntos, matavam a saudade que o corroia, só para depois dar a ela espaço e se afastar novamente. Ela nunca pedia para ele ficar e ele nunca se oferecia.
Quando ele foi à delegacia com Moretti naquela manhã, sabia que já fazia muito tempo desde a última vez que a viu. Uma semana que mais parecia um mês. Janeiro não tinha mais fim e o calor opressor no Rio o faziam mergulhar no limbo de uma depressão de verão. Tudo isso, somado a ter que aturar o cliente morando em sua casa, era enlouquecedor. Dessa forma, se sentia preparado para o abalo a sua postura quando a viu sentada atrás de sua mesa na delegacia.
Mas a verdade, é que nada poderia prepará-lo para a realidade. A realidade era sempre muito melhor que qualquer imagem que as suas fantasias pudessem conjurar. Como era possível que sua ex-mulher pudesse estar sempre mais linda cada vez que a via? O clichê da situação não lhe fugiu, a trajetória deles era um meio termo entre uma história de amor e uma tragédia shakespeariana.
Certamente, ninguém poderia culpá-lo por ter ido em direção a ela assim que adentrou a sala, ele era atraído pela mulher tal qual uma mosca por aquelas lâmpadas que emitem raios ultravioletas. Ela tinha um imã que puxava ele.
Sabia que Helô não ia conversar com ele sobre aquilo em particular, não quando a armadura de delegada estava tão meticulosamente vestida. Mas aproveitou a oportunidade para chegar mais perto e sentir o perfume, que ela voltou a usar, atingir e tomar conta de seus sentidos.
O mundo deu tantas voltas. A terra girou tantas vezes em torno do sol e de si mesma desde que Stenio conheceu Helô, mas as coisas que importavam mesmo, sempre estavam exatamente iguais. Tudo sempre mudava para continuar no mesmo lugar. Se isso não era o verdadeiro significado de sina, ventura, fortuna, ele não sabia o que seria então.
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registro (steloisa)
RomansaContinuações das cenas steloisa que foram drasticamente cortadas sem nenhuma explicação pela novela. Esses são registros do que poderia ter sido.