Why Are You So Mean?

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    Eram 03:00 da manhã e eu estava no meu quarto, na pousada. Estava frio, congelando, e mesmo a lareira parecia estremecer.

    Sempre quando está frio acabo pensando em Cliff sem querer, será que ele sentiu frio quando foi jogado pra fora do ônibus? Na neve. Os médicos dizem que não, porque ele morreu na hora do impacto. É difícil de acreditar, sabe?

    Lembro de James antes de desmaiar, estava só de cueca quando conseguiu sair do ônibus, com os pés no chão gelado e molhado.

    Às vezes ninguém pensa nisso, não pra valer. Mas estava escuro. O ônibus derrapou no meio do nada, na estrada. Estava tudo um breu, como quando o Titanic afundou. Um pouco mais claro pelo ambiente, mas era terrível.

    Lani estava conosco já fazia uma semana. De início me senti insegura, Lani parece uma pessoa legal e isso me fez eu me sentir pior. Cabelos curtinhos com franjinha, era bonita também, tinha grandes olhões de botão, e pele fina e branca como neve. De certa forma, Kirk se deu bem com ela, se tornaram amigos. (Eu realmente espero que não se aproximem mais.)

    Lani é modelo, e pra dar um tipo de "buff" em sua carreira, ela fechou esse "acordo" com George, consequentemente Kirk também.

    Eu e Kirk conversamos muito ao longo dessa semana. Ele disse que é quase que imperceptível, disse que me ama e que não faria nada que "doesse", não sei o que ele quis dizer, e pra ser sincera não quero pensar muito.

    Depois disso tudo, era fato que eu iria começar a me dedicar muito mais, e futuramente (não um futuro muito longe), era eu quem estaria fazendo com que George beijasse meus pés.

Com o baixo na minha mão, a luminescência do quarto era apenas o abajur, que ficava longe da cama. De início, as cordas estavam geladas, mas depois de tanta troca de calor, ficaram quentes. Meus dedos em carne viva entregavam grande parte do que estava fazendo à semanas.

A janela que ficava no quarto era grande, como duas portas que se completavam. Bem no meio da acomodação, que dava acesso a uma sacada de madeira. Não sei se confiaria, e se estivesse podre? Enfim, estava um breu lá fora.

Escuro.

Era isso que eu precisava, mais luz.

Me estiquei na cama, e pude perceber que algumas partes do colchão estavam geladas, bem geladas. Estava na mesma posição a muito tempo.

Puxei o abajur e o trouxe mais perto de mim, mas, ainda assim estava escuro. O abajur não era forte o suficiente.

Não poderia ligar o interruptor da luz geral, ficaria com medo, principalmente pela ideia de chamar atenção de algo lá fora, no escuro pra fora das enormes janelas. Era no meio da floresta, de um grande morro coberto por verde. De manhã e tarde é legal, mas quando a noite desce, parece um pesadelo. Já ouvi corujas demais por hoje.

Não dava pra ficar assim.

... James Hetfield

George havia explicado o porquê Lani iria acompanhar a turnê conosco, e agora que os quartos de Kirk e Peggy estavam separados, a gravadora aceitou dar quartos individuais a todos, para não levantar suspeitas.

Não havia dormido, mas estava com sono. Murros na porta mudaram essa realidade.

Levantei. Estava de meias e completamente vestido, com calças e uma blusa de manga comprida. Pijama era bom quando se fazia um frio de congelar.

Assim que abri a porta me deparei com um par de olhinhos verdes, que agora mais pareciam pretos na imensidão do escuro.

Não havia aberto caminho, mas não foi preciso, assim que abri a porta Peggy correu pra dentro.

Scandal - Kirk Hammett (Metallica)Onde histórias criam vida. Descubra agora